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Não gosta de beber água? Veja 3 dicas para se hidratar melhor

Beber água é algo essencial para o bom funcionamento do nosso corpo. O líquido executa funções importantíssimas no organismo e é preciso incluí-lo para manter a saúde em dia, mas existem pessoas que não gostam de beber água e precisam de um incentivo para fazê-lo.

Veja 3 dicas!

1. Beba água saborizada.

Para quem não gosta beber água, por não ter sabor, investir em pedaços de fruta, hortelã, gengibre e até gotas de limão pode ajudar a agradar o paladar. Também invista em pedras de gelo, assim a bebida ficará com um visual mais refrescante.

2. Coloque lembretes no celular.

Você pode colocar pequenos despertadores para lembrar de beber mais água, inclusive já existem aplicativos feitos para ajudar quem precisa de mais constância na hora da hidratação. Encontre o seu favorito e não esqueça mais de beber água.

3. Invista em uma garrafa.

Muitas vezes você pode estar bebendo menos água porque ela está “longe” de você. Como passamos grande parte do dia sentados em frente ao computador, se ela não estiver ao nosso alcance, a tendência mesmo é que seja menos consumida. Escolha uma garrafa para deixar a água, assim você precisará sair menos do lugar e poderá consumir tudo que está perto de você.

Curtiu as dicas? Escolha a sua favorita e beba mais água, você vai sentir muita diferença.

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Comece o dia salvando o planeta

Jonathan Safran Foer tinha 9 anos quando foi convertido ao vegetarianismo. Num almoço de domingo, o americano saboreava frango com cenoura e ofereceu um pouco à babá. “Não, obrigada!”, ela recusou. “Por quê?”, quis saber o garoto. “Não quero machucar ninguém”, explicou.

Ao longo dos anos, Foer teve recaídas, mas, quando descobriu que ia ser pai, baniu os bichos do cardápio e escreveu Comer Animais (clique para comprar), sobre os bastidores da indústria da carne.

Hoje, aos 44 anos, ele expande o tema em Nós Somos o Clima (clique para comprar), que nos sensibiliza sobre o papel da alimentação carnívora e de outros fatores na crise ambiental — se as vacas fossem um país, diz Foer, estariam atrás só da China e dos EUA na emissão de gases do efeito estufa. Acompanhe uma entrevista com o autor.

Qual é a importância de mudar nossos hábitos alimentares, como diminuir o consumo de carne, para salvar o planeta?

Não precisamos nos tornar vegetarianos para salvar o planeta. Precisamos apenas voltar a consumir carne como no passado, como faziam nossos pais e avós, ou seja, com moderação. E por duas razões.

A primeira delas: a população mundial não para de crescer. Nossos recursos naturais, ao contrário, estão se tornando cada vez mais escassos. Comer carne é um dos hábitos que mais consomem energia porque exige oferecer entre 6 e 26 calorias ao animal para obter apenas 1 caloria de alimento. É também um dos hábitos mais associados à produção de gases do efeito estufa.

A segunda razão: há 50 anos, a agropecuária foi superada pela indústria e suas práticas extremamente destrutivas para o homem, o meio ambiente e os animais. Volto a dizer: não precisamos ser radicais. Precisamos apenas nos alimentar com moderação.

Você é o primeiro a admitir que a ingestão de carne está enraizada em nossa cultura, “desde o peru do Dia de Ação de Graças ao cachorro-quente nos estádios esportivos”. Como a gente consegue reduzir esse consumo?

A dica que eu dou é: seja honesto sobre quanto consumir carne é importante para a sua vida. Nos EUA, temos o peru do Dia de Ação de Graças. E no Brasil, o que temos? Churrasco ou feijoada nos fins de semana? Quantas vezes por ano é importante comer carne? Natal, Páscoa, Dia das Mães? Sejamos honestos.

Se tivermos que consumir carne só nos fins de semana ou, ainda, em datas especiais, já estaremos fazendo a nossa parte, porque será um consumo relativamente baixo. O importante é guardar o hábito de comer carne para quando for realmente necessário. E não todo dia e a qualquer hora.

Além de consumir menos carne, você propõe voar menos, dirigir menos e ter menos filhos. O que é mais difícil de conseguir?

Essas são as quatro atividades que, segundo a ciência, mais causam impactos no meio ambiente. Veja bem: não sou um modelo de comportamento. Tenho dois filhos, voo mais do que a maioria das pessoas, tenho carro e, durante boa parte da vida, comi de tudo. Sou um modelo de esforço.

Este ano, tomei a decisão de não viajar de avião nas férias. O que acabou se revelando fácil devido à pandemia. Procuro me alimentar bem, comprei um carro elétrico, e por aí vai. Não é fácil, admito. Mas tenho feito o que posso e, com o passar do tempo, aprendi a fazer mais e mais.

Paul McCartney costuma dizer que se tornou vegetariano durante uma pescaria: “O peixe tem tanto direito à vida quanto eu”. E você?

Quando criança, eu tinha uma babá vegetariana. Um dia, ofereci a ela um pedaço de frango e ela recusou. “Não quero machucar ninguém”, respondeu, “a não ser que seja necessário.” Me pareceu um argumento convincente. Mas eu era um vegetariano não praticante, sabe? Volta e meia, comia carne.

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Se estou mais saudável hoje? Acredito que sim. Sabemos que uma pessoa pode ser perfeitamente saudável comendo carne, mas sabemos também que quem come menos carne, especialmente a vermelha, tem pressão e colesterol mais baixos e menos chance de ter câncer.

Em geral, os vegetarianos vivem mais. Mas, para ser sincero, esses não são os principais motivos para mim. O principal motivo é aquele que ouvi aos 9 anos: por não ser necessário. Não quero machucar animais nem destruir o meio ambiente, a não ser que seja necessário. E não é.

No Brasil, alguns adeptos do vegetarianismo já aderiram ao hambúrguer de soja e ao churrasco de melancia. O que acha disso? Já experimentou?

Conheço pessoas que, um belo dia, decidiram se tornar vegetarianas e nunca mais voltaram atrás. Foi a coisa mais fácil do mundo. Conheço outras, como eu, que ainda hoje sentem falta de carne. Para essas pessoas, o hambúrguer vegetariano pode ser uma alternativa.

Não é fácil mudar hábitos alimentares numa cultura que valoriza tanto a carne. O hambúrguer de soja, que você citou, não é a melhor solução. Também faz mal ao meio ambiente. Mas, se comparado ao de carne que é vendido nas lanchonetes, é melhor, muito melhor.

Você tem dois filhos, um de 14 e outro de 11 anos. Você os convenceu a serem vegetarianos?

Não, desde pequenos eles são vegetarianos. O caçula, às vezes, ainda come carne. Mas quero que ele cresça consciente das decisões que tomou. E quero que ele tome decisões de acordo com os seus próprios valores, e não de acordo com os meus.

Em 2009, você lançou Comer Animais, que revela como é produzida a carne que comemos. Agora vem Nós Somos o Clima. Eles se complementam?

Sim. Só que os dois partiram de premissas diferentes. Enquanto um falava sobre hábitos alimentares, o outro foca mais na mudança climática. O curioso é que ambos chegaram à mesma conclusão: temos que comer menos carne.

Você chegou a invadir fazendas de criação de aves para escrever esse primeiro livro. Não temeu represálias ou por sua vida?

Não. Deveria? [risos] Bem, não lembro se senti medo ou não. A indústria agropecuária sabe que, quanto mais tocarmos no assunto, menos as pessoas vão consumir seus produtos. A única forma de ela sobreviver é continuarmos ignorantes sobre os seus efeitos sobre o meio ambiente.

Quando falamos de agropecuária, não estamos falando de fazendeiros, mas de corporações que tratam os próprios fazendeiros como inimigos. E por quê? Porque eles são os primeiros a saber que precisamos comer menos carne.

