Logo

Aplicativos de comida contra o desperdício

O desperdício de comida não é um problema a ser combatido só dentro de casa. Afinal, ele acontece de maneira significativa também em restaurantes e padarias. Nesse contexto, acaba de nascer o Último Pedido App, um aplicativo que reúne, por enquanto, de 20 a 30 estabelecimentos de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A ideia é simples: ao abri-lo, o consumidor se depara com uma caixinha-surpresa, que o restaurante monta com os ingredientes que sobraram.

“São alimentos que estão em dia e têm qualidade, mas que a loja iria perder”, conta André Silva, um dos sócios da startup. O prato costuma sair até 50% mais barato. Por enquanto, o app funciona só em Porto Alegre, mas a ideia é expandir para outras cidades do estado e, depois, do Brasil. Na mesma linha há o Ecofood, que atende Londrina e Maringá (PR), mas em breve irá para outras regiões.

Doação para quem precisa

Recentemente, o governo aprovou uma lei que permite que restaurantes, bares e afins doem alimentos ou refeições prontas que não serão comercializados a pessoas em situação de vulnerabilidade. Isso se a comida estiver dentro do prazo de validade e em condições de consumo, claro. A doação poderá ser realizada diretamente, em colaboração com o poder público, ou por meio de bancos de alimentos e outras entidades beneficentes.

Source link

The post Aplicativos de comida contra o desperdício appeared first on Meio e Negócio.



Source link

Verão: saiba quais são as frutas, os legumes e as verduras da estação

O consumo de frutas e legumes da estação é sempre a melhor opção, afinal, quando estão fora da época, o agricultor é obrigado a recorrer a mais insumos para melhorar a produção, desde água até pesticidas, fora que os preços costumam estar mais altos.

Confira todas as delícias da estação mais quente do ano!

Frutas: abacaxi, banana-nanica, goiaba, carambola, laranja-pera, limão, maçã, mamão formosa, manga, melancia, melão e pêssego.

Tubérculos e raízes: beterraba e cenoura.

Legumes: abóbora, berinjela, chuchu, pepino, pimentão e tomate.

Verduras: alface, chicória, escarola, almeirão, espinafre, repolho e rúcula.

O verão começa no dia 21 de dezembro e vai até 21 de março.

Source link

The post Verão: saiba quais são as frutas, os legumes e as verduras da estação appeared first on Meio e Negócio.



Source link

Comida que segura a pressão

Na mitologia egípcia, existe uma passagem do Livro dos Mortos que descreve o tribunal do deus Osíris. No rito, logo que alguém deixa a vida terrena, seu coração é posto em um dos pratos de uma balança e, no outro, coloca-se uma pena. Quando o órgão pesa mais que a pluma, o desafortunado é devorado e desaparece. Precisa se equiparar ou estar mais leve para permitir que o indivíduo alcance o paraíso. Lá se vão milênios, mas trazer essa cena para o momento presente ajuda a refletir sobre o poder do equilíbrio. Tem tudo a ver com a nova diretriz brasileira de hipertensão arterial, elaborada por especialistas de diversas sociedades médicas.

O documento, lançado durante o Congresso Brasileiro de Cardiologia (SBC), em novembro, coloca o cardápio balanceado como um dos pilares tanto da prevenção quanto do controle da pressão alta. “A adoção de programas alimentares saudáveis, associada à prática de atividade física, à melhora do sono, ao manejo do estresse e à redução do peso, está entre as principais medidas na redução do risco e também faz parte do tratamento não medicamentoso”, diz o cardiologista Marcus Bolívar Malachias, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e um dos autores da publicação. Segundo a nutricionista Camila Guazzelli Marques, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), sempre vale lembrar que a hipertensão é uma condição multifatorial, influenciada por questões genéticas e ambientais. “Mas a literatura científica reforça a relevância do estilo de vida”, afirma.

O problema é marcado pelo desequilíbrio em um sistema que faz os vasos sanguíneos relaxarem ou se contraírem. Como um jogo de forças. Assim, substâncias que apertam as artérias, caso da angiotensina, costumam ser mais atuantes do que aquelas que as relaxam, como o óxido nítrico. Ocorre, dessa forma, um aumento da resistência à passagem do sangue, que culmina na elevação da pressão. Quando esse processo é corriqueiro, e as medidas ultrapassam 140 por 90 mmHg, o coração sofre. Aí, remédios tendem a entrar no roteiro — o que não reduz a importância de bons hábitos.

Um menu de aliados

Com o respaldo da ciência, ingredientes vindos do prato são apontados como amigos do peito. Não por acaso, alguns modelos de cardápio aparecem na diretriz brasileira. A maior estrela continua sendo a Dash, sigla para Dietary Approaches to Stop Hypertension, ou Dieta para Combater a Hipertensão. Sua receita mistura cereais integrais, frutas, verduras, legumes, além de castanhas e afins. Indica-se priorizar carnes e laticínios magros e reduzir as pitadas de sal e colheres de açúcar.

