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Caponata de beringela: receita fácil e prática

Quem aí também ama beringela? Esse legume fica delicioso de
diversas formas: seja na lasanha, na salada ou refogada com os temperos certos.
Hoje, você confere uma receita simples e deliciosa de caponata. Perfeita para
petiscar com algumas torradinhas!

Você vai precisar de:

3
beringelas (duas sem casca);

1
pimentão verde;

1
pimentão amarelo;

1
tomate;

1
xícara de chá de uvas-passas;

2
cebolas médias em rodelas;

4
dentes de alho amassados;

½
copo (americano) de azeite;

Cheiro-verde;

Orégano,
pimenta-do-reino e sal.

Modo de preparo

  • Corte as beringelas em fatias e os
    pimentões em tiras;
  • Numa forma, coloque as beringelas, os
    pimentões, as cebolas, os alhos amassados e o orégano;
  • Adicione o azeite e mexa até misturar
    bem os temperos;
  • Cubra com papel-alumínio e leve ao
    forno por 40 minutos. Mexa de vez em quando.
  • Desligue e deixe esfriar. Coloque em
    um pote de vidro e reserve na geladeira.

A
caponata fica deliciosa com pão italiano e torradas, e é uma ótima opção para
petiscar.

Fonte: Tudo Gostoso

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Cogumelos podem ser aliados na prevenção do câncer

Ao avaliarem 17 estudos sobre câncer publicados entre 1966 e 2020, envolvendo mais de 19 500 pacientes, cientistas da Universidade Penn State, nos Estados Unidos, chegaram a um resultado animador para os fãs de cogumelos. Quem ingeria 18 gramas desses fungos comestíveis por dia — coisa de 1/8 a 1/4 de xícara — tinha um risco 45% menor de enfrentar um tumor em relação aos que não cultivavam o hábito.

De acordo com a nutricionista Luciana de Oliveira Silva, do Hospital São Vicente de Paulo, no Rio de Janeiro, certas substâncias dos cogumelos são potentes antioxidantes — ou seja, blindam as células contra danos. O destaque vai para a ergotioneína. “Mas é preciso consumir regularmente e se lembrar de que um alimento não faz milagre sozinho”, diz.

Raio x dos cogumelos

O que eles têm de bom

Proteínas
Embora não sejam lotados desse nutriente, eles ajudam veganos e vegetarianos a cumprir a cota proteica.

Gorduras
Os variados tipos de cogumelos também chamam a atenção por concentrarem doses ínfimas de gorduras.

Fibras
Luciana informa que há boa quantidade dessas substâncias nos fungos. Boa notícia para segurar a saciedade.

Micronutrientes
Eles reúnem, segundo a profissional, vitaminas, como a D, e minerais, a exemplo de selênio, ferro e potássio.

Os fungos no dia a dia

Como aproveitar os atributos de champignon, shimeji, shiitake e companhia

A compra
“É fundamental buscar esses alimentos em um local de confiança”, recomenda Luciana. E nada de caçar fungos em qualquer jardim: nem todas as espécies são comestíveis.

A limpeza
Os cogumelos são porosos. Por isso, ao lavá-los, eles absorvem água e perdem um pouco do sabor. Uma saída para remover impurezas é limpar com um paninho úmido.

O preparo
Evite fritar por imersão. “Mas tudo bem usar um pouco de óleo para refogar rapidamente”, diz Luciana. Cogumelos combinam com massas, saladas, lanches, molhos para carnes, e por aí vai.

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Feijão no prato todo dia

Um casamento arranjado em altar brasileiro e que deu certo é o do feijão com arroz. Juntos e misturados, eles se completam em consistência, sabor e, especialmente, nas questões proteicas.

Enquanto um é rico em lisina, o outro contém metionina. Esses pedacinhos de proteína, os tais aminoácidos, se complementam e atuam de forma mais eficiente no nosso organismo.

A parceria, além de agradar ao paladar, fortalece os músculos, reforça a imunidade, entre tantos atributos. Não à toa, cozinheiros e nutricionistas apadrinharam a união.

Ninguém sabe ao certo quando se deu o enlace, mas há indícios de que foi no século 18, quando o arroz, um cereal asiático, tornou-se mais popular por aqui. Naquele tempo, os feijões já eram velhos conhecidos dos povos indígenas, especialmente os da espécie Phaesolus vulgaris, originários da América tropical.

Hoje, para formar o par perfeito, o feijão-carioca, com seu caldo encorpado, tem sido o escolhido pela maioria dos brasileiros. Mas, quem diria, não faz tanto sucesso entre os fluminenses. Também conhecido como carioquinha, foi desenvolvido em solo paulista na década de 1970, a partir de outras variedades, no Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Especialistas revelam que seu nome teve como inspiração uma raça de porcos marrons, roliços e manchados, ou seja, com características semelhantes às do alimento. Mas há boatos de que seria uma homenagem ao calçadão de Copacabana mesmo.

Feijoada completa

No Rio de Janeiro, assim como nos estados da região Sul, o feijão-preto costuma ser mais apreciado no dia a dia. Também é indispensável em outra receita com a cara do Brasil, a feijoada. Símbolo da nossa culinária, ela traz o tempero da miscigenação, com fortes influências dos cozidos europeus.

E, para ser considerada completa, como diria Vinícius de Moraes (1913-1980 ), alguns itens não podem faltar:

“Deve depois frigir a couve
Picada, em fogo alegre e presto.

Uma farofa? – tem seus dias…
Porém que seja na manteiga!
A laranja gelada, em fatias
(Seleta ou da Bahia) – e chega.”

Não bastasse tornar tudo mais apetitoso, certos ingredientes elencados pelo poeta, caso da couve e da laranja, são fontes de vitamina C, aliada no aproveitamento do ferro. Nos feijões, o mineral aparece no formato chamado não-heme e necessita desse empurrãozinho vitaminado para ser mais bem absorvido e atuar contra a anemia.