Volto a dizer: não estou pedindo a ninguém para virar vegetariano. Mas, em um mundo cuja população não para de crescer, não temos mais como arcar com essa quantidade de comida, tão esbanjadora de recursos para sua produção.

Você tem parentes que moram em São Paulo e já veio ao Brasil algumas vezes, né? O que tem achado das notícias recentes sobre o desmatamento da Amazônia e o combate à Covid-19 em nosso país?

Sim, metade da minha família mora em São Paulo. Vivemos situações parecidas tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Temos dois presidentes que não acreditam em ciência. Dois dos maiores países do planeta, sendo liderados por dois dos piores líderes mundiais da história moderna. Não consigo imaginar uma combinação pior e tão extraordinariamente assustadora.

Ficha técnica

<span class="hidden">–</span>Divulgação/SAÚDE é Vital

Nós somos o clima: salvar o planeta começa no café da manhã
Autor: Jonathan Safran Foer
Editora: Rocco
Páginas: 288

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Os adoçantes como uma ferramenta no controle do diabetes

O diabetes é uma doença que acomete cerca de 422 milhões de pessoas no mundo todo e é responsável diretamente por ao redor de 1,6 milhões de mortes por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, segundo a pesquisa Vigitel 2019 do Ministério da Saúde, a prevalência da doença na população é de 7,4%. Na visão da OMS, o número de pessoas com diabetes tipo 2 aumentou dramaticamente nas últimas décadas e há uma meta global acordada para conter o crescimento do problema até 2025.

O diabetes é uma condição crônica que acarreta níveis elevados de glicose no sangue. No decorrer do tempo, isso impacta severamente o coração, os vasos sanguíneos, os olhos, os rins e os nervos. O tipo 2 é o mais comum e atinge a população adulta quando a produção de insulina se torna insuficiente ou o corpo se torna resistente à sua ação. Já o tipo 1, que afeta mais crianças e adolescentes, está relacionado a baixa ou nenhuma produção de insulina pelo pâncreas, tornando obrigatória a reposição do hormônio.

O relatório “Global Report On Diabetes”, publicado pela OMS em 2016, destaca que as maiores causas de diabetes tipo 2 são sobrepeso, obesidade e inatividade física. De acordo com a Vigitel 2019, cerca de 55,4% da população brasileira apresenta sobrepeso e 20,3% dos brasileiros estão obesos. A mesma pesquisa aponta que 44,8% dos adultos em nosso país apresentam nível de atividade física insuficiente.

A má alimentação também ocupa um papel nessa história. A OMS reconhece que ela é um dos principais fatores por trás da obesidade e suas consequências. Nesse sentido, gera preocupação o elevado consumo de açúcar pela população, tanto é que a entidade internacional recomenda fortemente que a ingestão por crianças e adultos seja reduzida e corresponda a menos de 10% (preferencialmente 5%) do total de calorias da dieta.

Visando diminuir esse consumo, a OMS publicou em 2017 algumas propostas, tais como a realização de campanhas educativas, a taxação de bebidas contendo açúcares adicionados, a restrição de propaganda de certos alimentos e a reformulação de alguns produtos pela indústria. No Brasil, em 2018 foi assinado o primeiro acordo para redução do ingrediente nos alimentos entre o Ministério da Saúde e entidades do setor como a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia). O acordo tem como meta a redução de 144 mil toneladas de açúcares dos alimentos e bebidas até 2022.

Onde entram os adoçantes

Uma alternativa ao açúcar é o uso de edulcorantes, aditivos alimentares definidos pela Anvisa como substâncias diferentes dos açúcares que conferem sabor doce ao alimento. São popularmente conhecidos como adoçantes. E podem ser considerados uma ferramenta útil na redução de açúcares e calorias nos alimentos e na dieta.

Ainda em 2015, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou um decreto autorizando a fabricação de bebidas, caso de refrigerantes, refrescos e xaropes, com mistura de açúcar e edulcorantes, como uma ação emergencial visando à redução parcial do conteúdo de açúcar desses produtos. Isso faz parte de um esforço, contemplado nas propostas da OMS, de ajudar a população a ter opções com menos açúcar nas prateleiras — estratégia que passa por desafios dentro da indústria e pela aceitação dos consumidores.

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O fato é que, pensando na redução de calorias, muitas pessoas fazem uso dos edulcorantes para minimizar a ingestão de açúcar e controlar o peso. Mas não é só. Eles também têm um papel no manejo do diabetes. E, nesse sentido, vale elencar alguns pontos reunidos pela International Sweeteners Association (ISA), organização internacional sem fins lucrativos que dissemina atualizações científicas sobre o assunto:

  • Os adoçantes sem ou de baixas calorias demonstram ser seguros e podem ser usados como parte de uma estratégia para adultos e crianças gerenciarem o peso e o diabetes, como se posiciona a Associação de Diabetes do Reino Unido.
  • Na mesma linha, o consenso da Associação Latino-Americana de Diabetes afirma que o consumo de adoçantes sem ou de baixas calorias é seguro dentro dos níveis de IDA (ingestão diária aceitável) e eles podem ser empregados como substitutos do açúcar na dieta para controle do peso e da glicose.
  • Por fim, a Associação Americana de Diabetes conclui que o uso dos adoçantes promove redução na ingesta de calorias e carboidratos, proporcionando melhor controle glicêmico e do peso.

Além do posicionamento dessas entidades, é imprescindível destacar o rigoroso processo de avaliação dos adoçantes para confirmar sua segurança, que passa por estudos toxicológicos que apuram efeitos adversos no organismo. Diante de qualquer novo achado científico nessa área, os edulcorantes são submetidos à reavaliação. Tais produtos passam pelo aval de instituições do porte da FAO, o braço da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, e da OMS, responsável pela segurança dos edulcorantes e estabelecimento da IDA.

O processo para aprovar e manter o uso dos adoçantes em alimentos e bebidas baseia-se justamente nesse índice de ingestão diária aceitável. E eles estão entre os ingredientes mais amplamente avaliados pelas autoridades sanitárias, sendo autorizados em mais de 100 países, entre eles o Brasil.

Apesar de ter sua segurança aprovada por inúmeras pesquisas e agências ao redor do mundo, os edulcorantes constantemente são alvo de publicações na mídia e nas redes sociais relacionando seu consumo a doenças e eventos adversos à saúde. No entanto, tais apontamentos não têm alterado o status regulatório dessas substâncias. Os comitês internacionais que são referência consideram os adoçantes seguros nas condições previstas de uso. Portanto, são uma ferramenta para substituição do açúcar capaz de ajudar a controlar o peso e o diabetes.

O diabetes é um assunto sério e o alcance da meta global de contenção dos seus números depende de ações que mitiguem os fatores por trás da doença. Isso passa pelo estímulo à atividade física e pela adesão a uma alimentação saudável, com destaque para a redução no consumo de açúcar. Os adoçantes aparecem, assim, como um recurso de saúde pública. E a ciência e a tecnologia de alimentos têm colocado suas contribuições à mesa, oferecendo opções de edulcorantes cada vez mais diversas, seguras e acessíveis.

* Talita Fernanda dos Santos Andrade é engenheira de alimentos, mestranda em ciência de alimentos pela Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp (FEA-Unicamp), responsável pela área de assuntos regulatórios da FrieslandCampina Ingredients Latam e colunista do Blog Food Safety Brazil

Adriana Pavesi Arisseto Bragotto é engenheira de alimentos, mestre e doutora pela FEA-Unicamp, onde atua como professora na área de toxicologia de alimentos. É também coordenadora científica da Força Tarefa de Food Safety no International Life Sciences Institute (ILSI Brasil)

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As doces novas sobre o chocolate

“As pessoas que consomem chocolate são as que gozam de saúde mais constante, e as menos sujeitas a uma série de pequenos males que perturbam a felicidade da vida.” Entre descrições sensoriais e aspectos históricos, o francês Jean-Anthelme Brillat-Savarin (1755-1826), considerado o pai da gastronomia, chama a atenção para as benesses associadas à delícia em seu clássico A Fisiologia do Gosto, da Companhia das Letras (clique para comprar). Embora a constatação seja secular, as vantagens ganham força a cada dia, chanceladas pela ciência.