Recentemente, cientistas europeus avaliaram dezenas de estudos, num método conhecido como meta-análise, e concluíram que, entre diferentes dietas, a Dash é campeã em ação anti-hipertensiva. A pesquisa foi publicada no periódico Critical Reviews in Food Science and Nutrition. Não bastasse contribuir para a redução da pressão, há comprovação de que o programa alimentar dá um chega pra lá em encrencas como obesidade e diabetes.

Outra aclamada dieta, mencionada na recém-divulgada diretriz, é a mediterrânea. Entre seus trunfos em prol da saúde cardiovascular destaca-se o de facilitar o equilíbrio das taxas de colesterol e de glicose na circulação, blindando as artérias — com isso, a circulação do sangue ocorre sem entraves. Estudiosos gostam de enfatizar que, muito mais do que um regime alimentar, trata-se de um contexto que contempla cultura, ambiente e exercícios — e, claro, muito prazer à mesa.

No menu, compartilhado por italianos, gregos, espanhóis e outros povos que habitam as margens do Mar Mediterrâneo, não há racionamento. Tem espaço para carboidratos, originários especialmente de grãos, mas massas e pães integrais também surgem no dia a dia. O azeite de oliva fornece gordura da melhor qualidade. Pescados, frutas e hortaliças desfilam sabores, cores e uma enorme variedade de nutrientes. A presença abundante e a sinergia de compostos protetores ajudam a explicar o êxito de ambos os cardápios. E, assim como no julgamento dos antigos egípcios, o equilíbrio é a senha para desfrutar dos seus benefícios.

Ainda que os bons efeitos sejam atrelados ao padrão alimentar como um todo, dentro de um estilo de vida balanceado, a ciência vem vasculhando a atuação específica de algumas substâncias com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Nesse sentido, os flavonoides sobressaem. Parte do grupo, os chamados flavonols-3, despontam em um estudo fresquinho, que contou com a participação de mais de 25 mil pessoas. Cientistas da Universidade de Reading, na Inglaterra, concluíram que o consumo rotineiro desses elementos está relacionado à redução da pressão arterial. Diferentemente de outros estudos sobre alimentação, que se baseiam em registros dos participantes, essa pesquisa mediu pra valer a ingestão dos flavonols.

“Por meio de exames de sangue, são dosados biomarcadores nutricionais”, ensina a nutricionista Juliana Kato, diretora científica do Departamento de Nutrição da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). A avaliação é, por causa disso, considerada mais precisa. Daí que frutos como maçã, uva, morango, amora e cacau podem ser qualificados como agentes anti-hipertensivos, já que fornecem tais moléculas. Um fato intrigante é que uma das principais fontes de flavonoides para a turma estudada é o chá-preto — apreciado na terra da rainha pontualmente às 5 da tarde. Como ele contém cafeína, ingrediente estimulante cujo excesso é acusado de disparar palpitações, Juliana aconselha consumir com moderação.

A bióloga Ivana Cruz, professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, também se surpreendeu durante suas pesquisas em Mauês, na região amazônica. “Observamos, entre os idosos fãs de guaraná, uma menor prevalência de hipertensão em comparação aos que não tomavam a bebida”, relata. Assim como o chá, o fruto brasileiro esbanja a injustiçada cafeína. “Mas oferece quantidades importantes de flavonols-3, sobretudo catequinas e epicatequinas”, esmiúça. Talvez o segredo esteja na atuação conjunta e potencializada de todos os benfeitores.

Segundo o médico Robson Santos, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os antioxidantes, grupo do qual os flavonoides fazem parte, são essenciais à saúde cardiovascular. “Essas substâncias protegem o endotélio, a camada celular que recobre o interior dos vasos e atua no controle da contração e do relaxamento, ajudando a regular a pressão arterial”, descreve. Ao preservar as funções endoteliais, ocorre maior produção de óxido nítrico, aquele famoso vasodilatador. E o sangue tende a fluir mais livremente.

A engenheira de alimentos Gabriela Macedo, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista, também anda investigando os flavonoides. Gabriela lidera um grupo de pesquisas que extrai essas substâncias de bagaços, sementes e cascas descartados pela indústria. “Utilizamos resíduos de cítricos, em especial da laranja, além de uva, soja e café”, exemplifica. Essa matéria-prima, que costuma acabar no lixo, concentra ingredientes como a hesperidina e a naringenina. Durante testes em células e modelos animais, a cientista notou sua atuação anti-hipertensiva. “A proteção cardiovascular é atribuída aos efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios, à inibição da agregação plaquetária, entre outros mecanismos”, comenta.

Para aproveitar tamanha riqueza, a microbiota intestinal precisa estar em harmonia. Isso significa que o contingente de micro-organismos benéficos do nosso aparelho digestivo deve prevalecer. Fora favorecer a absorção dos flavonoides e de outros fitoquímicos, essas bactérias produzem ácidos graxos de cadeia curta, citados em estudos como protetores contra a hipertensão. Para alimentar esse ecossistema dentro da barriga, as dietas Dash e mediterrânea, com seu arsenal de frutas e hortaliças, são mais do que bem-vindas.