Cores e sabores

Nos caldeirões brasileiros, também há espaço para o feijão-roxinho, utilizado na comida tropeira, assim como o vermelho, de grãos resistentes, firmes e excelentes para sopas e diversos pratos inspirados na culinária francesa.

Ainda na cozinha com toque francês, o feijão-branco é estrela do cassoulet, um guisado parecido com a nossa feijoada, que traz cortes suínos ou de aves, dependendo da ocasião e da disponibilidade dos ingredientes.

O feijão-fradinho e o feijão-de-corda são exemplos de outra espécie, a Vigna unguiculata, de berço africano e muito presente nos estados do Norte e do Nordeste do país. Aparecem em um prato típico do Sertão, o baião-de-dois, e em quitutes baianos como o abará e o acarajé.

Não importa o tipo ou a receita, um macete é deixar os grãos de molho por pelo menos oito horas antes de mandar para a panela. A dica, antiga porém atual, ajuda a diminuir o tempo de cozimento, e reduz a quantidade dos compostos antinutricionais, caso dos taninos, que podem atrapalhar a absorção de sais minerais e são acusados de causar gases.

Outra sugestão é congelar o alimento para que nunca falte. Pesquisas revelam que o feijão tem perdido espaço no prato, entre outros motivos, pela falta de tempo para cozinhar. Que tal preparar em um dia mais tranquilo, levar ao freezer e descongelar ao longo da semana?

Perdão pelo clichê, mas feijão, sobretudo na forma de feijoada, combina com samba. E fica aqui uma divertida canção de Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho, que exalta os dotes culinários de uma das fundadoras da Portela, Yolanda de Almeida Andrade (1925-2020), a Dona Neném, e revela o costume de oferecer boa comida como recompensa para quem ajuda a encher a laje, colaborando na construção das casas.

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Zinco muito além da Covid-19

Neste infindável cenário de guerra ao coronavírus, um pelotão que tem atraído as atenções é o dos nutrientes aliados do nosso sistema de defesa. No front aparecem as vitaminas C e D, e, entre os minerais, o maior destaque vai para o zinco. Ainda que seu papel protetor do organismo seja indiscutível, não se sabe ao certo sua atuação específica diante da Covid-19. Há bons indícios em experimentos com células. Já os chamados estudos clínicos, com a participação de seres humanos, estão em andamento — e as respostas costumam demorar.

Mas a pressa para se blindar contra o mal empurra muita gente para as farmácias atrás de “pílulas mágicas”. “O medo, a insegurança e outros sentimentos, enfim, todo esse peso emocional tem levado as pessoas a engolir suplementos de maneira equivocada”, nota a nutricionista Tarcila Campos, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.

Maísa Antunes, nutricionista e pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), também percebe a busca desenfreada pela suplementação sem orientação profissional. “Só que exceder as recomendações diárias do nutriente não traz nenhum benefício extra. Aliás, pode até nos prejudicar”, alerta. E tem mais: ao contrário de outras substâncias de efeito cumulativo, o corpo não estoca zinco. Daí que o excedente acaba muitas vezes no vaso sanitário. Geralmente, quando há real deficiência do mineral, faltam também outros nutrientes — e o corpo dá sinais de fraqueza.

O ingrediente da proteção

“Embora o zinco atue em cerca de 300 enzimas essenciais à saúde, sua importância para a imunidade é sempre a primeira a ser lembrada”, reconhece a nutricionista Silvia Cozzolino, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP). Nesse sentido, uma de suas nobres tarefas é participar da maturação de células de defesa, caso dos linfócitos. Entre muitas funções, eles sinalizam a presença de intrusos circulando pelo corpo. Assim, o sistema imune fica em estado de alerta e outros grupos celulares preparam-se para acabar com os invasores.

Soma-se a isso o fato de o zinco contribuir para a integridade do tecido epitelial, formando uma espécie de barreira que impede a entrada de patógenos. “Estudos mostram ainda que o mineral colabora na redução dos níveis de moléculas inflamatórias”, conta o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). Inclusive, em 2020, essa entidade lançou um artigo — embasado na literatura científica — elencando vitaminas, minerais e outros benfeitores relevantes no contexto pandêmico. O documento enfatiza, entretanto, que nenhum nutriente trata diretamente a Covid-19.

Quando a infecção se instala, assim como em outras enfermidades, o corpo tende a requisitar mais do zinco para dar conta de todos os processos que acontecem simultaneamente — o objetivo é sanar o problema quanto antes. Nessas situações, profissionais de saúde determinam, a partir de exames, como adequar os níveis do elemento. Para além das encrencas do Sars-CoV-2, garantir que não falte zinco no dia a dia é estratégia para afastar vírus, bactérias, fungos e outros inimigos que se aproveitam das brechas em nosso escudo natural.

Na verdade, convocar o zinco à mesa não favorece somente a imunidade. Apesar de esse mineral não ser tão badalado quanto seus primos cálcio, potássio e ferro, ele bate um bolão em outros cantos. Para ter ideia, trabalhos apontam sua estreita relação com hormônios e também a proteção de artérias e neurônios, resguardando, assim, o coração e o cérebro. Segundo Maísa, é possível atingir as necessidades diárias por meio de uma alimentação equilibrada. Optar por menus repletos de comida tipicamente brasileira, com o devido espaço ao nosso arroz com feijão, é uma das estratégias para contar com seus efeitos no cotidiano.

De quanto zinco a gente precisa?