Uma das investigações mais recentes avalia os impactos do doce nos vasos que irrigam o coração, as coronárias, e foi publicada no periódico European Journal of Preventive Cardiology. Os estudiosos analisaram pesquisas das últimas cinco décadas, com um total de 336 289 participantes. Observou-se um elo entre o alimento e a diminuição do risco de doença arterial coronariana e, portanto, de perigos como o infarto. Para o médico Francisco Fonseca, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), o trabalho confirma dados já colhidos anteriormente. “Como se trata de um estudo observacional, levanta hipóteses interessantes sobre os benefícios atrelados ao consumo de chocolate”, avalia o cardiologista.

E as pistas apontam para a ação de compostos antioxidantes encontrados na iguaria, vindos de sua matéria-prima, a semente do cacau. A lista de moléculas engloba o grupo dos polifenóis, especialmente flavonoides como catequinas, epicatequinas, quercetinas e antocianidinas, além dos taninos. Outra família que surge em abundância é a de metilxantinas, com destaque para a teobromina, promotora de bem-estar. Juntas, atuam em sinergia, intensificando os efeitos positivos. Evidências indicam que essa mistura estaria por trás de alguns processos capazes de fazer o coração bater feliz.

Para começar, a fórmula favorece maior liberação de óxido nítrico, substância reconhecida por melhorar a elasticidade dos vasos e afastar a pressão alta. “A literatura científica também mostra que esses componentes ajudam a reduzir a agregação de plaquetas, o que evita a formação de trombos e colabora para a circulação sanguínea”, conta a nutricionista Ludmila Novaes, do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo.

Há ainda um ingrediente inusitado no enredo: a gordura. Apesar de o alimento oferecer um tipo de ácido graxo saturado, o esteárico, no nosso organismo ele tem sua estrutura modificada por enzimas e, aí, se comporta como um monoinsaturado, o mesmo do azeite — ligado ao equilíbrio das taxas de colesterol. Não bastassem todos esses mecanismos, saborear um tablete desencadeia uma cascata de sensações agradáveis, que, indiscutivelmente, fazem bem até à cuca.

Theobroma significa “alimento dos deuses” e foi o nome escolhido para o cacaueiro. Olmecas, maias e astecas, que viveram na atual América Central e no México, já lhe atribuíam poderosos efeitos. Vem desses povos antigos a receita da bebida, batizada de xocolatl, feita com as amêndoas, água e outros ingredientes, caso da pimenta. Na nossa Amazônia, até os dias de hoje se elabora um líquido especial a partir de suas sementes, conhecido como “caldo da santa”. É costume servi-lo durante cerimônias religiosas, repletas de orações.

Levado por espanhóis para o outro lado do oceano, no século 16, o cacau conquistou a nobreza — e sua fama como revigorante se espalhou por vários países. E, sob a forma de tabletes, barras, bombons e afins, continua cultuado. A preferência mundial se deve a uma composição ímpar. Além das substâncias antioxidantes, já mencionadas, presenteia o corpo com compostos capazes de elevar a produção de endorfina, serotonina e dopamina. Esse trio de “inas” é um poço de bem-estar e responde pelo prazer que vem na sequência ao consumo. Entendeu por que em momentos de melancolia há quem devore uma caixa em segundos?

Para muita gente, a parcimônia é tarefa difícil em qualquer situação, na alegria e na tristeza. Afinal, a receita é de uma consistência inigualável: firme em temperatura ambiente, mas cremosa no calor da boca. Sem contar o sabor e o aroma — só a descrição já faz salivar. Daí por que é um desafio contentar-se com pouco. Exageros, entretanto, nunca são desejáveis, mesmo quando o alimento é carregado de qualidades, caso do chocolate.

“Uma das estratégias para evitar excessos é a prática de mindful eating”, comenta a nutricionista Valeria Arruda Machado, diretora executiva do Departamento de Nutrição da Socesp. Trata-se de uma técnica para comer com atenção plena, contemplando, agradecendo e percebendo texturas, gostos e cheiros. Há evidências de que a tática favoreça a autorregulação e ajude a equilibrar reações automáticas diante da comida, responsáveis por aquelas compulsões.

Ao degustar a próxima trufa, que tal evitar distrações e focar nas sensações que ela desperta, incluindo a de saciedade? Com parcimônia, todos podem apreciar, até mesmo quem tem diabetes. Basta que esteja em dia com o controle glicêmico e siga orientações dos profissionais que fazem seu acompanhamento. Inclusive, existem indícios de que as substâncias benfeitoras do chocolate, sobretudo os polifenóis, colaboram para o equilíbrio da glicose — uma revisão científica que desvenda essa atuação foi publicada na revista International Journal of Environmental Research and Public.

Diante da prateleira

Os tipos amargos são os mais recomendados porque concentram maior quantidade do fruto do cacaueiro. “O melhor é consumir as versões com pelo menos 70% de cacau”, sugere a médica Marcella Garcez Duarte, da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). Aos que estranham, uma dica é educar o paladar gradualmente. Também é possível encaixar os tabletes ao leite no dia a dia, desde que seja com juízo. A nutricionista Maristela Strufaldi, da Sociedade Brasileira de Diabetes, ensina um macete: “Dá para saborear uma porção pequena, como sobremesa, depois de um prato com arroz, feijão, salada e um filé, por exemplo”. Maristela explica que as fibras e outros nutrientes vindos da refeição atenuam o impacto do açúcar presente no doce — isto é, a glicose cai na circulação mais lentamente. Xô, problemas!

Para evitar o ingrediente açucarado, há quem priorize os chocolates dietéticos. Só que muitos escondem armadilhas. É que a retirada da sacarose costuma levar junto o gosto e, daí, gordura extra é incorporada para suprir a falta de sabor e ainda dar textura ao produto. Por isso, verifique o rótulo.

Mas o ideal mesmo é entender que predileções não precisam ser ignoradas. Tanto que pesquisadores estão trabalhando para incrementar a formulação original da guloseima. Um grupo italiano acrescentou azeite de oliva e potencializou a ação antioxidante. Já estudiosos americanos escolheram o nosso amendoim e criaram tabletes com alto teor de fitoquímicos, mas com as características sensoriais e a suavidade do chocolate ao leite. Vanderli Marchiori, nutricionista e fitoterapeuta de São Paulo, aprova as misturas. “O amendoim traz ainda mais polifenóis”, nota. Combinações ainda geram perfumes, cores e sabores especiais.

O agrônomo Otoniel Ribeiro Duarte, chefe-geral da Embrapa Roraima, conta que certa vez estava de visita em uma área de igarapés da Floresta Amazônica, na região de Mucajaí, quando foi atacado por macacos que se refestelavam entre cacaueiros e ficaram bravos quando perceberam a presença humana. Os bichos lançavam os frutos. “Tive a impressão de que eles não queriam compartilhar o alimento com mais ninguém”, lembra.

Verdadeiros guardiões da natureza, os animais também se utilizam de métodos menos violentos para a preservação do cacau. Como costumam apreciar especialmente a polpa, desprezam as sementes por onde passam. “Assim, colaboram para a disseminação da espécie”, revela o pesquisador.

Graças aos maias e astecas, muita gente acredita que o berço do cacaueiro fica restrito à América Central e ao México, mas ele se originou em território extenso, que engloba, inclusive, a nossa Amazônia. A árvore pode alcançar 20 metros de altura, mas em condições de cultivo atinge, em média, de 3 a 5. Os frutos são como bagas, cilíndricas ou redondas, com cerca de 20 centímetros, que guardam de 30 a 40 amêndoas, recobertas com uma massa aquosa e ácida, com tons que variam do branco ao rosa.