A tendência plant-based, focada na ingestão de itens de origem vegetal, é outra alternativa. Aliás, um estudo recente, publicado no periódico BMJ Nutrition, Prevention & Health, ligou esse tipo de cardápio a níveis mais baixos de pressão arterial. Além de excluir proteína animal, o menu restringe os ultraprocessados. Portanto, refrigerantes e muitas guloseimas empacotadas não têm vez. Comida industrializada pronta para o consumo, com seus aditivos, também pede cautela. A cardiologista Fátima Dumas Cintra, do Hospital Moriah, na capital paulista, chama a atenção para um deslize comum: “Muita gente tenta evitar o saleiro, mas não considera embutidos e outros produtos que escondem doses generosas de sódio”, observa.

Fato é que, por questões culturais, o brasileiro também pega pesado nas pitadas. “Talvez a predileção tenha origem na tradição de salgar carnes e outros alimentos para conservá-los”, raciocina Malachias. Para vencer o perigoso hábito, o médico sugere arriscar-se na cozinha. “Vale provar ervas e outros temperos naturais nas receitas”, recomenda. Dar uma de mestre-cuca ainda é uma deliciosa terapia. E trazer a calma para o cotidiano é mais uma atitude que faz o coração bater feliz — e leve, leve como uma pluma.

O perigo dos quilos extras

A recém-lançada diretriz brasileira ressalta a obesidade como fator de risco para a hipertensão. Um dos motivos por trás da conexão tem a ver com a barriga em si. Muito mais do que um simples problema estético ou um mero depósito de energia, o tecido gorduroso entremeado nas vísceras colabora para a produção de substâncias inflamatórias. Estas, por sua vez, caem na circulação e alteram o tônus dos vasos. A boa notícia, amparada por estudos, é que a perda de alguns quilos faz uma diferença significativa na medida da pressão. “Mas o emagrecimento deve ocorrer de maneira gradual, baseado na ciência e em mudanças que sejam sustentáveis”, instrui a nutricionista Camila Marques, da Unifesp.

Eles têm passe livre

Nutrientes e outros compostos protetores que merecem lugar cativo no cardápio:

Flavonoides

A professora Ivana Cruz, da UFSM, conta que já foram identificados mais de 5 mil tipos de flavonoides na dieta. “São moléculas produzidas pelas plantas para protegê-las de fatores ambientais capazes de trazer danos, caso da radiação solar”, explica. Alguns dos mais badalados são as antocianinas, as flavonas e os flavonóis (o grupo flavonol-3 é estrela em um estudo britânico pela sua ação contra a pressão alta).

Onde encontrar: Maçã, uva, laranja, guaraná, cacau (representado pelo chocolate amargo)e a erva Camellia sinensis, matéria-prima dos chás verde, branco e preto, oferecem diversos tipos de flavonoides.

Como tirar proveito: Há uma chance de perda de flavonoides em processos como o aquecimento. Por isso, a melhor pedida é apreciar os alimentos in natura — ou utilizar os líquidos do cozimento em outras receitas.

Potássio

Esse mineral, famoso por agir na musculatura e proteger contra as cãibras, é dos mais exaltados nos experimentos sobre hipertensão, inclusive naqueles que investigam os atributos da dieta Dash. Isso porque está envolvido com a regulação de sódio e no controle, por meio do sistema nervoso central, da liberação de hormônios que agem na constrição dos vasos, como a noradrenalina.

Onde encontrar: Em frutas como a banana, a manga e o abacate. Também está nos tubérculos e nas raízes — isto é, batata e mandioca ofertam o mineral e ainda contêm outras substâncias protetoras.

Como tirar proveito: Invista em vegetais orgânicos e evite o cozimento exagerado. Mais uma vez, cabe o recado de ressignificar aqueles caldos que sobram no fundo da panela e são bastante nutritivos.

Continua após a publicidade

Cálcio

Não bastasse fortalecer o esqueleto e nos blindar contra a osteoporose — o que já é uma grande proeza, convenhamos —, o nutriente apresenta-se como coadjuvante na redução da pressão arterial. Assim como o potássio, há evidências de que colabora para a eliminação de sódio, contribuindo para a circulação sanguínea. Sabe-se que esse equilíbrio é fundamental para a correta dilatação e contração dos vasos.

Onde encontrar: Leite e derivados, como queijos, são exímios fornecedores. Para a turma vegana, há opções deliciosas, como o tofu e outros produtos à base de soja. Vegetais verde-escuros também são redutos.

Como tirar proveito: Dê preferência às versões desnatadas dos laticínios. Outro conselho é investigar os rótulos dos queijos e consumir os menos salgados. Parcimônia com o parmesão e o gorgonzola, por exemplo.

