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A febre da proteína

Ovo, carne e feijão são os primeiros alimentos lembrados quando o assunto é proteína. Mas uma espiada nas prateleiras dos supermercados revela pães e biscoitos, os grandes ícones dos carboidratos, como as novas fontes desse nutriente. Além deles, achocolatados, iogurtes, vitaminas e barrinhas, entre outros produtos, alardeiam em suas embalagens o acréscimo do ingrediente. “Essa tendência é global e traz um pouco do mundo fitness para o dia a dia”, avalia a nutricionista Cynthia Antonaccio, da consultoria Equilibrium Latam. O engenheiro de alimentos Guilherme Miranda Tavares, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista, concorda: “A incorporação da proteína chega para atender à procura cotidiana por itens mais saudáveis e práticos”.

Dados fornecidos pelas empresas Tetra Pak e Nielsen registram o crescimento de 220% no consumo de produtos com alto teor proteico, como bebidas, nos primeiros seis meses deste ano em comparação ao mesmo período de 2019. Para além da academia, a proteína segue distante do tribunal inquisitório que fustiga carboidratos e gorduras há alguns anos.

Aliás, ela preenche o espaço dessa dupla, que, muitas vezes, acaba banida dos cardápios — injustamente, segundo os especialistas. Radicalismos à parte, o papel da proteína na manutenção do peso é primordial. Há evidências de que ela favorece a liberação de substâncias que interferem no sistema nervoso, inibindo a fome. “Dessa maneira, prolonga a sensação de saciedade”, explica a nutricionista Tânia Rodrigues, diretora da RG Nutri, em São Paulo.

Daí a sacada da indústria de desenvolver itens turbinados com o nutriente e que podem ser incorporados dos lanches intermediários às grandes refeições. A tendência vem ao encontro de novos estudos, que sugerem fracionar o consumo proteico a fim de garantir seu melhor aproveitamento. “Com a disponibilidade de alimentos diferenciados, caso de barras, bebidas lácteas, iogurtes, entre outros, dá para atender às necessidades ao longo do dia”, diz Antonio Herbert Lancha Jr., coordenador do Laboratório de Nutrição e Metabolismo Aplicado à Atividade Motora da Universidade de São Paulo (USP). A escolha fica ao gosto do freguês.

Os experts enfatizam, porém, que a ideia não é extrapolar na quantidade. Mesmo para uma substância tão aclamada, exageros nunca são bem-vindos. O abuso pode contribuir até mesmo para o ganho de peso. Veja: as porções adequadas variam conforme a fase da vida e as particularidades da rotina de cada indivíduo. Uma pesquisa recente, publicada na revista científica Advances in Nutrition, vem chamando a atenção nesse sentido. Uma equipe da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, analisou mais de 1 500 estudos sobre o tema e concluiu que ultrapassar a dose não traz benefícios adicionais.

O recado dos estudiosos é que comer mais proteína do que o indispensável não altera em nada a composição corporal quando a atividade física está fora da agenda. Isto é, os músculos não vão saltar só porque você se empanturrou de diversas fontes do nutriente.

Para alguns perfis — caso de idosos e pessoas em tratamento contra o câncer ou queimaduras —, uma quantia extra costuma ser incentivada mediante exames e cálculos feitos por nutricionistas. “Nessas situações, o metabolismo que degrada as proteínas estruturais tende a ser mais acelerado. Com o intuito de mitigar esse processo, vem a necessidade de repor o nutriente por meio da alimentação”, esclarece Lancha Jr.

Os cientistas de Purdue inserem ainda os esportistas na lista dos que precisam de aporte caprichado. Aos demais, a sugestão é incluir as proteínas em um contexto de equilíbrio, sem desprezar a cota de carboidratos e gorduras. E não adianta comer demais hoje e largar mão nos outros dias, pois os excessos do nutriente não são armazenados pelo organismo — nossas células estão usando e transformando proteínas o tempo todo.

Compostas da combinação de aminoácidos, as proteínas aparecem nas clássicas cartilhas de biologia como construtoras — tanto que são comparadas aos tijolos que sustentam uma casa. Isso porque têm papel fundamental na constituição dos órgãos e demais tecidos. O nutriente também está envolvido na produção de anticorpos e hormônios. Sem contar sua participação nas transformações químicas, quando assume a identidade de enzima. Cabe ainda a ele a função de conservar os músculos fortes e a integridade de unhas, cabelos e pele. Ufa! “As proteínas são responsáveis por manter todas as nossas atividades metabólicas”, resume a professora Viviane Alves, do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Nem precisamos dizer que a falta é prejuízo na certa, né? “Sobretudo nos extremos da vida. Ou seja, na infância e na terceira idade, o déficit proteico é crítico”, sinaliza a nutricionista Silvia Ramos, do Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região (CRN-3). A meninada deve estar em dia com a substância para que o crescimento aconteça de forma adequada.

Entre os mais velhos, com o passar dos anos há tendência de alterações na mastigação e no paladar, além de dificuldades digestivas. Por tudo isso, não é raro que rejeitem carnes e outros redutos proteicos. Aí é essencial adaptar o consumo — com o auxílio de um profissional de saúde, se possível. Esse cuidado evita males como a sarcopenia. Marcada pela perda de massa muscular, a condição interfere na qualidade de vida dos idosos, já que acarreta fraqueza, dificuldade de locomoção e até quedas.

Cálculos mais precisos também são prescritos aos esportistas. Afinal, a proteína participa da formação e da reparação das fibras musculares, recrutadas com o esforço físico. “Fora que é importante para a produção de energia”, ressalta Tânia. Estudos mostram que o consumo bem distribuído de fontes proteicas durante o dia colabora para a recuperação após o treino e promove ganho de massa muscular.

Embora não existam dados oficiais, tudo leva a crer que o brasileiro não sofre com falta de proteína, especialmente a de origem animal. É que ovos, leite, frango e carne bovina e suína ocupam o prato de boa parte da população. Mas, no dia a dia do consultório, os nutricionistas podem analisar as necessidades individuais e, dessa forma, ajustar a quantidade de acordo com o paciente. Eis aí uma bela oportunidade de avaliar se será preciso buscar os itens turbinados nas gôndolas — e quais os melhores. Ora, muitos carregam, além de proteínas, doses consideráveis de açúcar e gordura. Tem que ter critério e atenção!

Esse recado vem em boa hora. Uma pesquisa conduzida pela agência Mintel com 1 500 pessoas mostra que 82% delas têm interesse por alimentos e bebidas mais proteicos. Até salgadinhos, normalmente ligados a uma dieta desregrada, são passíveis de ganhar simpatia caso a embalagem indique “alto teor de proteína”. É que 17% dos participantes associam o atributo a snacks mais saudáveis.

Vasculhe os rótulos

O conselho de todos os nutricionistas ouvidos para a reportagem é dar preferência aos produtos com o apelo clean label, termo vindo do inglês para designar “rótulo limpo”. Em síntese, quanto menor a quantidade de ingredientes listados na embalagem, melhor. “Não adianta oferecer alto teor de proteína juntamente com inúmeros aditivos químicos”, opina a nutricionista Silvia Ramos, do CRN-3.

As melhores opções estampam nomes de ingredientes que podem ser reconhecidos facilmente, ou seja, sem a necessidade de consultar um dicionário ou especialista. A recomendação é evitar aqueles com presença marcante de conservantes, aromatizantes e afins. E é crucial apurar cuidadosamente os teores de sódio, açúcar, gorduras saturadas e trans. O consumo desenfreado dessas substâncias não combina com saúde.