  • Mulheres: 8 mg ao dia
  • Homens: 11 mg ao dia

Se lhe causa estranhamento a ausência de menção às ostras em uma reportagem sobre o zinco, você tem toda a razão. Sim, elas são os maiores redutos do nutriente, que fique registrado, mas não é todo mundo que tem acesso. Costumam ser apreciadas nas férias ou em restaurantes mais refinados. Aliás, esse molusco carrega a fama de afrodisíaco. Há, inclusive, relatos de que o escritor italiano Giacomo Casanova (1725-1798), célebre por suas incontáveis conquistas amorosas, chegava a comer dúzias do alimento, até mesmo no desjejum.

Não existe nenhuma comprovação sobre os poderes na libido, mas essa lenda talvez até tenha alguma ligação com os altos teores de zinco do fruto do mar. Especulações à parte, o fato é que a substância participa da formação e da funcionalidade dos espermatozoides. “Tanto que a recomendação diária é maior para os homens”, observa a nutricionista Bruna Zavarize Reis, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Bruna, que fez suas pesquisas de doutorado no grupo de estudos da professora Silvia Cozzolino, ressalta a importância do mineral para a produção de diversos hormônios. Fora os sexuais, tem também os do crescimento, caso do GH. “Ele é fundamental para o desenvolvimento, e sua deficiência na infância pode levar à baixa estatura”, ensina. A molecada, portanto, precisa caprichar no consumo.

Mas nem sempre a carne vermelha, com destaque para os miúdos, além de pescados e outros itens, aparece no cardápio. “Antes de indicar as fontes, vale olhar para a rotina e a cultura regional”, diz a nutricionista Camila Alves, do Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região (SP/MS). A sugestão é apostar na diversidade sempre, lembrando que alimentos de origem animal ofertam as mais altas concentrações e, de quebra, fornecem o mineral prontinho para ser absorvido e aproveitado, exercendo todas as suas benfeitorias no corpo humano.

Para a turma que aderiu ao movimento vegano — cada vez mais popular —, a nutricionista Gabriela Parise, da clínica NutriOffice, na capital paulista, elenca outras opções. “Encontramos zinco nas leguminosas, no arroz integral, na cevada, na quinoa, no gérmen de trigo, nas castanhas, nas amêndoas e no amendoim”, exemplifica a especialista em vegetarianismo. Fica ao gosto do freguês… O único senão aqui recai sobre um elemento que atende pelo nome de ácido fítico — ou simplesmente fitato. “Trata-se de uma substância essencial às plantas, que retém fósforo e auxilia na germinação das sementes”, descreve Glaucia Pastore, professora titular da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista.

No nosso organismo, porém, o fitato atrapalha a absorção dos nutrientes. Ainda bem que existe um macete para reduzir os teores desse trapalhão. “É o chamado remolho”, aponta Gabriela. Na técnica, feijão e companhia devem ficar de molho por 12 horas, e o líquido precisa ser trocado duas vezes antes do cozimento.

“A água penetra o grão e hidrolisa o ácido fítico, ou seja, quebra essa molécula”, explica Bruna. Daí é só alternar as variedades no cardápio. O carioca casa bem com o arroz, o tipo preto é o predileto nas regiões Sul e Sudeste do país e reina nas feijoadas. Já o fradinho é ingrediente do baião de dois e do acarajé, receitas com a cara do Nordeste. O branco, por sua vez, entra na dobradinha. Menos popular por aqui, o feijão-vermelho rende um caldo encorpado. Sem se esquecer de outras leguminosas, caso do grão-de-bico, da lentilha, da ervilha e afins.

Artérias blindadas

Na cartilha da nutrição, quanto maior a variedade, melhor a sinergia de compostos — o que potencializa a ação antioxidante, por exemplo. Vale ressaltar que o zinco é aclamado por combater os efeitos danosos do excesso de radicais livres, aquelas moléculas que fazem estragos por onde passam. Uma revisão de dezenas de estudos, publicada no periódico científico Acta Farmacologica Sinica, coloca o mineral como aliado da saúde cardiovascular justamente por essa função. Ao atenuar o estresse oxidativo e o processo inflamatório, o nutriente colabora na manutenção da integridade do revestimento interno das artérias e na prevenção da formação de placas de gordura. E também há indícios de uma atuação específica no equilíbrio da pressão arterial. Assim, o coração bate mais feliz.

Ainda sobre as propriedades antioxidantes do zinco, um dos grandes beneficiários é o cérebro. Está comprovado que o nutriente participa da comunicação entre os neurônios. A ciência ainda procura esmiuçar como se dá essa façanha. No Instituto de Neurociência Rockefeller, que fica nos Estados Unidos, um grupo de pesquisadores tem se dedicado a buscar respostas sobre seu desempenho nas células nervosas. Mas há muito tempo se conhece a relevância do mineral para o pleno desempenho da massa cinzenta, especialmente nas questões referentes à cognição.

“Sabemos que a deficiência entre as crianças e os adolescentes pode afetar a memória e o aprendizado”, ressalta a nutricionista Bruna Reis. Já em outra fase da vida, existem estudos que revelam o talento do zinco na proteção contra a doença de Alzheimer. Há ainda evidências de sua relação com a síntese de neurotransmissores envolvidos com o humor, caso da serotonina. E pesquisas sugerem que ele pode ajudar a espantar a depressão. É muito para a cabeça!

Outro papel do elemento, e que é essencial tanto aos jovens quanto aos mais velhos, é sua participação na receita do colágeno, aquela proteína badalada pela sustentação que dá à pele mas que, na verdade, compõe outros tecidos, inclusive os ossos. Por falar em pele, estudos mostram que o nutriente é fundamental nos processos de cicatrização. Machucados, portanto, saram mais rápido em sua ilustre presença. Os idosos têm motivos de sobra para manter boas quantidades da substância em circulação, só que nem sempre é fácil. “Nessa faixa etária, a absorção e o aproveitamento do zinco tendem a ser menos eficientes, daí surge a necessidade de suplementação”, diz Silvia Cozzolino.