Fibras

Elas brilham em inúmeros trabalhos sobre a saúde cardiovascular. Pudera. São capazes de arrastar o colesterol para fora do organismo — atuação marcante sobretudo entre as fibras do tipo solúvel, caso da aveia. Também ajudam a prolongar a saciedade e a controlar o apetite, afastando a obesidade. Por fim, há indícios de que seu impacto positivo na microbiota intestinal repercuta no alívio da pressão.

Onde encontrar: Estão na aveia, nas leguminosas — o tradicional feijão é símbolo aqui —, nos grãos integrais, nas sementes, nas oleaginosas e em uma variedade de frutas, verduras e legumes.

Como tirar proveito: Quando possível, coma as frutas com a casca — é um poço de fibras. Mas, para que as substâncias exerçam suas funções plenamente, é crucial beber água. Distribua goles ao longo do dia.

Magnésio

Outro mineral realçado, mais recentemente, em pesquisas sobre o coração. Há sinais de efeitos no afrouxamento dos vasos sanguíneos. O magnésio participa ainda da transmissão de impulsos nervosos e, quando não há quantidade suficiente no organismo, a irritabilidade pode aflorar. Portanto, em nome da calma, capriche no consumo. Ah, e suplementação só com aval de especialista, por favor!

Onde encontrar: Hortaliças de coloração verde-escura, como espinafre e brócolis, exibem o nutriente. O time das oleaginosas, com suas amêndoas, castanhas e nozes, também entrega o mineral.

Como tirar proveito: Trata-se de uma substância que suporta o calor. Mesmo assim, não deixe passar do ponto. Refogar rápido ou preparar no vapor preserva sabor, cor e consistência.

Tenha cautela com eles

Agora, quem exagera nestes ingredientes corre mais risco de ver a pressão subir:

Sódio

Ele rouba a cena na cozinha em sua versão mais popular, isto é, como cloreto de sódio — o famoso sal. Apesar de ser um mineral indispensável na condução de impulsos nervosos, por exemplo, ganhou péssima fama. Tudo culpa do excesso, notório no Brasil. É que o abuso faz disparar a sede. E, quanto mais água ingerida, maior o volume de líquidos na corrente sanguínea. Aí a tendência é a pressão arterial decolar.

Onde está: Os embutidos (linguiças, salsichas e salames) têm sódio a valer. Atenção também com salgadinhos, certos queijos, macarrão instantâneo e pratos prontos industrializados.

Como maneirar: Incremente receitas com ervas e hortaliças. Cebola, alho, salsinha, coentro, alecrim e tantas outras são ótimas substitutas e ajudam a reduzir os teores de sal das preparações.

Álcool

Há muita controvérsia aqui. Existem indicativos de que certas bebidas até contribuam para a saúde do peito. Só que a parcimônia raramente dá o tom — e o exagero não cai bem. Excessos alcoólicos podem mexer com o sistema renina-angiotensina-aldosterona, trinca de moléculas envolvidas na regulação da pressão. O resultado? A liberação de vasoconstritores, que podem fazer as artérias passarem o maior aperto.

Onde está: Cada canto do mundo tem um drinque com sua identidade. Da cachaça brasileira à vodca dos russos, passando pelo uísque escocês, a cerveja alemã e o saquê dos japoneses.

Como maneirar: Ainda que o vinho tinto faça parte da festejada dieta mediterrânea, não há consenso sobre a recomendação de bebidas alcoólicas entre os especialistas. O melhor mesmo é não abusar ou evitar.

Açúcar

Quando sobra doce na circulação, sobe o risco de ele se juntar a um tipo de proteína e formar compostos caramelados, que são conhecidos como AGEs. Se esses grudentos resolvem colar no endotélio, aquele tapete celular que recobre a parte interna das artérias — assim como a bala adere ao dente —, a elasticidade dos vasos pode acabar prejudicada. Daí já viu: pressão pra cima!

Onde está: Sorvetes, bolos, refris, cookies e afins são ícones da doçura, mas o açúcar também se esconde em itens considerados insuspeitos, como iogurtes, granolas e barrinhas de cereais.

Como maneirar: Para reduzir o açúcar, a primeira dica é ficar atento aos produtos industrializados. Outra sugestão é reeducar o paladar. Compensa experimentar sucos, chás e até mesmo cafés ao natural.

Gordura saturada

Palmítico, mirístico e láurico. Falando assim, parecem só ingredientes de nomes peculiares. Agora, que tal óleo de palma, coco e carne bovina? Eis a cara dos ácidos graxos saturados. Na cozinha, essa gordura é sempre a última a amolecer — isso ocorre em temperaturas altas. No organismo, o raciocínio é similar. Vai ver é por isso que tem sido ligada a inflamações e endurecimento dos vasos sanguíneos.

Onde está: Fora os itens listados acima, a gordura saturada é detectada no leite e seus derivados, no ovo, no bacon e na linguiça. Sem falar em salgadinhos, sorvete, biscoitos e outros ultraprocessados.

Como maneirar: Valorize cortes bovinos magros, como patinho ou alcatra. Mais: retire a pele das aves antes de mandar à panela. Durante o cozimento, a tendência é a gordura penetrar na carne.