No século 17, a espécie viajou para Ilhéus e Itabuna e, em meio a uma paisagem deslumbrante da Mata Atlântica, se adaptou e ganhou tempero baiano. Até o final dos anos 1980, o cultivo se deu a todo vapor e a prosperidade tomou conta do local (como mostra a obra do escritor Jorge Amado). Mas um fungo conhecido como vassoura-de-bruxa desembarcou por lá — dizem as más línguas que foi de forma criminosa —, dizimando as plantações.

Desde então, muita pesquisa tem sido conduzida para que possamos retornar aos primeiros lugares no ranking de produção mundial. Uma boa-nova é que, tanto na Amazônia quanto nas cidades baianas, a cacauicultura começa a ser marcada por práticas sustentáveis. O engenheiro-agrônomo Manfred Willy Müller, coordenador de pesquisa e inovação da Comissão Executiva de Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), conta que o plantio pode favorecer a recomposição de reservas florestais.

Tem cacau na floresta

“Embora a árvore não deva ser classificada como espécie típica de sombra, cresce bem sob copas frondosas”, comenta Müller. Daí que uma das práticas mais conhecidas é a chamada cabruca, em que o cultivo é feito em harmonia com plantas silvestres. Sobre as vantagens do sistema de sombreamento, vale ressaltar a proteção contra pragas, ventos, chuvas pesadas, sol intenso, sem contar a colaboração para a biodiversidade. Jatobás, castanheiras e ipês são boas parceiras.

Respeitar algumas regras de manejo, com o devido espaçamento para evitar competição de nutrientes e permitir a entrada de luz, é primordial. Pesquisadores da Embrapa e da Ceplac costumam montar oficinas para ensinar certos truques aos agricultores.

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O chocolateiro Ernesto Neugebauer, da Danke, juntou o que há de ponta em tecnologia com conhecimentos ancestrais, tanto de sua família quanto de povos da Amazônia, região onde instalou uma fábrica sustentável. “O zelo com o plantio e com os primeiros passos do beneficiamento ajuda a extrair o que há de melhor do fruto”, defende.

Remete ao movimento global conhecido como bean to bar — traduzindo, “do grão à barra” — e reverbera o cuidado com cada uma das fases da produção até chegar ao delicioso resultado final. Para fechar com mais uma notícia fresca e gostosa, cresce a tendência de inserir ingredientes nativos às fórmulas, como açaí, cupuaçu e maracujá. É pura brasilidade — e mais uma lembrança do tanto de riqueza que (ainda) cresce em nosso quintal.

Em três versões

Entenda o que diferencia os principais tipos de chocolate

Amargo: Os de sabor mais intenso tendem a exibir a partir de 70% de cacau e detêm muito da riqueza do fruto. Versões meio amargas oferecem, em média, de 40 a 60%.

Branco: Há quem defenda que o doce nem deveria ser chamado de chocolate, já que não leva as sementes de cacau. É feito com a manteiga extraída do fruto misturada ao leite.

Ao leite: Na receita, criada na Europa, entra a manteiga de cacau e o leite em pó. O teor de cacau varia de 30 a 40%, daí que também possui sua dose de fitoquímicos protetores.

Receita turbinada

Certos ingredientes costumam ser adicionados aos tabletes e bombons:

Frutas: Da tradicional cereja passando pelas cítricas, a espécies nativas, como o cupuaçu, os frutos agregam compostos protetores e perfumes marcantes.

Oleaginosas: Avelã, amendoim, castanhas, nozes e afins casam perfeitamente com o doce. Ainda têm gorduras boas (apesar das calorias extras)
e outros nutrientes.

Ervas e especiarias: A menta e demais plantas imprimem um frescor. Já canela e pimenta são encontradas em receitas milenares e fascinam com o toque ardido.

Adoçantes: São recrutados em receitas sem açúcar e, às vezes, para dar textura. Não deixe de olhar o teor de gordura nesses produtos — pode ser elevado em alguns.

Como a magia acontece

Conheça algumas etapas que colaboram para dar sabor, aroma, consistência e brilho ao chocolate:

Colheita
A experiência ajuda o produtor a saber o tempo certinho de tirar o fruto do pé. Com seu facão, ele parte a casca dura sem danificar os caroços que são desprendidos da polpa.

Fermentação
É uma das fases mais importantes e leva uns seis dias. Leveduras e bactérias interagem com as amêndoas do cacau, colaborando para o gosto peculiar do chocolate.

Secagem
Nessa etapa, retira-se o excesso de umidade para evitar a formação de mofo nas sementes. Costuma ocorrer ao sol, mas pode ser realizada de maneira artificial em tempos de chuva.

Torrefação
Aqui, compostos voláteis indesejáveis, que interferem no sabor do alimento, são eliminados. Requer muito conhecimento técnico para o controle das temperaturas.

Moagem e prensagem
Retirada a casca das sementes, os processos seguintes separam a manteiga e a chamada torta, um tipo de massa de coloração escura que é a principal matéria-prima do chocolate.

Conchagem
Torta e manteiga de cacau, além de outros componentes, entram na concheadeira, máquina que auxilia a remover água, atenuar a acidez e promover a aeração do produto.

Temperagem
Essencial para consistência, brilho e validade, esse processo controla a temperatura e permite a formação de cristais responsáveis pela solidificação do doce.

Cacau no copo

Durante as etapas da fabricação do chocolate, destaca-se um pó que resulta da moagem das sementes do cacau. Já dá para imaginar que concentra uma variedade de compostos benéficos, certo? Pois pesquisadores resolveram usá-lo em um estudo, publicado no periódico Circulation Research. Eles comprovaram uma melhora no fluxo sanguíneo entre voluntários que consumiram uma bebida feita com o produto.

A nutricionista Ludmila Novaes, do InCor, sugere a troca dos achocolatados, que normalmente carregam excesso de açúcar, por esse tipo de ingrediente. Baiana, Ludmila costuma visitar fazendas de cacau no Vale do Jequiriçá e também indica o consumo de nibs, conforme costume local. “Esses pedacinhos da semente torrada concentram flavonoides e outros protetores”, justifica.

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Olha os brotos! Os benefícios e modos de uso desses alimentos

Semente, água, ar e um tiquinho de disposição: esse combo é suficiente para ter em casa brotos comestíveis, ingredientes dos mais saudáveis de que se tem notícia. Eles ainda são pouco consumidos pelos brasileiros, mas integram a culinária chinesa há nada menos do que 5 mil anos. Nos Estados Unidos e na Europa, a demanda por esses alimentos só cresce, especialmente pela combinação de pouca caloria e alto teor nutritivo.

Não estranhe se ouvir alguém chamá-los também de “comida viva”, já que falamos de itens biogênicos — ou seja, que expandem e geram vida. A verdade é que os brotos nada mais são do que um estágio avançado de germinação de mais de 30 espécies de sementes de hortaliças (rúcula, brócolis, couve, rabanete…), leguminosas (feijão, grão-de-bico, alfafa, soja…), cereais (trigo, arroz, cevada, centeio….) e oleaginosas (girassol, alpiste, gergelim…), além de quinoa e amaranto.

De fácil digestão, eles oferecem o que há de melhor para nosso organismo funcionar bem e se manter protegido contra inúmeras doenças crônicas e associadas ao envelhecimento. Para entender o motivo, vale examinar com lupa o ritual da natureza que começa quando a gente desperta a semente com um bom banho de água filtrada. O gestor ambiental Guilherme Reis Ranieri, especialista em etnobotânica de plantas alimentícias de São Paulo, explica que a hidratação incha a semente e a casca se rompe, revelando uma pontinha de raiz que cresce até formar o broto. “Esse processo instiga as reservas naturais de nutrientes das sementes e ativa o metabolismo da planta, aumentando a concentração de fibras, proteínas, minerais, vitaminas e antioxidantes”, descreve o autor do perfil de Instagram @matosdecomer.