A falta da substância ainda piora o paladar, o que prejudica para valer a qualidade de vida com o avançar da idade. “Os idosos passam a consumir cada vez menos carnes e outras fontes importantes desse mineral”, observa a nutricionista Graziela Biude Silva Duarte, do grupo da professora Silvia na USP, e que acaba de publicar um trabalho sobre a associação entre o zinco e a artrite no periódico científico Nutrition and Health.

Para sua pesquisa, foram recrutados dois grupos de mulheres, sendo 51 pacientes com a doença que leva a dores e inchaços nas articulações, e outras 55 voluntárias saudáveis. Por meio de exames, observou-se que os níveis do nutriente eram menores entre aquelas que sofrem com o perrengue. “Quando o quadro é de inflamação crônica, as demandas de zinco pelo organismo tendem a aumentar”, esclarece Graziela. Ele é importante para a produção de enzimas — caso da superóxido dismutase — que combatem esse tipo de problema. Assim, a adequação nas doses se faz necessária, e ela pode ser alcançada via suplementos.

Priscila Moreira, nutricionista e conselheira do CRN-3, aponta outro mal capaz de levar à redução das concentrações do nutriente na circulação: a obesidade. “A presença de processos inflamatórios e de estresse oxidativo altera a distribuição de zinco no organismo”, afirma. Daí que pessoas acima do peso sofrem mais de déficits do mineral. E, como num círculo vicioso, quanto menos zinco, maior o risco de alterações metabólicas, inclusive envolvendo o hormônio que controla o apetite. De novo, a suplementação supervisionada costuma ser uma saída até que tudo fique em ordem.

Ação no diabetes

Aliás, as cápsulas também podem fazer parte do plano estratégico para domar o diabetes. Nas últimas décadas, pesquisas têm reforçado a afinidade entre o zinco e a insulina. Ele está envolvido na produção, no armazenamento e na ligação desse hormônio ao seu receptor celular, o que favorece a entrada da glicose nas células e facilita o controle do açúcar no sangue. Curiosamente, quem tem diabetes tende a eliminar mais zinco pela urina, em um processo conhecido como hiperzincúria e que pode repercutir no manejo da doença.

Mesmo que exista consenso sobre as benesses da suplementação para determinados grupos, não custa repetir: o uso deve ser indicado e monitorado de perto por profissionais. “Dependendo da dose a ser ofertada, o suplemento pode causar leves desconfortos gastrointestinais”, ilustra Gabriela Parise. O ideal mesmo é atingir a cota por meio da alimentação. Ora, não faltam opções saborosas. E, como você viu por aqui, nem é preciso morar na praia ou ser fã de frutos do mar.

Hora de se servir

Escolha entre as melhores fontes do mineral
(As quantidades são referentes a 100 gramas de cada alimento, segundo a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos — TBCA/USP)

Carnes, aves, ovos e peixes

  • Sardinha – 2 mg
    Um dos pescados mais acessíveis do país, oferece zinco e também ômega-3, substância que dá força extra ao sistema imunológico.
  • Gema de ovo – 2,8 mg
    Pela riqueza nutricional, com destaque para o alto valor proteico, e pela praticidade, ovos são bem-vindos ao prato de toda a família.
  • Carne bovina – 8 mg
    Os experts indicam filés menos gordurosos e caprichar no preparo, priorizando grelhar ou assar. O valor abaixo se refere ao patinho.

Outras fontes desse grupo:

  • Coração de frango assado – 13 mg
  • Coxa de frango cozida – 2,8 mg
  • Peixe lambari – 2,9 mg

Leguminosas e queijos

  • Feijão-carioca cozido – 2,6 mg
    Oferece proteína, ferro e tantas outras preciosidades, além de formar, junto do arroz, o casal mais brasileiro e vitaminado da culinária.
  • Mussarela de búfala – 3,2 mg
    Esse queijo de sabor suave, que chega a ser adocicado, tende a ser menos gorduroso se comparado ao feito com o leite da vaca.
  • Grão-de-bico cozido – 2 mg
    Ele se destaca por apresentar triptofano, substância precursora da serotonina, o neurotransmissor da alegria.

Outras fontes desse grupo:

  • Queijo coalho – 2,8 mg
  • Queijo minas frescal – 1,5 mg
  • Ervilha fresca cozida – 1,9 mg
  • Lentilha cozida – 1,3 mg

Sementes, cereais e oleaginosas

  • Aveia em flocos – 2,6 mg
    Famosa por ser amiga do coração, a aveia contém betaglucana, um tipo de fibra solúvel que contribui para o equilíbrio do colesterol.
  • Castanha-de-caju – 5,7 mg
    Tipicamente nacional, essa delícia oferece um mix de antioxidantes, que protege as células e zela pela saúde do cérebro.
  • Semente de abóbora – 10 mg
    Não bastasse a enorme quantidade de zinco, ela esbanja vitamina A, a guardiã de olhos e pele. Que tal torrá-la e servir como petisco?

Outras fontes desse grupo:

  • Farelo de trigo – 7,4 mg
  • Amendoim torrado – 2,1 mg
  • Amêndoa – 2,5 mg
  • Pipoca – 2 mg

 

Quando suplementar

Não faltam evidências científicas sobre os benefícios do zinco, mas isso não é razão para correr até a drogaria mais próxima e comprar cápsulas. Em excesso, os atributos do mineral podem se inverter, e ele passa a ter potencial oxidante. Assim, em vez de proteger as células, se torna capaz de alterar e danificar as membranas e o DNA.

Exageros ainda interferem na absorção de outros nutrientes, sobretudo o cobre, num mecanismo que abre brechas para a anemia. O uso de suplementos deve ser indicado por médico ou nutricionista, após análises minuciosas. Em geral, são solicitados exames de sangue. E é fundamental seguir com o monitoramento do especialista.