O papel dos exercícios

Na nova diretriz, o sedentarismo é apontado como um dos dez principais fatores de risco para a mortalidade global. Para driblar a ameaça, a recomendação é investir em atividades aeróbicas, como caminhada. A musculação também é indicada. O combo colabora para a fabricação de substâncias promotoras de bem-estar. A cardiologista Fátima Dumas lembra ainda de técnicas como meditação e ioga, que, entre outros benefícios, aplacam o estresse — aí o sangue tende a fluir melhor.

Continua após a publicidade

Source link

The post Comida que segura a pressão appeared first on Meio e Negócio.



Source link

Maracujá-alho é promissor contra o Parkinson

Essa espécie típica do cerrado — há mais de 100 tipos de maracujá no Brasil — não tem o nome à toa. “Quando é aberta, sente-se um aroma de alho”, explica o engenheiro de alimentos Nedio Jair Wurlitzer, da Embrapa Agroindústria Tropical. Embora não sirva para fazer suco, suas folhas rendem um chá popularmente conhecido por aliviar tremores, como aqueles de quem sofre de Parkinson.

Com base nisso, Wurlitzer e uma equipe levaram a fruta ao laboratório. “Identificamos, em animais, redução de ansiedade, além de recuperação de coordenação motora e maior nível de dopamina no cérebro”, revela. Os estudos seguirão para avaliar as melhores formas de uso.

Se tudo der certo, podem evoluir para os seres humanos. É esperar para ver

Source link

The post Maracujá-alho é promissor contra o Parkinson appeared first on Meio e Negócio.



Source link

Os alimentos campeões em agrotóxicos

A Anvisa divulgou os resultados do mais recente Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, baseado em 4 616 amostras de 14 culturas agrícolas. Desse total, 23% foram consideradas insatisfatórias, pois ultrapassavam o limite máximo de resíduos de agrotóxicos. “É muita coisa”, espanta-se a engenheira de alimentos Michele Spier, da Universidade Federal do Paraná.

Sem falar no uso errado: em 20% das amostras surgiram pesticidas que não são autorizados para aquele cultivo específico. Michele lembra que pesquisas já ligaram os agrotóxicos a maior risco de câncer, disfunções hormonais, doenças cardíacas etc. Para minimizar o perigo, ela sugere maior fiscalização, incentivo ao uso de produtos naturais e, em casa, capricho na limpeza e preferência por orgânicos.

<span class="hidden">–</span>Gráfico: Letícia Raposo/SAÚDE é Vital

 

Source link

The post Os alimentos campeões em agrotóxicos appeared first on Meio e Negócio.



Source link

Yes, nós temos (e devemos comer mais) banana!

No final da década de 1930, Carmen Miranda (1909-1955) anunciava, por meio de suas marchinhas, algumas qualidades da banana. Tanto a cantora quanto a fruta viraram a cara do Brasil e conquistaram o mundo. Nenhuma, no entanto, nasceu aqui. A primeira é de origem portuguesa. A segunda, dizem estudiosos, veio do Sudeste Asiático.

Outro ponto em comum é que as duas são musas. A artista, obviamente, pela graça e seus tantos talentos. O vegetal e suas espécies, pelo nome científico: Musa acuminata, Musa balbisiaana ou, ainda, Musa paradisiaca.

Em uma das mais populares canções, se fala que banana tem vitamina e engorda. Sim, ela é vitaminada, mas não merece carregar a fama engordativa. É certo que não está no ranking das frutas mais magras. Mas, só para comparar, a banana-prata tem 60 calorias, quase o mesmo valor de uma maçã pequena.

Nesse quesito, destaca-se ainda seu poder de prolongar a sensação de saciedade. O que se dá pela presença de fibras solúveis, aquelas que, no intestino, se ligam à água e formam uma espécie de gel, brecando o apetite.

Sobre atuações na digestão, há pesquisas que colocam a banana como protetora da parede estomacal. Não à toa as vovós recomendam banana-maçã para dar aquela endireitada em certos desarranjos dos netinhos. Muita gente aponta os taninos como os agentes promotores do alívio e essas substâncias estão mais presentes quando o alimento não está tão maduro.

Uma curiosidade saborosa: dizem que são esses mesmos compostos os responsáveis pela coloração azulada de uma receita típica do litoral paulista e batizada como “azul-marinho”. Criada por caiçaras, especialmente da região de Ubatuba, é feita da mistura de peixe e da nanica bem verde, preparados em panela de ferro. Durante o cozimento, o mineral reage com os taninos, conferindo o tom diferenciado.

De tudo quanto é jeito

Na cozinha litorânea, na sertaneja ou urbana, a fruta é sucesso das mais variadas formas na culinária. Já diria o antropólogo Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) em História da Alimentação no Brasil (clique para comprar): “Crua, assada, cozida; com açúcar, canela, doce em calda e a bananada, com queijo, cartola, farinha para crianças, mingau, tortas. Com mel, licor… Saboreada por todas as idades e paladares…”

O historiador reforça que se trata de vegetal do “mais fácil descascamento”. Graças a essa praticidade, marcou presença nas quadras de tênis, levada pelo tenista Guga Kuerten. O campeão catarinense devorava algumas nos intervalos dos jogos e assim garantia pique para as longas partidas.