Fórmulas enriquecidas

Para incorporar porções extras de proteínas em produtos, é necessário um apurado conhecimento técnico a fim de não descaracterizar o alimento. Tavares, professor da Unicamp, afirma que se trata de um desafio constante da indústria. “É parecido com o que ocorre durante o preparo de um pudim. O doce pede a proporção exata de ingredientes, mas, se o cozinheiro resolver acrescentar ovos além da conta, pode ver a receita desandar, resultando em uma sobremesa de consistência menos apetitosa”, compara. Daí a exigência de calibrar as quantidades de todos os elementos da preparação.

Não é tarefa fácil incluir a substância em bebidas translúcidas, a exemplo de sucos ou refrigerantes. “Geralmente ocorre alteração no visual e o líquido tende a ficar opaco”, descreve o engenheiro de alimentos. Já iogurtes, leites e outras bebidas lácteas costumam manter suas características — tanto de sabor como de textura e aparência. Por isso é tão frequente encontrar opções dessas categorias enriquecidas com proteína nos corredores dos supermercados. Foram as pioneiras.

Também é imprescindível ter intimidade com todas as etapas de elaboração. Para determinadas proteínas, caso da albumina, o aquecimento é capaz de levar à coagulação, o que interfere na qualidade final. Para assegurar a integridade das versões submetidas ao aquecimento — como no processo UHT, pelo qual o leite passa —, costuma-se acrescentar agentes estabilizantes seguros. A escolha da matéria-prima é o primeiro passo para o sucesso no desenvolvimento do produto.

Um dos maiores aliados da indústria nesse sentido é o soro do leite. Repare nas embalagens: ele tende a aparecer em diversas preparações. Resultante do processo de fabricação do queijo, essa proteína é popularmente conhecida como whey protein e uma de suas vantagens é o sabor menos pronunciado. “Ela ainda apresenta excelente valor nutricional em decorrência do alto teor de aminoácidos essenciais”, afirma Tavares. A ciência tem esmiuçado as qualidades do ingrediente, e os achados são promissores.

Se o soro do leite e a albumina do ovo dão as caras nos produtos destinados aos onívoros, as leguminosas são as estrelas de formulações pensadas para os vegetarianos e veganos. “Grão-de-bico, ervilhas, feijões e lentilhas estão com tudo. São as chamadas pulses”, comenta a sempre antenada Cynthia Antonaccio. O termo, muito usado lá fora, é originário do latim e designa o caldo grosso resultante da preparação de sopas com as sementes secas desse grupo de alimentos.

As pulses servem como matéria-prima de snacks, bebidas, barrinhas e tantas novidades com a pegada plant-based, que se expande pelo mundo. Pode verificar nos rótulos. Entre o grupo, a ervilha desponta como a grande protagonista. “Ela se destaca por apresentar sabor mais neutro e solubilidade, qualidades bem-vindas aos processos industriais”, justifica o professor Tavares.

E, para quem pensa que é impossível adquirir proteína de qualidade (ou alto valor biológico, como preferem os experts) vinda de vegetais, é bom saber que esse conceito está bastante ultrapassado, como avisa a nutricionista Gabriela Parise, da clínica NutriOffice, em São Paulo, estudiosa do vegetarianismo. Não faltam estudos para comprovar o poder desse vasto reino que, além das leguminosas, abarca cereais, sementes e grãos. Um dos fatores que contam a favor da trupe é a sua capacidade de zelar pela saúde intestinal, equilibrando a microbiota.

Isso significa que há aumento tanto da quantidade quanto da diversidade bacteriana na área, o que traz benefícios digestivos e colabora para a absorção dos nutrientes. Inclusive, um trabalho recém-publicado no reputado periódico British Medical Journal associa cardápios abastecidos de proteínas vegetais a uma maior proteção contra males cardiovasculares e câncer. Os cientistas se debruçaram em dezenas de estudos para chegar a essa conclusão.

Um dos macetes para tirar proveito diretamente das leguminosas é deixá-las de molho horas antes de mandar para a panela. A estratégia, que remonta à época da vovó, acelera o tempo de cozimento e, em paralelo, reduz a quantidade dos chamados compostos antinutricionais. Assim, garante-se o desfrute integral dos alimentos, que, obviamente, não se resumem ao seu conteúdo proteico.

Tem outro segredo. “Para assegurar o melhor aporte nutritivo, escolha fontes e perfis variados no dia a dia”, sugere Gabriela. Dessa maneira, o cardápio ganha em sabores. Também é essencial fazer boas combinações. Não à toa, parte da indústria junta leguminosas e cereais, caso do arroz e do trigo, ou ainda pseudocereais, como a quinoa, para tornar as fórmulas mais ricas. Esses arranjos melhoram a performance proteica e seguem o exemplo da brasileiríssima mistura de arroz com feijão. Nesse casamento, o primeiro contém o aminoácido metionina, enquanto o segundo oferece lisina. Juntos, se completam, desempenhando atividades de forma mais eficiente dentro do nosso organismo.

Um ingrediente nacional que tem feito sucesso nos produtos industrializados é o amendoim. Quem pensa nele como abrigo exclusivo de gorduras pode se surpreender com seu patrimônio proteico. Aliás, a versão torrada é uma deliciosa alternativa para petiscar. Só não vale abocanhar punhado atrás de punhado — afinal, o alimento é calórico. E vale repetir: proteína demais nem sequer é aproveitada. Uma boa parcela deixa de ser absorvida e termina expulsa junto das fezes. Para piorar, em algumas situações o descomedimento acarreta danos, principalmente aos indivíduos mais vulneráveis. Perder a linha pode provocar dificuldades digestivas e elevar o risco de encrencas no fígado, além de favorecer distúrbios nos rins decorrentes da grande quantidade de amônia e ureia circulantes.

A professora Viviane Alves investigou os impactos do abuso proteico nos laboratórios da UFMG. “Sabemos que todos os processos no corpo atuam de forma equilibrada, e o nosso objetivo era saber o que aconteceria se a única fonte de nutrientes fosse a proteína”, contextualiza. Em parceria com pesquisadores australianos, Viviane e sua equipe usaram cultura de células humanas, a mosquinha-da-fruta Drosophila e os vermes Caenorhabditis elegans. As análises indicaram, então, que a ingestão abundante apressa o envelhecimento.

Mas, tudo leva a crer, o perigo anda mesmo colado ao abuso. Com bom senso, a proteína segue indispensável. “A nossa certeza é a de que, em excesso, tudo faz mal”, afirma a professora da UFMG. Portanto, antes de ser seduzido por embalagens, compensa checar as reais necessidades do corpo e como vai o seu cardápio. Isso, sim, deve estar acima de qualquer tendência.

Suplementos: papo à parte

Se há ponderações sobre produtos alimentícios enriquecidos com proteínas, o que se pode dizer dos suplementos que são comercializados sem prescrição e possuem esse apelo de “indispensáveis para quem faz exercícios”? “Eles devem ser consumidos com orientação profissional”, afirma Tânia Rodrigues, uma das nutricionistas mais reconhecidas na área esportiva.