Atenção aos cardápios veganos

O mundo todo assiste a uma curva crescente de adesão ao veganismo, seja por questões relacionadas à saúde ou ao meio ambiente, seja pela preocupação com o bem-estar dos bichos. Daí que muita gente tem abolido carnes, pescados e ovos do menu, considerados as melhores fontes de zinco.

A questão é que, sem um olhar atento ao prato, as deficiências nutricionais podem dar as caras. Para alcançar as recomendações diárias por meio de itens do reino vegetal, é fundamental ajustar o cardápio de acordo com necessidades particulares. Em geral, o aconselhado é aumentar o consumo do nutriente em 50%. E vale muita cautela para não cair na monotonia.

Pouco zinco em muito prato

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de um terço dos habitantes do planeta apresenta deficiência de zinco. Trata-se de um problema que afeta, sobretudo, os países em desenvolvimento, como o nosso. Por aqui faltam dados, mas trabalhos estimam que cerca de 20% da população brasileira não está em dia com as recomendações do nutriente.

Para adequar as necessidades, há programas que incluem produtos enriquecidos na merenda em creches e escolas. Também existem pesquisas na área de biofortificação, que recorrem a técnicas de melhoramento genético e tornam os alimentos mais ricos em zinco. A Embrapa trabalha em um arroz com maior teor do mineral, por exemplo.

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O que os nutrientes têm a ver com a sua saúde mental

O que seriam apenas alguns dias trabalhando em casa, adotando medidas de prevenção e isolamento social, transformou-se em meses, e agora já passamos de um ano em uma dinâmica de restrições e adaptações devido à Covid-19. Por estarem mais tempo em casa, muitos acharam que finalmente poderiam ter uma alimentação balanceada e nutritiva, mas essa expectativa acabou sufocada pela tensão e pelas horas dedicadas ao serviço, o que levou ao maior consumo de alimentos industrializados, ultraprocessados e pobres em vitaminas e minerais.

Soma-se a esse cenário a invasão do fast food via delivery na casa dos brasileiros e assistimos a uma dificuldade crescente em manter refeições saudáveis. Só que, longe de ser algo pontual, essa situação pode influenciar, e muito, o bem-estar físico e mental.

Queixas como lapsos ou falta de memória, baixa disposição, cansaço mental, irritabilidade, baixa qualidade do sono, entre outras, podem ser consequências dessa piora na alimentação provocada pela mudança no estilo de vida. Como vem mostrando a ciência, deficiências de nutrientes podem acarretar prejuízos na concentração, fadiga mental e ansiedade.

Sobre os cuidados com a alimentação, a dieta mediterrânea, baseada em frutas, verduras, peixes, castanhas e gorduras boas como azeite de oliva, é a que carrega mais evidências de auxiliar no bom funcionamento cognitivo. Esses alimentos possuem nutrientes conhecidos como “nootrópicos”, que, resumidamente, ajudam a melhorar a comunicação entre os neurônios. Fazem parte do grupo ômega-3, fosfatidilserina, triptofano, vitaminas do complexo B e magnésio.

A gente sabe, porém, que nem sempre é fácil atingir a ingestão recomendada desses elementos pela alimentação, ainda mais com a rotina desgastante da pandemia. É aí que ganhou notoriedade o uso de suplementos a fim de suprir a necessidade diária de substâncias que podem melhorar as funções cerebrais, o bem-estar e a qualidade de vida — algo que deve ser feito com o suporte de um profissional de saúde.

De acordo com estudos atuais, a suplementação de ômega-3, gordura poli-insaturada com ação anti-inflamatória e originária de pescados de água fria, tem se mostrado particularmente importante na saúde neural. O nutriente participa de processos como maior fluidez da membrana dos neurônios e geração de novas células nervosas.

O triptofano, fornecido por alguns grãos, também merece destaque. Pesquisas demonstram que esse aminoácido essencial (isto é, não produzido pelo corpo) atua na síntese de proteínas e de neurotransmissores como a serotonina, associada ao estado de felicidade, a dopamina, ligada à sensação de prazer, e a melatonina, que nos induz ao sono. As vitaminas do complexo B e o magnésio, por sua vez, atuam como coadjuvantes na produção hormonal.

Ainda não temos previsão para o fim da pandemia do coronavírus, nem sabemos quando poderemos retomar as rotinas equilibradas de antes. Por isso, precisamos ampliar os cuidados com a alimentação, checar se há carência de nutrientes importantes, reservar um momento para realizar as refeições com calma, praticar exercícios, evitar telas de celular e TV próximo ao horário de dormir e fazer pausas relaxantes ao longo do dia. Só com o corpo e a mente bem nutridos vamos superar essa fase.

* Silvia Elena Mantovani é nutricionista, especialista em nutrição esportiva e consultora de Inovação na Vitamine-se; Flávia Rodrigues é nutricionista, com extensão em nutrição clínica funcional, e coordenadora de Customer Success na Vitamine-se

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Por que defender o “fim das dietas”?

Quando pensamos em dieta, imaginamos algo que faremos por algum tempo, até alcançarmos nosso objetivo, para depois voltarmos à nossa alimentação habitual. Esquecemos que retomar o padrão anterior é como colocar um caminhão na descida em banguela. Ou seja, retornaremos o mais rápido possível ao ponto onde começamos a dieta – ou, pior, passaremos dele.

O fato é que costumamos comer sempre as mesmas coisas. Quer ver só? Vamos fazer um exercício. Quando você pede uma pizza, o sabor escolhido é sempre diferente ou, invariavelmente, o mesmo? Imagino a resposta…

Esse hábito de repetir os alimentos ingeridos está associado ao prazer, ao sabor, às memórias afetivas ligadas a esse gosto e ao medo de experimentar algo que não traga a mesma satisfação.