Além de oferecer carboidrato, a banana contém nutrientes que resultam em mais disposição. Ela é famosa por fornecer boas doses de potássio, aquele que contribui para afastar a fadiga, sobretudo o cansaço muscular. Outro mineral presente é o magnésio, conhecido promotor do bem-estar.

Continua após a publicidade

Sua polpa é fonte do complexo B, uma família vitaminada e essencial para espantar o mau-humor e a tristeza.

Não bastasse essa coleção de moléculas da felicidade, a fruta faz história nas artes, simbolizando, inclusive, o Tropicalismo ou Tropicália, movimento cultural cheio de cores e alegrias.

Daí a música desta coluna vir na voz de um de seus maiores representantes, o baiano Caetano Veloso, que regravou a célebre marcha composta por Braguinha (1907-2006), Yes, Nós Temos Banana.

Na ponta da língua

O fruto está na boca do povo de todas as formas. Aparece em uma porção de expressões, como ensina o etimologista Deonísio da Silva, professor da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro:

“Dar uma banana”: apontar o cotovelo para o interlocutor tem significado de vingança ou ofensa. O gesto é feito em países como Portugal, Espanha, França e Itália, mas a palavra “banana” só aparece no português falado aqui. Ela foi incluída porque o antebraço é parecido com a fruta.

“Embananar”: a hipótese para a origem desse verbo, que é sinônimo de confusão, remonta à maneira atrapalhada dos primeiros negócios que envolveram a fruta. Os comerciantes não sabiam se a vendiam em cacho, em dúzia, em peso, em unidade, em penca…

“Preço de banana”: o significado dessa expressão está na cara. Apesar de tão virtuosa, a banana é das frutas mais baratas e, na época da colonização, dispensava maiores cuidados.

“Plantar bananeira”: firmar-se no chão com as mãos é uma metáfora inspirada no formato da bananeira. Acredita-se que os índios brincavam dessa maneira imitando a planta.

Para plantar bananeira, há de se ter habilidade e disposição. Melhor comer uma banana meia hora antes!

Continua após a publicidade

Source link

The post Yes, nós temos (e devemos comer mais) banana! appeared first on Meio e Negócio.



Source link

Conheça os principais tipos de laranja e a melhor forma de usá-los.

Saborosa e nutritiva, a laranja é uma fruta que não pode faltar no cardápio da maioria dos brasileiros. Há quem prefira ela in natura, mas são diversas as possibilidades de consumo da fruta. Pode estar em doces, sucos e até junto ao prato salgado de uma refeição, você escolhe! 

Saiba quais são os principais tipos e como é indicado o seu consumo: 

Laranja-pera
Fácil de identificar, ela costuma ser menor e tem um formato mais alongado. É lisa, suculenta e ótima para o preparo de sucos, já que tem um sabor doce e suave, com pouca acidez.

Laranja-lima
É a mais indicada para bebês que estão em fase de introdução alimentar ou para pessoas com problemas digestivos, já que ela não tem acidez e é fácil de consumir pelo seu sabor mais docinho. Na hora de escolher, opte pelas mais firmes e brilhantes.

Laranja-bahia

Não tem sementes e pode ser consumida ao natural ou como acompanhamento de pratos. As pessoas adoram consumi-la com uma deliciosa feijoada. Sua casca é super alaranjada e apresenta uma pequena saliência, por causa dessa característica também é conhecida como laranja-de-umbigo. 

Laranja-da-terra

Costuma ser pequena e com sabor amargo. É indicada para geleias e fins medicinais. 

Referências: Site Tudo Gostoso

Source link

The post Conheça os principais tipos de laranja e a melhor forma de usá-los. appeared first on Meio e Negócio.



Source link

O micro-ondas faz mal para a saúde ou deixa a comida menos nutritiva?

O micro-ondas é prático — e isso não dá para negar. No entanto, como utiliza um tipo de radiação para aquecer a comida, muitas pessoas temem que ele prejudique a saúde. Esse eletrodoméstico não pode afetar o corpo de quem está ao lado dele? E não interfere na qualidade nutricional da comida? A leitora Betina Neves nos fez essas questões.

Para sanar as dúvidas, conversamos com dois especialistas: o engenheiro de alimentos Álvaro do Amarante, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), e o físico Cláudio Hiroyuki Furukawa, do Laboratório de Demonstrações do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP).

Como o micro-ondas funciona

Quando ele é ligado, um tubo chamado magnetron dispara ondas eletromagnéticas. Um ventilador interno ajuda a propagá-las em todas as direções, gerando um campo eletromagnético.

Furukawa explica que as moléculas de água dos alimentos que colocamos lá dentro interagem com esse campo. Elas começam a, digamos, vibrar bastante. E esse agito aquece a refeição.