A Anvisa regula as doses específicas de nutrientes e outras substâncias detectadas nessas fórmulas. Ocorre que muita gente extrapola na quantidade ingerida na intenção de ficar com o corpo sarado. Mas a exorbitância proteica nem chega a ser absorvida — ou seja, há desperdício. Isso quando ela não ameaça rins e fígado. Quem utiliza produtos importados e sem registro, muitas vezes vendidos de forma clandestina, corre riscos adicionais.

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Nem a mais, nem a menos

A recomendação de consumo diário de proteína varia conforme a idade e as atividades do dia a dia:

Bebês e crianças
0,8 gramas de proteína por quilo de peso

No início da vida, basta o leite materno. Depois, carne, feijão e outros alimentos são bem-vindos.

Adolescentes
0,85 gramas de proteína por quilo de peso

O nutriente favorece o desenvolvimento pleno. Bebidas lácteas dão uma força em meio à correria.

Adultos
1 grama de proteína por quilo de peso

Esse é um valor médio. As grávidas precisam de um pequeno acréscimo para a formação do bebê.

Idosos
0,8 a 1 grama de proteína por quilo de peso

Aqui, a tendência é vermos déficits proteicos. Lançar mão de itens enriquecidos é uma estratégia.

Esportistas
1 a 1,8 gramas de proteína por quilo de peso

Essa turma precisa de dose extra, que deve ser ajustada por um profissional de saúde.

Tem proteína na prateleira

Os supermercados desfilam uma porção de itens turbinados. Veja os destaques:

Pães
Farinhas diferenciadas, caso da de linhaça, entram na receita. Os ovos também podem ser encontrados entre os ingredientes. Há marcas que concentram 7 gramas de proteína em uma fatia.

Barrinhas
Há opções com frutas, outras com cereais e as que trazem sementes e oleaginosas. Fornecem cerca de 10 gramas de proteínas. Para melhores escolhas, compare os níveis de açúcar.

Iogurte grego
Um dos produtos pioneiros no mercado de alto teor proteico. Um pote com 130 gramas incrementa o cardápio com 13 gramas de proteína. Não se esqueça de conferir teores de gordura e açúcar.

Salgadinho
Proteínas vegetais vindas de leguminosas como a soja e a ervilha enriquecem os chamados snacks proteicos, que chegam a conter 7 gramas em um pacote. Aqui, vale olho atento ao sódio.

Cookies
São uma possibilidade para o lanche da tarde da molecada. Elaborados com proteína vegetal, há os que ofertam 10 gramas do nutriente em duas unidades. Mas nada de exagero, combinado?

Pó para vitaminas
A criatividade do cozinheiro é que manda. Dá para misturar com frutas, entre outros ingredientes. Uma colher chega a proporcionar 20 gramas de proteína.

Leite
Se os tipos comuns já são belas fontes de proteína, as versões turbinadas se mostram interessantes para quem precisa de reforço. Um copo de 200 mililitros chega a conter 10 gramas do nutriente.

A proteína vai à mesa

Entre fontes vegetais e animais, experimente incluir mais variedade no cardápio:

Carne bovina assada
1 bife de 100 g = 25 g de proteínas

Quinoa
4 colheres (sopa) ou 50 g = 7 g de proteínas

Ovo cozido
1 unidade média de 45 g = 6,5 g de proteínas

Tofu
Bloco de 50 g = 3,3 g de proteínas

Salmão grelhado
1 posta de 100 g = 26 g de proteínas

Feijão cozido
1 concha ou 100 g = 4,8 g de proteínas

Amendoim torrado
1 punhado ou 30 g = 6 g de proteínas

Grão-de-bico cozido
1 concha ou 100 g = 6,6 g de proteínas

Leite desnatado
1 copo de 200 ml = 7,2 g de proteínas

Queijo minas
2 fatias ou 50 g = 8,5 g de proteínas

Iogurte
1 copo de 200 ml = 8 g de proteínas

Frango assado
1 coxa grande ou 55 g = 10 g de proteínas

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Muita gente erra ao higienizar os alimentos

Com o coronavírus à solta, experts do Centro de Pesquisas em Alimentos da Universidade de São Paulo (FoRC-USP) decidiram avaliar quais cuidados a população vem tomando para evitar o contágio por alimentos ou embalagens — mesmo que a chance de transmissão por essas vias não esteja comprovada. Eles montaram, então, um questionário online que foi respondido por 3 mil pessoas. “A preocupação com a higienização surpreendeu positivamente”, avalia o engenheiro de alimentos Uelinton Manoel Pinto, coordenador do trabalho.

Só que, na hora da limpeza, uma parcela considerável comete erros (os dados estão abaixo). Por isso, os autores criaram uma cartilha que ensina como higienizar os alimentos que serão consumidos crus. “As medidas são essenciais porque evitam várias doenças”, diz a nutricionista Jéssica de Aragão, também à frente do projeto.

Os deslizes mais comuns na limpeza

Veja as principais trapalhadas dos participantes ao manipular os vegetais

+ 54,8% dos respondentes higienizam as frutas de maneira incorreta:

17,9% usam apenas água

27,4%, água com detergente

7%, água com vinagre

2,5%, outros produtos

+ 45,2% cometem equívocos com as verduras:

17,4% usam apenas água

10,6%, água com detergente

13,9%, água com vinagre

3,3%, outros produtos

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Vale lembrar que o vinagre não tem efeito contra o vírus. O detergente, embora consiga destruí-lo, pode deixar resíduos.

Nas frutas, menos da metade (45,2%) recorre à solução de água com hipoclorito de sódio, que inativa o vírus de forma segura. Nas verduras, 54,8% se valem da mistura.

Como higienizar vegetais que serão ingeridos crus

Pente-fino
Se houver necessidade, comece removendo as partes estragadas e machucadas dos alimentos.

Água corrente
Lave as verduras, folha a folha. Frutas e legumes também vão para baixo da torneira, um de cada vez.

Dá-lhe cloro
Deixe 10 minutos de molho em solução com 1 colher (sopa) de água sanitária (2 a 2,5% de cloro ativo) para 1 litro de água.

Lava e seca
Enxágue em água corrente. Aguarde o alimento secar naturalmente ou use utensílios específicos.

E as embalagens?

Confira algumas atitudes em relação a entregas de delivery e itens de mercado:

+ Pouco mais da metade (57,2%) relata limpar os pacotes do delivery.

+ 46,1% transferem a comida e descartam a embalagem.

+ Mais de 80% fazem a higienização das compras de supermercado.

O jeito certo de limpar embalagens

Rígidas
Latas, garrafas, potes e afins podem ser lavados com água e sabão. Outra alternativa viável é passar um pano umedecido com álcool 70% ou solução
clorada.

Flexíveis
Segundo a cartilha, o pano umedecido com álcool 70% ou solução clorada também serve aqui. Se houver duas embalagens, descarte a externa antes de guardar o alimento.

Indispensável mesmo é lavar as mãos

Na pesquisa, 65% dos voluntários revelaram tomar essa atitude antes e depois de receber refeições por delivery. Para os especialistas, o número deveria ser maior. “É uma etapa até mais crucial do que limpar embalagens”, diz Jéssica. A cientista de alimentos Emília Lima, outra responsável pelo trabalho, concorda. “Precisamos incorporar novos hábitos. Lavar as mãos por 20 segundos é um deles”, ensina.