Mas olhamos apenas um lado da história. Acompanhe comigo: ao provarmos um prato pela primeira vez, teremos uma experiência inédita. E há  a possibilidade de ela ser até ser melhor que as anteriores! As pessoas presentes naquela refeição podem ampliar as perspectivas, o sabor da pizza nova talvez inspire algo inesperadamente bom e, ao final, muitas vezes a conclusão é: por que eu não experimentei isso antes?

O problema de não variar a alimentação

O medo de arriscar à mesa limita o nosso acervo de paladar, refletindo inclusive no envelhecimento. Deixar as escolhas se tornarem obtusas fará esse acervo também permanecer obtuso. Assim, quando quisermos mudar o padrão alimentar para emagrecer, por exemplo, sentiremos medo do desconhecido e aquela ansiedade de voltar logo ao modelo anterior, encarado como seguro.

Agora, se arriscamos alimentos, paladares, aromas e sabores ao longo da vida, uma eventual modificação de hábitos se torna fácil, simples e prazerosa.

Ao combinarmos os seis sabores básicos, temos como resultado mais de dez mil sabores. Olhar para a alimentação como algo em constante transformação, desafiando o nosso paladar, desconstrói o conceito de que o prazer só vem daquilo que estamos acostumados – prazer passa a significar se aventurar no desconhecido.

Assim, o “fim das dietas” é uma proposta de desafio constante. É optar por novos alimentos que nos movem para variados sabores. Afinal, o que emagrece não é retirar esse ou aquele nutriente da rotina, mas, sim, saciar o organismo com experiências inéditas e inesquecíveis.

A coluna deste mês é dedicada ao amigo e excelente jornalista Theo Ruprecht, com quem tive o prazer de dividir a obra O Fim das Dietas e que, durante anos, esteve comigo nesse espaço e em diversas reportagens. Obrigado, amigo Theo, pelos ensinamentos! Estarei sempre pronto para aplaudir seu sucesso em qualquer teatro.

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Beterraba é rica em ferro? Mitos e verdades sobre alimentos e anemia

Muitos alimentos ou preparações são considerados vilões e outros tantos, mocinhos. Essa dicotomia é interessante e acaba rendendo algumas histórias que ficam na boca do povo. O hábito alimentar é tão influenciado pela cultura que alguns mitos da nutrição, de tanto que são reproduzidos, são tidos como verdade.

Quer fazer um teste? Se comentar por aí que precisa aumentar o consumo de ferro para prevenir ou tratar uma anemia, aposto que receberá dicas para incluir no cardápio fígado, feijões, folhas verdes, frutas cítricas… e beterraba!

Mas a beterraba, que é tão famosa pelo seu suposto teor de ferro, na verdade apresenta uma quantidade muito pequena desse mineral.

Para efeito de comparação, 100 gramas de carne têm, em média, 3 gramas de ferro. Já 100 gramas de feijão contêm 1,3 grama de ferro. E a mesma porção de beterraba possui apenas 0,2 grama de ferro.

Ao pensamos no aporte de ferro, é preciso considerar também a sua biodisponibilidade, ou seja, a capacidade de ser absorvido e aproveitado pelo organismo. O ferro de origem animal, conhecido por ferro heme (que vem de hemácia, a célula vermelha do sangue), é mais bem absorvido pelo organismo do que o ferro não-heme, que é encontrado nos alimentos de origem vegetal.

Os nutrientes da dieta combinam-se e interagem entre si, de forma que podem ajudar ou atrapalhar uns aos outros. Com relação ao ferro não-heme, sabemos que a vitamina C otimiza seu aproveitamento. Na prática, a dica de incluir frutas cítricas na refeição é realmente eficaz para prevenir e combater a anemia.

A mais famosa dupla brasileira, arroz e feijão, também é capaz de melhorar o aproveitamento do ferro não-heme. O arroz é fonte de cisteína, um aminoácido que, por meio de reações químicas, deixa mais disponível o ferro do feijão para absorção.

Por outro lado, algumas substâncias presentes em alimentos de origem vegetal, como os fitatos, os taninos e o ácido oxálico, possuem efeitos inibidores sobre o ferro não-heme. São fatores antinutricionais que dificultam a absorção do mineral. E a beterraba, além de ter pouco ferro, ainda apresenta oxalato, que pode atrapalhar a captação da substância pelo corpo.

No Brasil, é comum o hábito de cozinhar o feijão com beterraba, na intenção de aumentar o aporte de ferro. Para avaliar a eficácia dessa prática, pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica de Goiás avaliaram o teor de ferro do feijão cozido com e sem a beterraba.

Ao contrário da crença popular, o acréscimo da beterraba levou a uma tendência de diminuição do ferro, ao se comparar com a preparação pura. Curioso, né? Esse achado não visa desestimular o consumo da beterraba, que é um ótimo alimento, mas nos faz pensar que a variedade da dieta é o caminho mais eficaz para obter todos os nutrientes de que o corpo precisa.

Fica a dica também para que não usemos nenhuma tática de esconder alimentos nas preparações das crianças mais seletivas. A confiança mútua é uma das estratégias para dividirmos as responsabilidades quando precisamos ampliar o repertório alimentar. Mas isso é assunto pra outra coluna.

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Dietas vegana e onívora promovem ganho de massa muscular equivalente

Quando se trata de ganhar massa e força muscular, é mais importante atentar para a quantidade de proteína ingerida do que para a origem do nutriente. Esta é a conclusão de um estudo que comparou o efeito de treinos de força (musculação) em voluntários que mantiveram dietas onívoras e veganas, ambas com teores proteicos considerados adequados.

No estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), um total de 38 jovens adultos saudáveis – sendo 19 onívoros e 19 veganos – foram monitorados por 12 semanas. Além dos treinos desenhados para o ganho de massa e força muscular, os voluntários seguiram dietas mistas (com fontes proteicas animais e vegetais) ou exclusivamente à base de plantas, ambas com o teor indicado de proteína (1,6 grama por quilo corporal por dia). Ao final dos três meses, não foi verificada diferença no percentual de ganho de massa e força muscular entre os indivíduos veganos e onívoros.

“Assim como qualquer outra proteína do nosso corpo, entre elas as que compõem as células da pele e do cabelo, que morrem e são renovadas, os músculos diariamente passam por períodos de síntese e de degradação. Alimentação [ingestão de proteínas] e exercício físico são os principais reguladores do processo de balanço proteico, favorecendo a síntese sobre a degradação”, explica Hamilton Roschel, autor do estudo e um dos coordenadores do Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição (Applied Physiology and Nutrition Research Group) da Escola de Educação Física e da Faculdade de Medicina da USP.

A qualidade da fonte proteica está relacionada com o seu perfil de aminoácidos essenciais, em particular de leucina, um aminoácido-chave no processo de estimulação anabólica para o músculo esquelético. “As proteínas de origem animal têm mais leucina do que as de origem vegetal. Como esse aminoácido é essencial no processo de sinalização do estímulo anabólico, especula-se que uma alimentação à base de vegetais resultaria em menor conteúdo de leucina e, portanto, a um estímulo anabólico também reduzido, o que afetaria o potencial de indivíduos veganos de ganhar massa muscular”, diz Roschel. O estudo, publicado na revista Sports Medicine, é fruto do mestrado de Victoria Hevia-Larraín, bolsista da FAPESP.

A pesquisa inova ao fazer uma análise clínica do efeito da qualidade da fonte proteica nas adaptações musculares ao comparar voluntários veganos e onívoros. Isso porque a maioria dos estudos sobre o tema analisou o mecanismo da resposta anabólica aguda do músculo em função da fonte proteica em condição laboratorial, e não o ganho de massa muscular em si. “O nosso achado mostra que, se ingerirem a quantidade adequada de proteína, jovens adultos veganos não têm prejuízo no ganho de massa muscular. Na realidade, o resultado das duas dietas foi igual”, afirma Roschel.

No entanto, os pesquisadores destacam que, para fins de controle experimental, o aporte proteico foi equalizado entre as duas dietas por meio do uso de suplementos proteicos. No estudo, os voluntários receberam suplementação de proteína isolada do soro do leite (para onívoros) ou da soja (para veganos), de acordo com a necessidade individual e com base no cálculo da alimentação de cada um, de forma a atingirem a meta de consumo proteico.

“Na prática clínica, sabe-se que alimentos de origem animal são, em geral, mais densos em proteína. Dessa forma, carne, leite ou ovos apresentam mais proteína por grama de alimento que o arroz ou o feijão, por exemplo. Dessa forma, ao considerarmos uma aplicação clínica em que o aporte proteico seria provido apenas por alimentos de origem vegetal, indivíduos veganos necessitariam ingerir um volume maior de alimentos para obter a mesma quantidade de proteínas, o que pode, em alguns casos específicos, representar um desafio importante.”

Ao dar a quantidade adequada de proteína para cada voluntário, a origem da fonte proteica (dieta mista ou vegetal) não importou. “Esse nosso achado reforça outros dados da literatura que apontam que uma dieta vegana é absolutamente possível de ser completa, se bem executada e planejada. Estudos anteriores sugerem que ela é, inclusive, possivelmente mais saudável do que uma dieta onívora. Entretanto, para isso, é necessário acompanhamento nutricional adequado e até mesmo um processo de educação nutricional acerca das escolhas que o indivíduo deverá fazer ao restringir sua alimentação a fontes vegetais”, afirma Roschel.

O pesquisador ressalta ainda que o estudo foi conduzido com jovens adultos saudáveis e não é possível extrapolar os resultados para outras populações, como a de idosos ou de pessoas com comprometimentos de saúde. “Com a idade ocorre um fenômeno conhecido como resistência anabólica – uma resposta anabólica subótima ao estímulo da nutrição e do exercício em comparação a jovens. Ou seja, para que o idoso apresente uma resposta máxima, ele precisa de muito mais proteína do que um indivíduo jovem saudável. Portanto, é preciso ter cautela ao generalizar o nosso achado para toda a população”, afirma.

*Este conteúdo é da Agência Fapesp.

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O que (e como) comer para o intestino funcionar

Mais tempo em casa, menos movimentação, mais refeições desequilibradas. Essa combinação não mexe só com o peso. Pode levar ao mau funcionamento do intestino, algo que influencia até o nosso humor. Então como reverter?

Começaremos pelo básico. E, muitas vezes, o básico resolve bem. O primeiro ponto que você deve saber é que vários fatores podem interferir no trabalho do intestino: a mastigação, o volume de fibras ingerido, a hidratação, a movimentação, o fracionamento da alimentação etc. Então vamos ver como podemos atuar em cada um deles.

A mastigação

Mastigar estimula os movimentos intestinais, e ainda faz uma pré-digestão da comida. Na boca, pela ação da saliva e dos dentes, ocorre um processo de digestão enzimática e mecânica, que facilita o trabalho das outras porções do sistema digestivo.

Mais do que mastigar direito, a ideia é mastigar com tranquilidade, o que traz um melhor clima à refeição. Encare essa mudança de atitude à mesa como uma forma de trazer mais disciplina e harmonia à sua vida de uma forma geral. Se você conseguir se policiar até que comer com calma vire algo natural, é provável que essa atitude se estenda a outros momentos da rotina.

O volume de fibras

Elas são indispensáveis a um bom funcionamento intestinal. Há dois tipos principais, a solúvel e a insolúvel. A primeira forma um gel em contato com líquidos lá no intestino. A insolúvel passa pelo trato digestivo quase intacta e aumenta o bolo fecal.