“A força biológica da germinação é como a de uma nave espacial decolando”, compara o médico Alberto Peribanez Gonzalez, do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP), na capital paulista, e autor dos livros Lugar de Médico É na Cozinha (clique para comprar) e Cirurgia Verde (clique para comprar), ambos da Editora Alaúde. “Em apenas uma semana, a semente germinada já formou hastes de 10 centímetros de altura sem necessidade de terra, fertilizante ou substrato”, relata.

O mais bacana é que essa verdadeira usina de nutrientes pode ser montada em casa, em qualquer região e época do ano, sem exigir grandes cuidados, e em espaços tão diminutos quanto potes de vidro — desses de azeitona ou palmito mesmo. Dependendo da espécie, 1 quilo de sementes produz de 5 a 12 quilos de brotos.

Para Gonzalez, o consumo diário desses alimentos deveria ser até estratégia de saúde pública. “Com uma pequena produção caseira, famílias de diferentes níveis socioeconômicos conseguiriam enriquecer a dieta”, justifica. Que tal provar? Existem kits com os materiais básicos, como os vendidos pela startup paulistana Yes, We Grow. Mas dá para recorrer ao que você já tem em casa. Para ajudar na escolha do broto, a seguir detalhamos os benefícios de alguns dos mais badalados na cozinha.

Broto de feijão

Queridinho da culinária oriental, o broto de feijão-moyashi, também conhecido como feijão-mungo, reúne uma série de predicados: é saboroso, crocante, pouco calórico e muito nutritivo. E olha que beleza: o processo de germinação elimina as indesejáveis substâncias que causam flatulência e também os compostos que dificultam a absorção de nutrientes pelo organismo.

“Há pelo menos cinco espécies que produzem brotos gostosos e saudáveis, como o feijão-azuki, o branco e até mesmo o carioquinha”, nota Ranieri, frisando que todos são excelentes fontes de ferro, magnésio, fósforo, zinco e cálcio, além de vitaminas A, C, E e K. Sem falar na presença de fibras e proteínas. Não são poucos os estudos que associam as propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes desse alimento a uma maior proteção contra doenças cardiovasculares, Alzheimer e câncer.

Guarde a dica: Ele fica uma delícia quando cozido em sopas e refogados. Só não submeta a uma temperatura acima de 60 ºC. Isso pode levar a perdas nutricionais.

Broto de brócolis

O alimento faz parte da família das crucíferas, assim como couve-flor, repolho, couve, rúcula, agrião e mostarda. Os brotos dessas sementes são cheios de vitaminas A, C e K. Há ainda um montão de fibras, que dão saciedade, melhoram o trânsito intestinal, fortalecem a imunidade e contribuem para a manutenção dos níveis de açúcar no sangue.

Pensa que acabou? Os brotos de brócolis são abastecidos de sulforafano, substância com habilidade de atuar diretamente em nosso DNA, reduzindo o risco de alterações que levam ao câncer. Um estudo publicado na revista Science indica que o consumo regular desses alimentos ajuda a evitar diferentes tipos de tumor, como de intestino, mama, próstata, útero e fígado. Já cientistas da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, investigam o potencial desse broto para controlar sintomas de esquizofrenia.

Guarde a dica: Molhos aliviam o amargor de certos brotos. Misture azeite, um item picante (gengibre, pimenta), algo doce (fruta desidratada), sal e limão (ou vinagre).

Broto de alfafa

É o segundo tipo mais fácil de encontrar por aqui — só perde para o moyashi. Ele concentra doses consideráveis de cálcio, fósforo, ferro, zinco e vitaminas A, B e C. Diferentemente de outros brotos, o de alfafa tem gosto mais suave e, por isso, agrada até os paladares mais exigentes.

Outra peculiaridade importante é que ele pode ser germinado na presença de luz solar — os demais se dão melhor no escuro, por isso é bom cobrir o pote —, garantindo clorofila à plantinha. Assim, ela fica turbinada de agentes que neutralizam radicais livres. “Na prática, eles diminuem a sobrecarga dos rins, melhoram as funções respiratória e hepática, além de dar uma ajuda a quem sofre com acidez. Beneficiam ainda pele, cabelos e unhas”, enumera o médico do Einstein.

Guarde a dica: O consumo cru é o mais proveitoso do ponto de vista nutricional. Misture na salada, bata com sucos e coloque em sanduíches. É ótimo também como petisco.

Broto de girassol

Suculento e levemente adocicado, o ingrediente tem alta concentração de ômega-6, gordura considerada boa — só é preciso caprichar também no ômega-3, já que o desequilíbrio entre os dois nutrientes predispõe a inflamações. Além disso, o broto de girassol carrega substâncias antioxidantes e vitaminas do complexo B, que zelam pelo bem-estar mental.

Outro nutriente que desponta no alimento é o zinco, amigo da imunidade — entre homens, há indícios de que ele melhora até a qualidade dos espermatozoides. Antes de consumir o broto, vale um cuidado: “É preciso remover a casca que se solta da semente no processo de germinação para que ele não fique duro e fibroso”, observa Ranieri. “Para isso, basta jogá-la na água e agitar. As cascas vão boiar, facilitando a retirada”, ensina.

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Guarde a dica: É um dos brotos mais versáteis. Pode entrar na salada de frutas e na finalização do macarrão alho e óleo. Cai bem até na decoração de sobremesas.

Broto de soja

Os vegetarianos já conhecem a abundância proteica da leguminosa. Fora os compostos que parecem resguardar contra tumores na mama e na próstata. Pois no broto as propriedades se intensificam, com a vantagem de ter o sabor menos marcante. Os benefícios são tantos que, recentemente, a Embrapa desenvolveu o Tecnobroto, equipamento criado com materiais caseiros que ajuda a automatizar a produção, facilitando a vida de pequenos agricultores.

“O Brasil é o maior produtor mundial de soja, mas não tem o hábito de cultivar brotos. Queremos incentivar essa prática e, assim, incrementar a alimentação”, explica o pesquisador Marcelo Alvares de Oliveira. No site da entidade, há o passo a passo para elaborar o acessório. “Ele serve para qualquer broto, com pequenas adaptações”, conta Oliveira.

Guarde a dica: De consistência mais firme, fica melhor cozido ou refogado. Prove no frango xadrez ou bata ½ xícara do broto com água e frutas para uma bela vitamina.

Broto de quinoa

Originária dos Andes, a pequena semente é um superalimento. Não à toa, a Nasa — a agência espacial dos Estados Unidos — incluiu a quinoa na dieta dos tripulantes de missões de longa duração. Bastam quatro horas de imersão em água e dois a três dias de germinação para ter seu broto. “Ele é fonte de ômegas 3 e 6, gorduras essenciais para o funcionamento cerebral”, observa Gonzalez.

“Também reúne vitaminas do complexo B e ferro, fortalecendo o sistema imunológico e potencializando o metabolismo”, completa. O médico ainda faz questão de citar as fibras, substâncias que, como vimos, colaboram para um processo digestivo mais eficiente, entre outras coisas. Os brotos de gergelim e alpiste reúnem vantagens similares. Que tal revezar a trinca?

Guarde a dica: No café da manhã, consuma a quinoa germinada com banana em rodelas temperada com caldo de um limão, canela, melado de cana e gengibre ralado.

Broto de repolho roxo

Outro integrante do time das crucíferas. Apresenta as mesmas propriedades do broto de brócolis, com destaque para a ação antioxidante e o estoque de vitaminas A, K, C e E. Esse mix preserva os neurônios, faz um bem danado a olhos, pele e cabelo e auxilia na prevenção e na cicatrização de feridas e úlceras.

Sua coloração roxa vibrante enche a vista. E a tonalidade se deve a um pigmento natural, a antocianina, que, mais do que embelezar as receitas, aguça a imunidade, reduz os níveis de colesterol e nos defende de males ligados ao envelhecimento. As fibras também dão as caras, para a alegria do intestino. Para ter ideia, 100 gramas de repolho roxo em forma de broto somam apenas 103 calorias. Pode encher o prato — com esse e outros tipos. Eles são pequeninos só do lado de fora.