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Mel: poderes reconhecidos

“Que tal tomar um pouco de mel para aliviar essa tosse?” A sugestão tem cara de sabedoria popular, daquelas passadas de geração em geração para aliviar um dos sintomas clássicos do resfriado. Mas a realidade é que foi retirada — com certos ajustes de linguagem, obviamente — de um estudo recém-publicado no periódico científico BMJ Evidence Based-Medicine. Nele, pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, revisaram 14 pesquisas sobre o assunto e chegaram à conclusão de que o consumo do mel é mais efetivo do que estratégias usuais se o objetivo é abrandar as manifestações de uma infecção do trato respiratório superior mais leve, caso do resfriado.

Para o clínico geral Marcelo Sampaio, da BP — A Beneficência Portuguesa de São Paulo, a conduta é utilizada há um tempão porque sempre trouxe resultados favoráveis. “Esse trabalho vem validar um método antigo”, interpreta. A mesma linha de raciocínio é seguida pelo médico de família Rafael Ornelas, da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, na capital paulista. “Já existiam evidências de que o mel é uma das poucas substâncias com efeitos comprovados na melhora específica da tosse”, conta. “Esse novo estudo consolida os achados e indica que a estratégia não é só crença de vó. Está baseada em ciência”, completa.

A legitimação do poder do alimento frente a esse problema pode parecer banal para algumas pessoas, mas, no dia a dia da prática médica, tem bastante relevância. Afinal, pegar um resfriado é algo relativamente comum na vida de crianças, adultos e idosos, e, não raro, os episódios se repetem mais de uma vez ao ano. Tem mais: segundo a líder da investigação inglesa, o quadro é um dos principais motivos para a prescrição de antibióticos — remédios destinados a matar bactérias. A questão é que a maior parte das infecções do trato respiratório superior, resfriado entre elas, é provocada por vírus. Ou seja, alvo errado.

O tratamento com antibióticos não só é ineficiente nesses casos como contribui para o agravamento de uma situação cada vez mais preocupante nos hospitais, a resistência bacteriana. É que o uso descomedido e sem critérios desse tipo de medicamento acaba selecionando os micro-organismos mais fortes, que passam a se proliferar. Com o tempo, surgem bactérias aptas a provocar superinfecções — e, aí, os antibióticos nem funcionam mais. Segundo Sampaio, há estimativas de que ocorrem 23 mil mortes por ano no Brasil como consequência da prescrição inadequada dessa classe de drogas.

Na Inglaterra, um estudo mostrou que 48% dos médicos já recomendaram antibióticos para aliviar uma simples tosse. “Se uma análise assim for feita no mundo inteiro, incluindo o Brasil, vamos ver que isso é bem frequente”, aposta Sampaio. Tanto os profissionais de saúde como os pacientes precisam compreender que a tática está equivocada. Para falar a verdade, não existe nenhum remédio que vá tratar a causa do resfriado em si. “Mas há condutas que ajudam a amenizar os sintomas enquanto o corpo vai se curando”, resume Ornelas. É justamente aí que entra o mel — associado a outros comportamentos, como boa hidratação, dieta equilibrada e bastante repouso.

O produto derivado do trabalho das abelhas impressiona por sua composição. A nutricionista Gabriela Maia, do Rio de Janeiro, conta que ele exibe cerca de 180 tipos de compostos. “Há água, açúcares, aminoácidos, enzimas, minerais, vitaminas e inúmeros antioxidantes”, lista. Mas não adianta buscar uma fórmula exata: isso depende de vários fatores, como clima, local, espécie de abelha, tipos de flores que fornecem o néctar aos insetos, e por aí vai. O fato é que esse arranjo fino dá ao mel a habilidade de, entre outras coisas, desarmar a inflamação que culmina na tosse seca e irritativa característica dos resfriados. “E ele também parece combater o processo viral”, observa Sampaio.

Só é essencial permanecer ligado aos sintomas para distinguir uma infecção mais branda provocada por um vírus de algo mais tenso, como gripe, Covid-19 ou doenças bacterianas. Segundo Ornelas, o resfriado costuma se resolver em alguns dias e não ocasiona febre, falta de ar ou mal-estar intenso. Então, se notar a persistência ou o agravamento do problema, faz sentido procurar um médico ou serviço de saúde. Se há evidências de uma infecção por bactéria, por exemplo, aí, sim, será preciso lançar mão de um antibiótico.

Nas situações mais simples, porém, não tem por que complicar. O mel pode dar uma força. O clínico geral da BP só ressalta que o estudo inglês não determina um padrão de uso, já que se trata de uma revisão de vários experimentos com diversas metodologias. Em outras palavras, ainda não é possível estabelecer quantidade de consumo nem forma de apresentação (puro, misturado com leite ou chá…). “Vale o bom senso, e um profissional pode auxiliar nessa indicação”, aponta Sampaio. Para o médico, tomar uma colher de sobremesa a cada seis ou oito horas é um bom parâmetro a seguir.

A exceção fica para crianças com menos de 1 ano. “Isso por causa da possibilidade de o mel conter a toxina botulínica, o que pode ser perigoso numa fase em que o sistema imune ainda é imaturo”, explica a nutricionista Mariana Del Bosco, de São Paulo. “O botulismo é uma condição rara, porém grave. Melhor não arriscar”, concorda Ornelas. Na visão de Mariana, nem a partir dessa idade compensa apresentar o mel à molecada. “Sobretudo até os 2 anos, o hábito alimentar está em formação, e a ideia é evitar alimentos com paladar doce”, justifica. Nessa etapa da vida, o açúcar admitido é aquele encontrado naturalmente nas frutas e no leite.

Outro grupo que pede certa cautela com o mel é o de quem tem diabetes. “O mel é composto de açúcares simples, que chegam diretamente à corrente sanguínea, liberando energia imediata ao organismo”, esclarece a nutricionista Maria Angélica Fiut, presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia (Abfit). Quem convive com a doença tem dificuldade de aproveitar o aporte instantâneo porque a insulina não atua direito — e é esse hormônio que auxilia na transformação da glicose em energia.

Embora se trate de um alimento natural que agrega um mix de substâncias potentes, a presença marcante de açúcares no mel é um ponto de atenção ressaltado pelos especialistas para todo mundo, sobretudo se a ideia é incluir o ingrediente na rotina — e não somente durante um resfriado. “O índice glicêmico do mel é bem parecido com o do açúcar branco”, diz a endocrinologista Paula Pires, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia — Regional São Paulo (Sbem-SP). Isso quer dizer que, ao ser consumido, ele também dispara a glicemia rapidamente, obrigando o pâncreas a produzir muita insulina. O abuso pode sobrecarregar esse sistema e abrir as portas ao diabetes.

Para amenizar esse impacto, a médica sugere combinar o mel (com comedimento) a alimentos ricos em proteínas, como um iogurte natural, ou abastecidos de fibras, a exemplo de frutas com casca. “Dessa maneira, há uma redução da carga glicêmica”, justifica Paula. Na prática, a associação não deixa o açúcar subir na circulação em um piscar de olhos, evitando os picos de glicose e insulina.

Mais um conselho é não pesar a mão ao trocar o açúcar branco pelo produto das abelhas. “O mel tem o poder adoçante um pouco menor. Então, ao incorporá-lo a bebidas, por exemplo, é preciso cautela para não usar uma dose extra”, recomenda Mariana. Cabe lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que o açúcar deve representar, no máximo, 10% das calorias da dieta. “Mas, para a entidade, o ideal mesmo é baixar o limite para 5%”, informa a nutricionista. Para um adulto, isso dá mais ou menos 25 gramas por dia — entram aqui a versão tradicional (de mesa) e aquela adicionada pela indústria aos produtos, além do próprio mel. A doçura natural de leite, frutas e verduras não conta.