A radiação pode afetar quem fica perto do micro-ondas?

Precisamos diferenciar entre radiação ionizante e não ionizante. “O primeiro tipo causa mesmo mudanças na estrutura genética das células”, aponta. É o caso dos raios ultravioleta, raios X e raios gama.

Já a radiação emitida pelo micro-ondas é não ionizante. Ou seja, possui uma baixa frequência, que não tem potencial para alterar o DNA. “Elas servem apenas para aquecer”, arremata Furukawa.

Claro que, se essa radiação fosse apontada diretamente para o nosso corpo, poderia provocar queimaduras. Mas isso só ocorreria com exposições altas — e os aparelhos possuem mecanismos de segurança. Não à toa, você não consegue ligá-lo com a porta aberta.

Isso, no entanto, chama a atenção para a necessidade de manter seu equipamento em um bom estado de conservação. Respeite as orientações do fabricante (e fique de olho nas dicas de segurança que colocaremos no fim da reportagem).

Inclusive, a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) confirma a segurança desse aparelho.

O micro-ondas afeta a qualidade dos alimentos?

Ok, o equipamento não prejudica diretamente o organismo. Mas e a comida: será que ela perde os nutrientes?

O engenheiro de alimentos Álvaro do Amarante conta que, na verdade, toda vez que você esquenta uma refeição, certos componentes sensíveis ao calor vão se perder. Independentemente do método empregado.

“Mas, de modo geral e pensando em saúde apenas, o micro-ondas não é pior que o aquecimento convencional no forno à gás ou elétrico”, completa o especialista.

Continua após a publicidade

Existem evidências científicas disso. Um estudo publicado em 2009 no periódico Journal of Food Science comparou a perda de substâncias antioxidantes de 20 vegetais em diferentes formas de preparo (ferver, cozinhar em panela de pressão, grelhar, fritar, assar ou aquecer no micro-ondas).

Após a análise, os cientistas concluíram que o eletrodoméstico gerou uma das menores perdas, junto com técnicas para grelhar e assar. O que mais fez os antioxidantes evaporarem foi o cozimento sob pressão e a fervura.

É claro que a nutrição vai muito além de antioxidantes. Entretanto, a OMS também aponta que os alimentos preparados no micro-ondas possuem o mesmo valor nutricional que os cozidos em forno convencional.

Apesar da praticidade, o utensílio tem suas limitações gastronômicas. Amarante lembra que o poder de penetração das ondas eletromagnéticas nos alimentos fica na faixa de 2 a 2,5 centímetros.

“Alimentos com dimensões grandes, como um pedaço de carne, não esquentam nem cozinham por inteiro”, orienta o professor da PUC-PR. “O mais indicado é aquecer alimentos pequenos e finos”, arremata.

Além disso, o gosto e a consistência da comida normalmente ficam menos apetitosos — em comparação com o aquecimento no fogão. Como o micro-ondas se mostra seguro, seu uso depende mais do gosto, do tempo e da refeição escolhida.

Normas de segurança para usar o micro-ondas

Antes de tudo, evite colocar produtos que possuem pele, casca ou película protetora (como ovos, batatas, tomates e salsichas). Devido à pressão interna, há o perigo de eles explodirem, sujarem tudo e até provocarem acidentes em situações extremas.

Agora, ambos os especialistas entrevistados alertam que o verdadeiro perigo envolve os recipientes utilizados para acomodar a comida dentro do micro-ondas. “Alguns plásticos são fabricados com solventes orgânicos, sendo que parte deles é cancerígeno. Essas substâncias, quando aquecidas, são liberadas”, relata Amarante.

“O próprio consumidor tem como perceber, porque esses plásticos soltam um cheiro ruim e chegam a ficar moles”, acrescenta Furukawa. Claro que um deslize isolado não vai determinar o aparecimento de um câncer, mas convém evitar esse tipo de atitude.

Os recipientes recomendados para irem ao forno de micro-ondas são os de vidro e cerâmica. Ou plásticos que são sinalizados na embalagem como seguros para esse modo de aquecimento.

Ah, e jamais coloque embalagens de metal, palhas de aço, papel alumínio ou panelas. “Metais são materiais condutores. A interação deles com o campo eletromagnético das micro-ondas vai gerar uma corrente elétrica. O aparelho pode pegar fogo e até explodir”, alerta Furukawa.

Por fim, lembre-se de comprar equipamentos com a certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e sempre siga as orientações do manual de instruções.

Continua após a publicidade

Source link

The post O micro-ondas faz mal para a saúde ou deixa a comida menos nutritiva? appeared first on Meio e Negócio.



Source link

A culpa do ganho de peso não é da pizza

Quem me conhece pode achar que estou legislando em causa própria neste texto. Confesso que essa afirmação tem seu fundamento, porque sou apaixonado por pizza. Conheci essa iguaria italiana com meu pai, que a preparava em casa com umas formas feitas para assá-la na temperatura ideal. Aliás, amor à pizza também circunda amigos editores da Veja Saúde, certo Theo Ruprecht? (Observação do editor: sim!)