A fibra insolúvel é encontrada em farelos, nozes, verduras, grãos integrais, frutas e cereais. Ela se move através do aparelho digestivo absorvendo mais de 15 vezes o seu peso em água. Isso auxilia no combate a constipação, alguns tipos de diarreia e sintomas de irritabilidade. Além disso, a pressão no trato digestivo é diminuída, reduzindo o risco de hemorroidas.

A fibra solúvel é encontrada em alimentos como aveia, ervilhas, feijões, legumes, cevada e frutas cítricas. Além dos benefícios ao sistema digestivo, diminui os níveis de colesterol no sangue, o que é bem-vindo ao coração.

Devemos consumir cerca de 25 gramas de fibras por dia, mas quase 70% das pessoas não chegam a esse valor. E, quando analisamos as dietas de moda, muito utilizadas pelas pessoas que querem emagrecer, vemos que a grande maioria é bem pobre em fibras.

Um caminho para atingir a meta é seguir a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de comer no mínimo cinco porções de frutas, verduras e legumes por dia e priorizar cereais em versão integral.

A hidratação

A água atua na digestão, na absorção, na circulação e na excreção. É um meio de transporte para os nutrientes e todas as substâncias corpóreas, permitindo, ainda, a eliminação de resíduos do metabolismo pela urina e pelas fezes. Mantém o equilíbrio físico e químico dos fluidos dentro e fora das células e exerce papel fundamental na manutenção da temperatura do organismo.

O corpo humano perde a cada hora 50 ml de água se estiver parado, sem fazer atividade nenhuma. Em uma caminhada perdemos dez vezes mais que isso e, se estivermos correndo, 26 vezes mais. Por isso é importante beber água e saber escolher alimentos que contêm bastante água.

A importância da água para o nosso corpo é proporcional ao espaço que ela ocupa dentro de nós — ela corresponde a 60% do nosso peso corporal. Ela é essencial para todos os órgãos e é o meio de todas as reações químicas metabólicas. Não é diferente no aparelho digestivo.

Como regra geral, um adulto precisa de aproximadamente 35 ml de água por quilo de peso por dia. Uma pessoa de 60 kg deveria tomar, então, 2,1 litros de água diariamente. Esse valor deve ser ajustado de acordo com as necessidades individuais e a prática de atividade física.

O fracionamento da refeição

Você já deve ter ouvido falar que comer a cada três horas ajuda a manter o metabolismo acelerado e emagrecer… Mas também deve ter visto outras pesquisas que dizem que comer de forma fracionada não traz nenhuma vantagem na perda de peso em comparação com as três refeições ao dia (café da manhã, almoço e jantar).

E agora, o que é verdade? Como deve ser o planejamento de horários das refeições? Bom, uma coisa é certa: acrescentar alimentos no meio da manhã, da tarde ou à noite, só para comer a cada três horas, sem reduzir o volume das outras refeições, vai causar ganho de peso! Se você soma calorias, somará alguns quilos também.

O maior fracionamento é indicado quando reduzimos as quantidades de todas as refeições. Para controlar o peso, tanto faz fazer três refeições ao dia ou comer a cada três horas. Tudo depende de quantas calorias a pessoa ingere e quantas gasta.

Por outro lado, o estímulo constante do sistema digestivo, por meio de várias refeições ao dia, pode, sim, contribuir para um melhor funcionamento do intestino. Então leve isso em consideração se você não anda com o hábito intestinal tão em dia.

A movimentação

Mexer o corpo dentro ou fora de casa e fazer exercícios é um jeito de também melhorar a evacuação. A OMS recomenda, pensando no bem-estar geral, um mínimo de 150 minutos de exercícios físicos a serem realizados por semana. Você pode suar a camisa em três sessões semanais de 50 minutos ou cinco vezes por semana em sessões de meia hora, por exemplo. O intestino agradece.

O respeito à vontade de ir ao banheiro

Parece óbvio, né? Mas tem muita gente que deixa de ir ao banheiro quando ele é usado por outras pessoas ou mesmo quando está fora de casa. É importante não rejeitar o estímulo à evacuação, pois pode ocorrer reabsorção de água das fezes e elas podem ficar duras e secas, difíceis de serem eliminadas.

Para facilitar a evacuação, vale testar o uso de um banquinho na altura de um degrau. Essa tática pode contribuir para o movimento de impulsão das fezes na porção final do intestino. É simples e alivia. E assim o corpo fica mais leve — e o humor também.

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Receita para o frio: sopa de ervilha

É
só o clima esfriar para tirar a panela de pressão do armário e fazer uma sopa
deliciosa para se aquecer. Hoje a receita será de sopa de ervilha, uma opção
deliciosa, nutritiva e superfácil de preparar. Confira o passo a passo!

Você vai precisar de:

  • 500 gramas de ervilha;
  • 2 unidades de linguiça calabresa;
  • 200 gramas de bacon;
  • 500 mililitros de água;
  • Açafrão, louro e orégano;
  • Alho e cebola;
  • 1 cubo de caldo de bacon;
  • Sal a gosto;
  • ●     1 fio de óleo.

Modo de Preparo

  1. Coloque o óleo na panela de pressão e doure o alho e a
    cebola.
  2. Coloque o bacon, as linguiças e
    os temperos e deixe refogar bastante.
  3. Em seguida coloque as ervilhas, o caldo de bacon e cubra
    com água.
  4. Deixe cozinhar na pressão por
    aproximadamente 20 minutos.
  5. Depois de tirar a pressão da panela, caso haja
    necessidade, adicione mais um pouco de água e deixe na pressão por mais 15
    minutos até ficar bem cremosa.
  6. Sirva com queijo parmesão em cima.

E aí, parece delicioso,
né?

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