Se respeitar quantidades e adoçar estritamente o necessário, o mel é, para a nutricionista Maria Angélica, mais vantajoso do que o açúcar refinado. Ela lembra que, além de atuar em tosses e pigarros, o alimento possui atividade prebiótica. “Significa que estimula o crescimento e a atividade de bactérias benéficas em nosso intestino”, traduz. A colega Gabriela compartilha da mesma opinião, citando evidências de ganhos também ao fígado, ao coração, aos pulmões e à imunidade em geral.

Para além do nosso organismo, degustar o mel é uma maneira de proteger as produtoras desse tesouro líquido: as abelhas. “Optar por esse alimento promove todo um sistema associado à vegetação saudável”, defende o ecólogo Jerônimo Villas-Bôas, cofundador da Reenvolver, empresa que busca agregar valor a produtos da sociobiodiversidade. Ora, sem florestas em pé, os insetos perdem sua fonte de nutrição, isto é, as flores. O desmatamento é particularmente preocupante para as abelhas nativas brasileiras, que vivem dentro de nossas matas. O sistema de criação delas ainda está engatinhando, tornando-as mais ameaçadas do que a espécie Apis mellifera, que é resultado do cruzamento entre abelhas europeias e africanas e muito mais abundante em nosso país — daí por que seu mel é facilmente encontrado e financeiramente mais acessível. Contudo, apesar de mais resistentes, as Apis enfrentam seus dilemas. Elas padecem com o uso exagerado de agrotóxicos, já que as colmeias costumam ficar em áreas de agricultura.

Recentemente, a química Ana Paula Ferreira de Souza, doutoranda pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), analisou 40 amostras de mel de Apis — coletadas das prateleiras dos supermercados — e identificou resíduos de glifosato em 15 delas. Trata-se de um herbicida largamente utilizado no Brasil. “Só que existe um limite permitido para preservar a saúde do consumidor. E esse patamar foi ultrapassado em seis produtos”, revela Ana. Ainda de acordo com ela, o mel de laranjeira foi um dos mais afetados pela substância. Não surpreende Eugênio Basile, proprietário da loja Mbee, em São Paulo. “Não há laranjal que não seja manejado com pesticidas e agrotóxicos”, declara.

Para garantir mais segurança, a dica é conhecer o produtor e priorizar o mel das abelhas nativas, que, por enquanto, vem de paisagens menos modificadas. Segundo o biólogo Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, há mais ou menos 2 mil espécies delas em nosso território, sendo que de 300 a 350 não possuem ferrão. Nem todas produzem mel, mas, quando exercem essa atividade, o alimento é mais líquido e menos açucarado do que o fabricado pelas abelhas africanizadas. “Por ter mais água, ocorre um processo de fermentação natural dentro da colmeia, e micro-organismos benéficos transformam esse mel”, descreve Menezes.

“No meio do caminho, o produto adquire acidez e uma complexidade enorme”, relata Basile. “O mel é um dos alimentos que mais contam a história de uma região”, completa ele, lembrando que tudo interfere no resultado final, da composição do solo e da altitude à presença de sol e ação humana. Tamanha diversidade de sabores e aromas, nítida sobretudo nesses méis de abelhas nativas, caiu nas graças dos chefs. “A gastronomia colocou-os sob um novo holofote”, acredita o proprietário da Mbee.

A ciência também anda de olho na iguaria. “Um estudo australiano recém-publicado indica que o mel de abelhas sem ferrão carrega um açúcar interessante para a saúde”, noticia Menezes. O ingrediente se chama trealulose. “Ele promove a liberação de glicose na corrente sanguínea muito mais lentamente”, desvenda Gabriela. Além disso, a nutricionista observa que a substância não favorece cáries e exibe grande capacidade antioxidante.

Cabe frisar que o papel das abelhas — sejam Apis ou nativas — na saúde não fica restrito à produção de mel. Sua atuação mais ilustre é como agente polinizador. “Sem as abelhas, as plantas não produzem sementes nem dão frutos. Simplesmente deixam de cumprir a etapa reprodutiva e de sucessão”, ilustra Villas-Bôas. O biólogo da Embrapa nota que 75% dos cultivos agrícolas do mundo são beneficiados, de alguma maneira, pela polinização animal. “Isso representa um terço do volume de alimentos produzidos”, calcula Menezes. Defender as abelhas é, em última instância, sinônimo de salvaguardar a nossa espécie. O alerta foi dado lá atrás pelo físico alemão Albert Einstein (1879-1955). “Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência”, anunciou o cientista. Pois é, dentro de uma colher de mel há muito, muito mais do que o alívio da tosse.

Por trás de uma colherada

Confira do que é composto o alimento produzido pela abelha Apis mellifera, a mais disseminada pelo território brasileiro:

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75% de açúcares
Há glicose e frutose, tipos que caem rapidamente na corrente sanguínea. Por isso não dá para exagerar.

20% de água
Ela não deve exceder esse valor nem ficar abaixo de 15%. Já o mel de abelhas nativas é mais líquido.

5% de nutrientes
Há um combo formado por vitaminas, minerais, aminoácidos e inúmeros antioxidantes.

Linha de produção

O passo a passo mostra o trabalho meticuloso das abelhas para a produção desse alimento milenar, o mel. É o mais puro show da natureza:

1- A coleta
As abelhas operárias buscam néctar nas flores. Ele é estocado em um estômago especial, o papo de mel.

2- Barriga cheia
Satisfeito, o inseto retorna à colônia. No caminho, suas glândulas liberam enzimas que são incorporadas ao néctar.

3- Hora do passe
Na colônia, a solução açucarada (e cheia de água) é transferida para outras operárias. A abelha coletora volta ao campo.

4- Ajuste fino
Uma atrás da outra, as abelhas batem as asas, criando uma corrente de ar que remove o excesso de água do mel.

5- Lacração
Ao atingir o teor certo de água, o mel é guardado no favo. Cada célula é fechada com cera, barrando o contato com o ar.

6- Está pronto
No momento certo, o apicultor (com as roupas de proteção) retira os favos da colmeia para ter acesso ao mel.

7- Dose reserva
O apicultor precisa deixar um pouco do mel na colmeia. As abelhas recorrem a ele em tempos de flores escassas.

Cozinha com toque de doçura

Existem diversos modos de utilizar o mel e apreciar novos sabores. A despeito das escolhas, o crucial é se guiar pela moderação:

Café da manhã

+ Por cima de frutas
+ Com iogurte e aveia
+ No café ou no leite
+ No recheio da tapioca

Almoço e jantar

+ No molho de salada
+ Com carnes
+ Nos vegetais assados
+ Ao grelhar legumes

Sobremesas e snacks

+ Em bolos e pudins
+ Na pipoca
+ No flã de iogurte
+ Em vitaminas

Um vasto universo

Outros produtos fazem parte do mundo das abelhas. Além do néctar, elas comem o pólen das flores, item turbinado de proteínas. Já a geleia real é o alimento que as operárias ofertam à abelha rainha. “Esse produto é muito mais rico que o mel”, define Eugênio Basile, proprietário da Mbee, em São Paulo.

Para ter ideia, não há diferenças genéticas entre as operárias e a rainha. No entanto, por causa da dieta à base de geleia real, a soberana supera em cinco vezes o tamanho de suas súditas. Sem falar que pode viver até cinco anos — as abelham comuns alcançam uns 45 dias. O própolis, por sua vez, tem a função de barreira, blindando a colmeia. “Não à toa podemos utilizá-lo como bactericida”, nota Basile.