Guarde a dica: Um vinagrete de broto de repolho roxo fica colorido e bastante nutritivo. Escale também para enfeitar a brusqueta de tomate e pesto recém-saída do forno.

O passo a passo do cultivo

Na maioria dos casos, os brotos demoram de sete a dez dias para serem colhidos

Escolha da semente: Opte por versões específicas para esse cultivo, pois são mais vigorosas e com maior teor germinativo. Estão à venda na internet e em lojas agrícolas.

Hidratação: Em uma bacia ou no pote, deixe as sementes de quatro a 12 horas na água filtrada. Elas se expandem — então não preencha mais do que 2 centímetros da vasilha.

Hora do descanso: Escorra a água das sementes. Lave e seque bem o pote. Ponha as sementes de volta e cubra o recipiente com um tecido respirável. Prenda-o com elástico.

Tempo de colheita: Guarde o pote inclinado para não juntar água. Regue de uma a três vezes ao dia, escorrendo bem depois. Pode colher os brotos ao atingirem uns 10 centímetros.

Atenção à segurança

Tenha em mente que o prazo de validade dos brotos é curto. Para se certificar de que dá para comer, avalie se possuem frescor e não têm cheiro forte. Ao cultivar em casa, lembre-se de que limpeza e circulação de ar evitam a proliferação de micróbios.

Para matar eventuais bactérias na superfície do grão antes da germinação, o engenheiro-agrônomo Marcelo Alvares de Oliveira, da Embrapa Soja, orienta mergulhar as sementes por quatro minutos numa solução de 100 ml de água sanitária para 900 ml de água filtrada. Após a colheita, os brotos duram cerca de duas semanas na geladeira, em potes herméticos — e com papel-toalha em cima para absorver o excesso de umidade.

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Coronavírus melhorou ou piorou a alimentação? Depende do seu grupo social

O coronavírus virou a vida do brasileiro de cabeça pra baixo — e a alimentação não é exceção. Só que, enquanto dois estudos sugerem melhorias nos hábitos à mesa no Brasil, outro aponta pioras. Por que conclusões tão discrepantes? E o que tirar de cada levantamento?

Comecemos pela pesquisa NutriNet, conduzida no Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP). Os experts colheram respostas sobre a dieta de brasileiros entre os dias 6 de janeiro e 15 de fevereiro de 2020 e, depois, repetiram o processo entre o 10 e o 19 de maio. Ou seja, há informações de antes e depois da pandemia.

A investigação revela aumentos pequenos, mas significativos, no consumo de verduras e legumes (de 87,3% para 89,1%), frutas (de 78,3% para 81,8%) e leguminosas (de 53,5% para 55,3%).

Essa tendência positiva é reforçada por uma enquete mais recente (feita de 22 de setembro a 6 de outubro), encomendada pela Herbalife Nutrition e conduzida pela One Poll. A “Pesquisa Global Sobre Hábitos Alimentares na Pandemia” abordou 28 mil pessoas de 30 países (mil são daqui) e indica que 50% dos brasileiros afirmaram estar consumindo mais frutas e verduras após a chegada da Covid-19. Já 45% disseram que vem ingerindo mais itens à base de plantas e 43% alegaram reduzir o espaço da carne no cardápio.

O outro lado da dieta nacional

Já um terceiro estudo, a ConVid Pesquisa de Comportamentos, traz conclusões diferentes. A partir de questionários preenchidos por 44 mil brasileiros, os cientistas notaram uma maior dificuldade de consumir alimentos saudáveis cinco vezes ou mais por semana. O trabalho, conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal de Minas Gerais, conclui:

• 33% das pessoas afirmaram consumir legumes e verduras cinco vezes ou mais na semana durante a pandemia, contra 37,3% antes dessa crise
• No caso das frutas, o número caiu de 32,8% para 31,9%
• Quanto às leguminosas, 31,9% disseram comê-las cinco vezes ou mais por semana durante a pandemia. Mas 32,8% alegaram que tinham esse hábito positivo antes do desembarque do coronavírus

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Além disso, a pesquisa revela um crescimento no consumo de alimentos ultraprocessados, que são ligados a diferentes problemas de saúde:

• 10% dos voluntários admitiram ingerir congelados (como pizzas, lasanhas e pratos prontos) em dois ou mais dias na semana antes da pandemia. A taxa aumentou para 14,6% durante a pandemia
• Quando o assunto são salgadinhos de pacote, o índice subiu de 9,5% para 13,2%
• Por fim, o consumo de doces (que incluem chocolates, biscoitos e pedaços de tortas ou bolos) foi de 41,3% para 47,1%.

Parte dessa diferença entre os estudos pode ser explicada pela forma com a qual os pesquisadores questionaram os voluntários. Ora, métodos diferentes trazem dados diferentes.

Mas outro ponto importantíssimo é o perfil dos entrevistados — e daqui podemos tirar ensinamentos. O próprio relatório do estudo NutriNet, da USP, admite que o trabalho da Fiocruz selecionou um grupo de respondentes com características sociodemográficas mais representativas de toda a população adulta do Brasil.

No caso da NutriNet, 78% do público analisado era composto por mulheres e quase 80% morava no Sul e no Sudeste. Conclusão: estamos falando de um grupo mais feminino e rico do que a média nacional.

Isso sugere que as mulheres podem se cuidar melhor em tempos de pandemia e que o dinheiro é importante para manter a alimentação saudável, especialmente numa crise que afetou a economia.

A habilidade feminina de não deixar o coronavírus sabotar a dieta parece ser confirmada por outro estudo da USP — esse conduzido pela Faculdade de Medicina da instituição. Focado apenas em mulheres (74,5% da região Sudeste), ele coletou respostas de 1 183 participantes entre junho e setembro de 2020. Os dados mostram que elas estão cozinhando mais, abandonando dietas radicais e reduzindo a ingestão de álcool.

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Bem-vindo, abacaxi! Conheça o rei dos frutos, que abençoa nossa digestão

Olha que deliciosa coincidência marca o lançamento desta coluna. Parece até sorte de estreante. Não bastasse aparecer entre as primeiras palavras do dicionário — e a ideia aqui é brincar com o ABC para falar sobre inúmeros alimentos —, o abacaxi também representa boas-vindas.

Muito antes das caravelas europeias aportarem em terras americanas, os indígenas já colocavam o vegetal na entrada das moradias para receber os visitantes. Era um símbolo de acolhimento e amizade.

Diz-se que alguns estrangeiros adotaram o costume em suas casas. Nobres passaram a oferecer a iguaria como sinal de hospitalidade. Em mesas bem mais simples, e passados séculos e séculos, surgiu em forma de jarra plástica com aquele toque de aconchego, de casa da vó.

O abacaxi também já foi visto como ícone de riqueza. Daí que, em tempos coloniais, o fruto exposto na fachada refletia prosperidade. Inclusive, quem passeia sem pressa pelas ruas do centro histórico de Paraty, no Rio de Janeiro, dificilmente deixa de notar um sobrado antigo, todo adornado com figuras geométricas e uma porção de abacaxis sobre suas grades superiores.

Ao que tudo indica, foram os guaranis que domesticaram a espécie. Diante do sabor e da beleza, esses povos quiseram tê-la sempre por perto e assim começaram a cultivá-la. O abacaxizeiro tem sua origem no centro do Brasil e do Paraguai. Dali começou sua viagem pela América Central, alcançou o México e as Antilhas e seguiu para alçar a fama do outro lado do oceano.

Seu nome também é obra dos índios. Deriva do tupi-guarani, onde “ibá” significa “fruto”, e “cati” quer dizer “cheiroso”. Ninguém contesta. O aroma apresenta propriedades sensoriais incomuns, dificilmente obtidas por síntese química. Substâncias de nomes complicados, caso dos ésteres alílicos, estão entre as principais responsáveis pelo perfume.