O sonho da colmeia própria

Uma maneira de resguardar as abelhas nativas sem ferrão é proporcionar a elas uma morada — e pode ser no seu quintal ou na sua varanda. Não precisa ter medo: são inofensivas. “O manejo é simples, principalmente ao optar por espécies acostumadas com o ambiente urbano, como a jataí”, ensina o biólogo Cristiano Menezes.

Os insetos podem ser adquiridos com criadores ou atraídos com uma isca — basta colocar extrato de própolis da abelha sem ferrão dentro de uma caixinha. Menezes lembra que a Embrapa Meio Ambiente lançou um curso online de três horas sobre a atividade, denominada meliponicultura. “Ele é gratuito e direcionado a iniciantes”, avisa. “Até crianças podem colher o mel”, destaca.

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Batata-doce: deliciosa e com inúmeros benefícios

A batata-doce é um tubérculo considerado uma ótima fonte de carboidrato. Quem nunca ouviu alguém focado na dieta dizer que comeria seu “frango com batata-doce”? Sim, essa combinação é ótima para quem faz musculação, mas os benefícios da batata-doce vão muito além disso!

As fibras e os
antioxidantes presentes nela promovem a saúde intestinal. Quando cozida e
resfriada, também fornece amido resistente, um tipo de amido que, ao passar
pelo intestino grosso, alimenta as bactérias benéficas, por isso a batata-doce é
considerada um probiótico que melhora o funcionamento do intestino.

Para quem
tem diabetes ela é uma ótima opção, já que controla a glicemia e a secreção de
insulina, por ser um alimento de médio índice glicêmico. Os carboidratos
presentes na batata-doce são digeridos mais lentamente, levando ao aumento
gradual da glicose no sangue e evitando picos de glicemia e de insulina.

A
batata-doce é bastante versátil e pode ser preparada de diversas formas.
Pensando em receber amigos em casa e oferecer snacks saudáveis? Confira a nossa
sugestão de receita de chips de batata-doce, fácil, rápida e deliciosa.


Ingredientes

– 1 batata-doce média;

– 1 colher (café) de sal;

– 1 colher (café) de orégano;

– Pimenta-do-reino a gosto;

– 2 colheres
(sopa) de azeite.

Modo de preparo

1. Lave bem a batata-doce e corte-a em fatias bem finas.

2. Adicione todos os ingredientes em uma vasilha.

3. Coloque as fatias de batata-doce em uma assadeira untada com manteiga.
Não deixe uma fatia sobre a outra.

4. Asse por 20 minutos em forno preaquecido a 230 ºC.

5. Vire as fatias e asse por mais 20 minutos ou até dourar.

Receita do
site Tudo Gostoso.

Fonte: Viva
Bem Uol.

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A melhor dieta do mundo

Quantos amigos você conhece que já fizeram inúmeras dietas? Eu chuto que dará para encher uma mão de nomes em menos de um minuto. Por que será que tanta gente se submete a esses métodos restritivos, mesmo não emagrecendo no médio e longo prazo?

As dietas e os produtos “que secam a barriga milagrosamente” surgem mais rápido do que coelhos se reproduzindo. Elas satisfazem uma tendência nossa a buscar atalhos para desafios complexos e longos. Isso é natural do ser humano: a gente adora um atalho.

O desafio, portanto, é aprender a curtir a viagem (o novo hábito alimentar), e não focar apenas no destino (o peso desejado). Uma viagem começa quando pensamos para onde queremos ir. Sonhamos com passeios, comidas típicas, culturas diferentes e a vontade dela não terminar ao final.

A jornada da alimentação balanceada é parecida. Se a forma de se alimentar diariamente não estiver associada ao prazer, ao convívio social e às experiências de vida, teremos a comida sempre como inimiga da nossa autoestima. Nós oscilaremos entre punições (dietas restritivas) e períodos de indulgência extrema (“depois eu penso nisso”).

Por que então acabamos sempre tentando de novo uma restrição severa? Justamente porque fica a lembrança de que, quando fizemos a dieta, conseguimos emagrecer — e isso acontece mesmo, embora por um curto período de tempo, já que ninguém aguenta seguir assim. Segundo esse raciocínio, nós é que falhamos a cada vez que desistimos de um regime.

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Essa lógica traz um peso enorme para nossos ombros quando, na verdade, a culpa pelo ganho de peso é da dieta restritiva em si. Ela que é insustentável a longo prazo. Acredite, essas dietas não são feitas para durarem. Se fossem, não dariam tanto dinheiro a cada vez que são atualizadas. A culpa não é sua!

A literatura científica é clara em mostrar dados de ganho de peso ao longo das décadas em pessoas que se submetem a dietas restritivas. Os quilos perdidos com um regime severo via de regra são menores do que os que você ganha na sequência, ao abandoná-lo.

Um artigo recente inclusive comparou diversas dietas (Paleo, low-carb, Atkins, entre outras). Conclusão: todas levam à perda de peso no curto prazo. Mas, de acordo com essa pesquisa, a única coisa que determina o sucesso da dieta com o passar do tempo é a possibilidade de sustentá-la.

A melhor dieta do mundo é aquela que você não chama de dieta. É uma alimentação que você segue diariamente sem sofrer. Privações de qualquer natureza não produzem redução de peso duradoura. Falamos disso no livro “O Fim das Dietas” (compre aqui).

Dieta não funciona, porque tem data de início e de término. O divertido mesmo é curtir a viagem, sem radicalismos.

Antes de pensar em fazer qualquer dieta, imagine se você consegue mantê-la sempre contigo, onde quer que você vá. Ela precisa ser a viagem que sempre queremos fazer, e não a punição por algo que você não tem culpa.

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Extrato de gengibre ajuda a controlar o diabetes, segundo estudo

Uma pesquisa brasileira apontou que o gengibre (Zingiber officinale) pode diminuir a glicemia em pacientes com diabetes tipo 2. “Ele interage com diferentes vias moleculares envolvidas na doença”, afirma a enfermeira Gerdane Celene Nunes Carvalho, autora da tese de doutorado da qual a pesquisa foi extraída*.

Para chegar a essa conclusão, foi feito um experimento clínico no Piauí com 103 portadores dessa doença. Durante três meses, parte dos participantes ingeriu diariamente duas cápsulas de gengibre em pó (1,2 g), enquanto o restante ficou só no placebo. Esse foi um estudo duplo-cego — nem os voluntários nem os pesquisadores sabiam quem estava engolindo as cápsulas com gengibre, o que confere mais confiança para os resultados.

Ao final, percebeu-se que os diabéticos que tomaram as cápsulas de gengibre tiveram uma redução de 20,3 mg/dl a mais na glicemia de jejum. Houve ainda uma diminuição dos níveis de hemoglobina glicada e colesterol total, porém de forma menos significativa.

“Os dados reforçam que o gengibre pode ser utilizado como uma terapia complementar”, pontua Gerdane, que atualmente é professora da Universidade Estadual do Piauí. Ou seja, a ingestão não substitui o tratamento convencional. Eventuais mudanças na prescrição até podem acontece, mas somente após uma consulta com o médico e uma avaliação criteriosa dos índices de glicose.

De acordo com a especialista, se o paciente seguir as recomendações já consolidadas contra o diabetes — que incluem alimentação saudável e exercício, aliás —, o gengibre aumentaria as chances de normalizar as taxas glicêmicas. “A contribuição mais relevante dessa pesquisa é evidenciar que essa especiaria tem potencial como uma fitoterapia adjuvante no tratamento, especialmente por ser de fácil acesso e baixo custo”, complementa.

Mas como o gengibre traria esses benefícios? “Seus componentes aumentam a produção da insulina e a redução da resistência a ela. Também diminuem o estresse oxidativo e o acúmulo de gordura”, elenca Gerdane.

Atenção: o estudo utilizou comprimidos com extrato de gengibre. Isso é bem diferente de consumir a especiaria in natura. No mais, outras investigações precisam ser conduzidas para corroborar os resultados do levantamento brasileiro.

* O ensaio faz parte da tese de doutorado da pesquisadora Gerdane Celene Nunes Carvalho, defendida na Universidade Federal do Ceará, orientada pela professora doutora Maria Coelho Damasceno e financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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Quimiofobia: o medo irracional de alguns produtos e ingredientes

A quimiofobia é o medo irracional que alguns indivíduos têm de compostos ou ingredientes percebidos como sintéticos ou não naturais. A maioria das pessoas usa a palavra “químico” para se referir a substâncias criadas sinteticamente ou artificialmente, como teflon, náilon e petróleo. A fobia pelo químico se estende a alimentos feitos com açúcar ou conservantes, componentes de produtos de beleza e limpeza e até vacinas — todos eles itens que precisam cumprir protocolos de segurança e qualidade antes de serem comercializados.

Apesar de o mundo estar se tornando um lugar mais limpo e seguro, a quimiofobia se alastra com a contribuição de cientistas e profissionais enviesados, ativistas, entidades e blogueiros que fazem sucesso levantando essa bandeira. Mas o fato é que, em sua maioria, as pessoas estão mais saudáveis, os regulamentos de segurança têm se tornado mais rigorosos e os produtos estão mais qualificados e seguros.

Os responsáveis por difundir a quimiofobia criam culpa, estresse e ansiedade desnecessários à medida que os consumidores se preocupam com as escolhas ideais para suas famílias. Ocorre que os consumidores são vítimas nessa batalha que também tem a ver com o mercado. Os negócios pró-natural espalham o temor sobre os produtos convencionais.

A quimiofobia não é uma fobia clínica, mas uma escolha informada e consciente, influenciada pelas informações a que as pessoas têm acesso e a uma visão de mundo que constroem com base nelas. Desse modo, pode ser comparada à xenofobia (medo do estrangeiro) ou ao racismo, e é diferente do medo de aranhas ou locais fechados, por exemplo.

Quando avaliamos a segurança de um produto ou alimento, não podemos nos ater ao fato de ele ser natural ou não. A origem de um composto químico em si nos interessa, claro, mas não diz nada sobre o perfil toxicológico, sanitário e de biodisponibilidade. Em resumo, não é isso que determina se o item será seguro e eficaz ou vai atuar e permanecer no corpo.

Se os produtos químicos fossem comparados a pessoas, então a naturalidade de um produto químico é semelhante ao conceito de raça nos seres humanos. A raça de uma pessoa não diz nada sobre o seu caráter, pontos fortes ou fracos. Da mesma forma, a origem de uma substância química (vegetal ou mineral) nada diz sobre a sua segurança ou qualidade.

A chave para vencer a quimofobia é de três ordens. Primeiro, precisamos compreender as origens desse fenômeno e aceitar o fato desconfortável de que todos nós (incluindo os cientistas) possuímos uma predisposição biológica para temer as substâncias químicas. Segundo, temos de aprender a julgar as substâncias químicas racionalmente. Terceiro, precisamos aprender a olhar claramente para as alegações de rotulagem a fim de realizar escolhas mais sensatas e saudáveis na hora da compra.

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A ânsia pela natureza é um comportamento intrinsecamente humano a que os acadêmicos chamam “biofilia”. A biofilia nos atrai para as coisas naturais. Tomamos decisões completamente irracionais porque desejamos a natureza num mundo cada vez mais consumista e diversificado. Sem tempo ou paciência para perseguir a verdadeira natureza, expressamos nosso anseio comprando mercadorias ditas “naturais”. O fracasso desses produtos em saciar a ânsia inata pela natureza leva a modismos infindáveis e ao consumo cíclico de “mercadorias naturais”.

As psicólogas Meng Li e Grettchen B. Chapman publicaram um estudo em 2012 que aborda as raízes do que chamam de a “preferência pela naturalidade”. Primeiro, descobriram que as pessoas não acreditavam que os produtos sintéticos fossem iguais aos naturais, porque, embora os ingredientes primários/ativos possam ser os mesmos, os ingredientes secundários ou contaminantes dos produtos sintéticos são provavelmente diferentes dos presentes nos produtos “naturais”. A maioria das pessoas considera que os contaminantes naturais são mais seguros do que os contaminantes de laboratório.

Isso explica a segunda descoberta das autoras: a história de que o processamento desempenhou um papel mais importante na percepção da naturalidade de um produto do que os ingredientes do próprio produto. Os produtos com um histórico de processamento com o qual as pessoas podem se identificar (produtos feitos manualmente com aditivos familiares e conservados de uma forma que o consumidor conhece bem) são considerados pela maioria das pessoas como sendo mais “naturais”.

A quimiofobia suscita acusações generalizadas de que grandes empresas envenenam os seus clientes com produtos químicos deliberadamente adicionados. A prova do contrário — como o fato de que a substância química é segura nas dosagens utilizadas — não atenua os receios das pessoas, porque a causa de fundo da sua quimiofobia envolve certa predisposição evolutiva, dificuldade em traduzir e compreender questões científicas e crenças em atores e instituições que promovem uma agenda social, política ou econômica.

Os quimiófobos raramente revelam os verdadeiros motivos por trás de suas preocupações, e isso explica porque se negam a conhecer as provas da ciência e a mudar seus pontos de vista quando se confirma que estavam equivocados. Como argumenta o acadêmico queniano Calestous Juma na obra Innovation and Its Enemies (Inovação e seus Inimigos), a oposição pública a qualquer nova tecnologia geralmente tem uma raiz sociopolítica.

* Marcelo Cristianini é engenheiro de alimentos, mestre em ciência de alimentos pela Universidade de Reading, na Inglaterra, e doutor em ciência de alimentos pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Alexandre Novachi é farmacêutico-bioquímico e bacharel em direito com mais de 28 anos de experiência na gestão de assuntos regulatórios e científicos de empresas multinacionais. Hoje é diretor de Assuntos Regulatórios e Científicos da ABIA – Associação Brasileira da Indústria de Alimentos e Bebidas

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Conheça 5 trocas simples que podem melhorar a sua alimentação.

Cada vez mais presentes na nossa rotina, alimentos rápidos e nem sempre tão saudáveis podem prejudicar seu corpo e não nutri-lo como necessário. Algumas trocas simples na dieta podem fazer com que você se sinta melhor e esteja com a saúde em dia.

Veja 5 sugestões de substituições!

Cereais por aveia

Vendidos como uma escolha saudável, os cereais matinais costumam incluir uma grande quantidade de açúcar, o que sobrecarrega o organismo. Escolha a aveia para acompanhar frutas ou iogurtes, em forma de farinha, flocos ou farelo. Ela é considerada uma ótima fonte de fibras e ainda traz mais saciedade, favorecendo assim o emagrecimento.