Para os botânicos, trata-se de uma infrutescência, ou seja, um agrupamento de frutos. Ele é composto por um conjunto de até 200 pequenas bagas carnosas e cada um desses gomos surge a partir de uma flor. Já a famosa coroa é um tufo de folhas. Ela serve, inclusive, como muda para o replantio.

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O formato encantou os estrangeiros. Basta ver a descrição do frei português Antonio do Rosário (1647-1704), autor de Frutas do Brasil, obra que mescla natureza e ensinamentos religiosos: “Nasce com coroa como rei; na casca, que parece um brocado em pinhas, tem a roupa real; nos espinhos, como arqueiros, tem a sua guarda; pelas insígnias reais com que a natureza o produziu tão singular, de grande e formosa estatura, tem a forma digna de império…”.

Reinado nutricional

Se a coroa torna o abacaxi a majestade dos frutos, uma substância muito particular contribui para ele ser considerado um alimento sui generis. É a bromelina. Está presente em toda a sua estrutura, com grande concentração no cilindro central e é exatamente por causa dela que aquele talinho pinica a língua de algumas pessoas mais sensíveis.

Esse ingrediente, na verdade uma enzima, tornou-se famoso por interferir com as proteínas, quebrando-as. Na dose certa, pode compor marinadas, atuando como amaciante de carnes. Só não vale exagero porque o efeito é potente e os bifes podem até desmanchar.

No nosso organismo, a bromelina colabora para a boa digestão. Uma sugestão é apreciar algumas fatias de abacaxi depois do churrasco.

Ainda que existam variedades mais doces, caso do Pérola, a acidez sempre estará presente. Sem dúvida uma marca registrada, que faz toda a diferença na culinária. Desde sucos e drinks, como o gringo piña colada, até pratos de peixes e frutos-do-mar, passando por bolos, geleias, caldas, cremes e sorvetes, o abacaxi passeia pelas mais diversas preparações, emprestando seus perfumes e sabores.

Também incrementa o cardápio com doses de fibras, aliadas do intestino, e ainda oferta minerais como o potássio, além das vitaminas A e C, entre outros guardiães da saúde.

Reza a lenda que uma variedade do abacaxi teria poderes afrodisíacos. Seria justamente aquele que dá em Irará, terra do mestre Tom Zé. Por isso o compositor baiano dedicou uma música ao fruto. A ciência não atestou tal façanha, mas, de qualquer maneira, vale saborear a canção.

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Pesquisa aponta cinco grandes tendências na alimentação dos brasileiros

Depois de se debruçar sobre mais de 83 mil posts e quase 20 mil matérias publicadas na internet, uma pesquisa realizada pelo BHB Foods e Suplementos, plataforma da consultoria Equilibrium Latam, e pela Decode, braço de inteligência de dados do grupo BTG Pactual, ilumina cinco grandes tendências na alimentação de parcela expressiva dos brasileiros. A análise, concluída em outubro deste ano, contempla conteúdos e menções feitos em redes sociais como Instagram e sites como Google News e YouTube.

O levantamento aponta movimentos entre os consumidores e a indústria alimentícia cada vez mais enraizados no país e que prometem crescer nos próximos anos. São eles: a ascensão da dieta plant-based, a procura por produtos clean label, a preferência pela proteína como ingrediente, o equilíbrio entre alimentação saudável e momentos indulgentes e o uso de suplementos.

O movimento plant-based

O termo em inglês faz referência a um cardápio mais baseado em vegetais. É uma das tendências em expansão lá fora e ganha força no Brasil. Abriga sob seu guarda-chuva adeptos do vegetarianismo e do veganismo, que vetam produtos de origem animal, mas também os flexitarianos, que procuram reduzir o consumo de carne e priorizar os vegetais.

Só no YouTube, segundo a pesquisa, o volume de visualizações de vídeos sobre dietas plant-based cresceu três vezes nos últimos sete anos — são mais de 900 mil views em 2020. “A sociedade está cada vez mais convencida de que, além de olhar para a própria saúde, precisa pensar na sustentabilidade. Muitas pessoas percebem que não é só a sua dieta que está em jogo, mas todo um sistema para alimentar o planeta“, avalia a nutricionista Carolina Godoy, diretora de transformação digital da Equilibrium Latam.

É dentro dessa proposta que, atentos inclusive às recomendações de estudos e especialistas, mais brasileiros passam a limitar o espaço da carne e de outros alimentos de origem animal, e abrir o prato e a despensa a frutas, legumes, verduras e produtos feitos com vegetais.

O estudo mostra que o interesse pelo veganismo decolou 941% nos últimos oito anos e cresceu a busca no Google por receitas como bolo vegano. O vegetarianismo também está na onda, com buscas se elevando em 20%. Nas redes sociais, o tema ainda vem cercado de dúvidas e emoções como revolta e satisfação. “Também precisamos lembrar que ser vegetariano não significa automaticamente ter uma alimentação mais saudável. Tem gente que muda o padrão alimentar, mas acaba ingerindo muito açúcar ou gordura”, pondera Carolina.

O apelo do clean label

Mais uma expressão gringa que tomou conta dos consumidores e da indústria de alimentos. Ao pé da letra, quer dizer “rótulo limpo”. “Ainda não há uma definição exata do que isso representa do ponto de vista regulatório. A ideia geral é a de um produto com menos ingredientes, sem aditivos como corantes e conservantes“, conta a diretora da Equilibrium.

O clean label traduz um sentimento em alta nos mercados: a busca por alimentos mais naturais e menos manipulados. Faz sentido: estudos associam o consumo excessivo de alimentos industrializados (sobretudo os ultraprocessados) a maior risco de obesidade, diabetes e outras doenças crônicas.

Eis uma tendência inclusive nos consultórios dos nutricionistas. “Fizemos uma pesquisa com esses profissionais e descobrimos que o aspecto mais determinante para a prescrição dos alimentos é a sua lista de ingredientes”, revela Carolina. É a máxima do quanto menos, melhor.

Segundo o trabalho da Decode e do BHB, o Brasil já é a terceira nação no ranking das que mais buscam por “clean label” na internet.

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Dá-lhe, proteína!

Não é de hoje que, entre os macronutrientes ela é a queridinha do público, deixando carboidrato e gordura a ver navios. As pessoas ligam o ingrediente a mais saciedade e músculos, pra começo de conversa. “A proteína já é culturalmente absorvida como algo que ajuda a ter saúde e boa forma”, nota a nutricionista.

No Google, mostra o levantamento, abundam buscas que remetem a esse universo: dieta à base de proteína, proteína de soja, ovo, whey protein… Mas o volume de visualizações de vídeos sobre o assunto no YouTube caiu 90% nos últimos quatro anos. Sinal, acredita Carolina, de que o tema já não é novidade para o brasileiro.

Ainda assim, a indústria não para de lançar produtos estampando na embalagem a quantidade ou o incremento de proteína. Barrinha, achocolatado, sopa… Praticamente tudo pode ser enriquecido com a vedete dos macronutrientes.

A pesquisa constata que as pessoas também caçam fontes proteicas alternativas, o que pode ter a ver justamente com o movimento plant-based. Com menos gente comendo produtos de origem animal, ganham evidência receitas à base de leguminosas, conhecidas no setor pelo termo “pulses” (lentilha, ervilha, grão-de-bico e companhia).

A doce indulgência

Outra tendência examinada pelo estudo é a dos chamados alimentos indulgentes. A corrente também tem nome em inglês mais famosinho: comfort food. A ideia aqui é recorrer ao alimento como uma fonte de prazer. Vale uma bomba de chocolate, um hambúrguer ou aquela receita caprichada de lasanha da vovó.

“Com a pandemia, observamos um aumento na procura por receitas saudáveis mas também de pratos mais gourmets”, diz Carolina. O desafio aqui é conciliar um cardápio balanceado com esses momentos abertos a alimentos gostosos, mas um tanto desequilibrados do ponto de vista nutricional.

No fundo, é questão de bom-senso. E, pelo que sugere o levantamento da Decode e do BHB, o brasileiro está cada vez mais antenado a isso: nos últimos três anos, cresceu a preocupação com produtos ultraprocessados e seus malefícios à saúde.

O boom dos suplementos

A venda desses produtos se ampliou na pandemia, com muita gente comprando vitaminas e afins em prol da imunidade. O levantamento, porém, focou em outra categoria que já vinha em ascensão e não deve parar: a dos suplementos esportivos.

Creatina, BCAA, maltodextrina, albumina e whey protein são os produtos líderes de audiência no meio digital — vídeos sobre eles somam quase 19 milhões de visualizações no YouTube entre 2012 e 2020. A maioria das pessoas quer saber na internet como usá-los (dose, horário, perfomance etc). E praticamente 60% está atrás deles para ganhar massa muscular. Entre os produtos que fazem sucesso no segmento fitness, chama a atenção a busca por snacks proteicos.

Embora a tendência possa refletir preocupação com o corpo, não deixa de despertar a atenção dos profissionais de saúde. “Muita gente vai atrás desses conteúdos e produtos sem procurar um nutricionista”, afirma a diretora da Equilibrium. A questão é que exagerar na dose ou ignorar a presença de doenças prévias pode levar a reveses — daí a sugestão de sempre falar com um especialista primeiro e não dar ouvidos a qualquer influencer por aí.

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Dia do Trigo: saiba os benefícios de um dos cereais mais consumidos do mundo.

Os primeiros registros do cultivo do trigo são do Egito e de regiões próximas a esse país devido ao clima favorável para o desenvolvimento do cereal. Trazido ao Brasil pelos portugueses, ele se adaptou muito bem ao solo, o que nos tornou um dos maiores produtores do mundo.

Considerado um dos alimentos mais importantes da dieta humana, é uma ótima fonte de energia, por ser rico em carboidratos. Possui vitaminas e minerais essenciais e libera a serotonina, um neurotransmissor que atua no cérebro como regulador do humor, do sono, do apetite e do ritmo cardíaco, além de ajudar no controle da temperatura corporal e na sensibilidade a dor.

A alta concentração de fibras presente no trigo auxilia na atividade intestinal, no controle da glicemia e volume de gordura no sangue e atua também na sensação de saciedade, mas é preciso ficar atento, já que o consumo em excesso pode trazer malefícios, como acúmulo de gordura, que gera problemas como diabetes, hipertensão e outros.

O glúten também está presente nesse cereal e costuma ter fama de vilão para algumas pessoas que têm intolerância ou a doença celíaca. Esse público precisa evitar o consumo do trigo para não ter crises. 

O tão amado pãozinho, se consumido com moderação, não trará nenhum tipo de malefício. Escolha da forma correta, por meio de uma alimentação balanceada, e você poderá comer todas as delícias que o trigo proporciona, como massas, bolos e muito mais.

Fontes: AFNews e Pão de Açúcar Content.

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Dieta monótona: dez alimentos compõem quase metade do consumo no Brasil

A dieta do brasileiro está monótona. Um estudo do professor de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Walter Belik mostra que dez produtos concentram quase metade do consumo alimentar no país. Para ser exato, arroz, feijão, pão francês, carne bovina, frango, banana, leite, refrigerantes, cervejas e açúcar cristal compõem mais de 45% do cardápio do brasileiro, enquanto representam cerca de 35% do seu gasto em alimentação.

Isso equivale a muito carboidrato e pouca variedade de vitaminas. Para ter uma ideia, as despesas mensais dos brasileiros com o pão francês (cerca de R$ 1,2 bilhão) são quase o dobro do valor gasto com banana (R$ 410 mi), laranja (R$ 163 mi) e maçã (R$ 162 mi) juntos. O pão de sal – como também é conhecido em algumas regiões – supera ainda em despesas o arroz (R$ 821 mi) e o feijão (R$ 408 mi). A dupla mais tradicional do país, aliás, também perde para os refrigerantes (R$ 831 mi) e as cervejas (R$ 693 mi). Os alimentos campeões em despesas são as carnes bovina (R$ 2,8 bi) e de frango (R$ 1,7 bi).

Realizado em parceria com o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e apoiado pelo Instituto Ibirapitanga e Instituto Clima e Sociedade, o estudo aponta que os legumes e verduras correspondem apenas a cerca de 4% do consumo alimentar. É a mesma porcentagem das frutas.

“A manutenção do arroz, como carboidrato, e do feijão, como proteína vegetal, é algo esperado para o cardápio do brasileiro. O que chama a atenção é a prevalência da cerveja, dos refrigerantes e do açúcar cristal”, comenta Mariana Staut Zukeran, nutricionista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. “São itens que, numa alimentação equilibrada, devem ser consumidos esporadicamente”, arremata.

A especialista destaca também o fato de só uma espécie de fruta — e nenhum legume ou verdura — estar na lista das comidas mais consumidas. “Não há diversidade de vegetais e faltam legumes, variedade de frutas e alimentos ricos em fibra”, acrescenta.

Industrializados ganham espaço nas mesas

O estudo ressalta também que, nas últimas décadas, houve um grande crescimento na ingestão dos produtos industrializados, em detrimento dos naturais. Enquanto o consumo de alimentos in natura caiu 7% entre 2002 e 2018, os processados e ultraprocessados subiram 18% e 46%, respectivamente. Já a compra de refeições prontas, como lasanhas e pizzas congeladas, aumentou 250%.

Mesmo os alimentos naturais de maior relevância na dieta do brasileiro, como arroz, feijão e leite, tiveram queda de 40% no consumo, em média, durante o período analisado. O pão de sal, por sua vez, teve aumento de 23%. Para os autores do estudo, a mudança de hábito é causada por fatores como falta de tempo, preço atrativo e exposição à propaganda.

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A publicação acrescenta que o desequilíbrio na dieta não se restringe a uma classe social. Um exemplo é crescimento do consumo de ultraprocessados, muito mais relevante entre os mais ricos. Enquanto esses alimentos compõem 1,7% da cesta de quem recebe até dois salários mínimos, entre os que ganham mais de 25 salários, a proporção chega a quase 6%.

“Quando consumimos mais alimentos ultraprocesssados e reduzimos os naturais, temos um maior risco de doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, diabetes e hipertensão”, informa Mariana. “A alimentação saudável não precisa ser cara. E existem soluções, como substituir o refrigerante por consumo de água para hidratação. Ou estimular a compra de verduras, legumes e frutas da época, que são mais baratas”, complementa

Monocultura e pecuária dificultam diversidade

A pesquisa afirma que o potencial de diversidade de culturas, proporcionado pelo amplo território e diferenças climáticas no Brasil, tem sido subaproveitada em termos de ofertas para o consumo. Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi identificado que apenas 36 espécies de frutas ocupam uma área de cultivo de 1,7 milhão de hectares. Duas frutas são responsáveis por quase metade dessa produção: laranja (29,7%) e banana (18,2%).

Outro ponto levantado pelo documento é o consumo exacerbado de carne pelos brasileiros. Segundo o coordenador de Geoprocessamento do Imaflora, Vinicius Guidotti, a vasta área exigida para a pecuária é um empecilho para a diversidade de cultivo nas regiões.

“A compra excessiva de carne acaba envolvendo essa engrenagem. A pecuária ocupa um espaço quase três vezes maior que a agricultura”, afirma. Apesar disso, a agricultura é responsável por oferecer um maior número de proteína e energia à população.

Por isso, Guidotti reforça que o consumidor tem um importante papel para a mudança desse cenário: “Ao substituir proteínas da carne para outras de origem vegetal, você priorizará a produção agrícola. Não quer dizer que todos precisam virar vegetarianos, mas, ao balancear a alimentação, você também ajuda a diversificar a nossa produção”, conclui.

*Este conteúdo é da Agência Einstein.

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