Temperos artificiais por naturais

Use e abuse de especiarias como orégano, alho, cebola, cominho e tantos outros que podem deixar a sua refeição ainda mais gostosa. Os temperos prontos são práticos e saborosos, mas estão cheios de toxinas e são ricos em sódio, o que favorece a retenção de líquido, algo muito perigoso para quem tem pressão alta ou sofre com inchaços. Escolha as opções livres de conservantes ou aditivos químicos. 

Salgadinho de pacote por chips caseiros

Pare de comprar pacotes de batata frita cheios de gordura e sal no supermercado, faça você mesmo receitas deliciosas como chips de batata-doce, maçã ou pera. Eles são ricos em vitaminas que ajudam o corpo a funcionar bem. 

Farinha branca por farinha integral

A farinha integral é rica em fibras, o que colabora para o funcionamento do intestino e diminui o índice glicêmico. É possível inserir esse tipo de farinha nas mais diversas receitas, como bolos, tortas e pães, tudo isso sem alterar o sabor do alimento. 

Açúcar refinado por demerara ou mascavo

O alto consumo de açúcar refinado está diretamente ligado ao aparecimento de doenças como diabetes, obesidade e diversas outras. Escolha opções como açúcar mascavo ou demerara, que passam por um refinamento mais leve e mantêm seus nutrientes. Mesmo assim, nunca exagere no açúcar, ele deve ser consumido com moderação. 

Que tal começar a fazer as substituições? Cuide da sua saúde!

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Flexitarianismo: por mais equilíbrio e consciência na alimentação

Nem oito nem oitenta. A expressão que não define extremos pode ser aplicada ao flexitarianismo. O termo traduz um novo pensamento de consumo alimentar, que vem ganhando cada vez mais adeptos em todo o mundo. Embora o nome soe um pouco estranho, os flexitarianos seguem uma dieta simples: nem totalmente vegana ou vegetariana, nem puramente carnívora ou focada em produtos de origem animal.

A dieta flex busca o equilíbrio. Enquanto os que adotam o modelo plant based eliminam ingredientes como leite, carne e ovos, os flexitarianos seguem uma alimentação basicamente vegetariana, mas eventualmente consomem carne. Um dos pontos positivos é que o cardápio pode ser customizado. Há quem coma carne apenas uma vez por semana, há quem opte por duas ou três refeições com alimentos de origem animal.

A redução do consumo de carne pode ter várias motivações. Algumas pessoas simplesmente não gostam do sabor, outras querem se tornar vegetarianas ou veganas e se valem dessa dieta como forma de transição. Percebo, contudo, que a motivação para aderir ao flexitarianismo tem três pilares principais: saúde, equilíbrio e sustentabilidade. A saúde segue o maior objeto de desejo. O equilíbrio vem como consequência. E o meio ambiente também sai ganhando, afinal, a produção de carne consome muita água e outros recursos naturais.

Até mesmo os grandes produtores de carne estão cientes disso. Em um congresso recente, que reuniu empresas de alimentação, representantes de grandes marcas da indústria da carne mostraram um panorama futuro em que pode faltar proteína no planeta por volta de 2050 caso não haja uma flexibilização no consumo dos produtos de origem animal. Ou seja, o flexitarianismo (e o plant based) pode ser a solução contra a escassez de alimentos.

O termo “flexitariano” não é novo. Foi criado nos anos 1990 pela médica americana especialista em alimentação Dawn Jackson Blatner, autora do livro The Flexitarian Diet (clique para comprar). Mas na última década se tornou mais popular, traduzindo uma forte tendência de consumo. Atualmente, o mercado de produtos de origem vegetal é grande e pujante e só vem evoluindo. Há cinco anos, os primeiros leites de origem vegetal eram feitos usando como base a castanha de caju, e os clientes eram basicamente veganos e alérgicos à proteína do leite de vaca.

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Nesse novo contexto, é cada vez mais frequente ouvirmos pessoas que deixaram de consumir o leite animal e relatam coisas como “estou me sentindo mais leve, menos inchada”. Ao incluir uma gama maior de verduras, frutas e outros produtos de origem vegetal em todas as refeições, acabamos descobrindo uma variedade alimentar incrível e obtendo um saldo positivo à saúde.

Do ponto de vista nutricional, sabe-se hoje que é possível manter uma dieta rica e balanceada, com ingestão adequada de proteínas, sem o consumo de carne. Na dúvida, basta consultar um nutricionista para organizar as substituições no cardápio.

Nem mesmo o sabor, que já foi um obstáculo, pode ser usado como desculpa para não flexibilizar a dieta. Atualmente, os produtos vegetais não devem em nada em textura, cremosidade e sabor aos de origem animal. O hambúrguer vegetal está cada vez mais em alta. Os produtores se empenham em oferecer algo tão bom e nutritivo quanto o original. É um desafio e tanto!

Mas vale ficar de olho nos rótulos. Nem tudo o que se diz natural é natural de fato. É preciso estar atento aos ingredientes, porque há diversos produtos que se vendem como naturais e são superprocessados e cheios de conservantes. A dieta saudável, e isso vale para o flexitarianismo, deve ser a mais natural possível.

Por fim, uma grande vantagem da dieta flex é o lado social, que dispensa a necessidade de ter que levar “marmita” no jantar em casa de amigos que não seguem o mesmo princípio alimentar. Flexibilidade, afinal, é uma qualidade bem-vinda não apenas à alimentação, mas à vida como um todo. Equilíbrio é flex… e a saúde e o meio ambiente agradecem.

* Rodrigo Carvalho é cofundador e diretor da Positive Brands, empresa por trás das marcas A Tal da Castanha e do Isotônico Jungle

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Mais fibras para engravidar

Essa conexão apareceu numa pesquisa feita com quase 7 mil americanas e dinamarquesas de 18 a 45 anos. Todas estavam tentando engravidar, sem nenhum tratamento, e responderam a um questionário sobre hábitos alimentares. Ao cruzar os dados, veio a constatação: as mulheres que relataram alto consumo de açúcar ou carboidrato simples, como massa e arroz branco, encararam uma taxa de fecundação menor do que quem ingeria mais fibras e controlava melhor a glicose no sangue.

“Em geral, a carência de fibras revela escolhas menos saudáveis à mesa, com consequente aumento de gordura corporal, e isso interfere na ovulação”, avalia Gabriela Halpern, nutricionista do Fertility — Centro de Fertilização Assistida, em São Paulo. “Com os ciclos irregulares, por sua vez, fica mais difícil engravidar.” Daí a orientação de, antes mesmo de pensar em bebês, já montar um menu com frutas, verduras, legumes e cereais integrais. “Até porque as fibras também ajudam a eliminar toxinas e a deixar o corpo todo funcionando de forma mais adequada”, nota Gabriela.

O elo perdido entre glicose, ovário policístico e fertilidade

Ganho de peso, menstruação irregular e dificuldade de engravidar compõem o perfil clássico da síndrome do ovário policístico. “A resistência à insulina decorrente da gordura abdominal eleva a glicemia e descontrola os hormônios. Com isso, os óvulos não amadurecem para a fecundação”, explica a obstetra Beatriz Carvalho, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (SP). Mudanças no estilo de vida e certas medicações ajudam a contornar o quadro. “Adequar dieta e atividade física leva à perda de peso e reorganiza os ciclos”, diz a médica.

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