Com os meus conflitos de interesse expostos, vamos ao que interessa. Eu não nego que alguns sabores de pizza podem carregar um número considerável de calorias. Mas o fato de uma pizza vir dividida em pedaços traz uma oportunidade única de treinarmos uma forma diferente de se alimentar. Uma forma mais saudável e emagrecedora, diga-se.

Quando estamos famintos, comemos diversos pedaços rapidamente. Minha proposta é quebrar esse padrão na próxima vez que você pedir essa delícia no jantar. Faça o seguinte:

  • Escolha seu sabor predileto
  • Coma um pedaço com calma e, então, espere 15 minutos
  • Só aí pegue outro pedaço
  • Aguarde mais 15 minutos e, se estiver com fome, repita o procedimento, sempre dando tempo entre um pedaço e outro

Aposto que você vai acabar deixando mais pizzas na caixa dessa maneira. Mas por quê?

A sensação de que é hora de parar de comer é controlada por dois fenômenos. O primeiro é menos elaborado e se chama saciação. Ele diz respeito à quantidade de alimento que cabe em nosso estômago. E a gente precisa engolir bastante coisa pra enchê-lo.

Continua após a publicidade

O segundo é um processo requintado, com diversos moduladores gastrointestinais, cerebrais etc. Ele atende pelo nome de saciedade. Quando você consome um alimento lentamente, esse mecanismo tem tempo para entrar em cena e regular a ingestão sem necessidade de tantas garfadas.

Podemos tirar duas lições daqui:

  1.  Ao consumir alimentos mais lentamente, comeremos menos comida e menos calorias.
  2. Fazer refeições rapidamente culmina em abusos que ajudam a acumular pneuzinhos.

Ou seja, dá para comer pizza sem engordar! Como mostrei, ela é um alimento que permite facilmente controlar a ingestão, porque você sempre pode dar um intervalo entre os pedaços.

Em outros pratos, temos maior risco de errar, pois, ao nos servirmos com fome, pegaremos mais comida do que precisamos. E, na ânsia de forrar o estômago, não daremos tempo para a saciedade entrar em cena.

Quem diria que a pizza é inocente — e ainda pode ser uma aliada no projeto de emagrecimento?!

Continua após a publicidade

Source link

The post A culpa do ganho de peso não é da pizza appeared first on Meio e Negócio.



Source link

Uma dieta mediterrânea adaptada para os brasileiros

Quando se fala em um padrão alimentar para melhorar a qualidade de vida e alcançar a longevidade, é quase um consenso citar a dieta mediterrânea. Ela se baseia no que costumam comer alguns povos de países da bacia do Mar Mediterrâneo, particularmente aqueles que vivem na Grécia, em Portugal, na Turquia, na Espanha e no sul da Itália.

Seu trunfo é proporcionar um alto consumo de frutas e legumes, cereais, azeite e peixe, tornando a alimentação mais rica em fibras e gorduras insaturadas e pobre em gordura saturada. Além disso, essa dieta restringe os óleos hidrogenados e as carnes vermelhas. E até contempla o vinho tinto, desde que ingerido em quantidade moderada.

Só que muitos brasileiros reclamam que nem sempre dá para se guiar por esse menu, seja pela dificuldade de encontrar alguns ingredientes, seja pelo preço mesmo. Mas digo que é possível substituir alimentos e costumes por versões nacionais e colher seus benefícios. Vamos aos preceitos da dieta mediterrânea, agora adaptados à nossa realidade.

Para comer no dia a dia

As três principais refeições devem conter os seguintes elementos básicos:

• Cereais: uma ou duas porções por refeição. Vale arroz, cuscuz, massas, pães, entre outros. Dê preferência a tudo que é feito com grãos integrais, uma vez que alguns nutrientes importantes (magnésio, fósforo…) e a fibra podem ser perdidos com o processamento.

• Verduras e legumes: têm de aparecer no almoço e no jantar pelo menos duas porções por refeição, sendo que uma delas deve ser de vegetais crus. A variedade de cores e texturas revela a diversidade de compostos com propriedades antioxidantes e protetoras no prato. Também é bacana respeitar a sazonalidade da colheita.

• Frutas: uma ou duas porções por refeição, podendo representar a sobremesa mais frequente. Indico também variar o tipo e as cores e respeitar a sazonalidade.

• Água: sugerimos ingerir de 1,5 a 2 litros por dia. Uma boa hidratação é essencial para manter o equilíbrio da massa corporal, embora as necessidades possam variar em cada indivíduo e com a idade, a atividade física e as condições climáticas. As infusões e chás sem adição de açúcar e os caldos com baixo teor de gordura e sal podem completar as necessidades.

• Lácteos: iogurte desnatado e queijos magros merecem compor as refeições, contribuindo para o fortalecimento ósseo.

• Azeite de oliva: é a principal fonte de gorduras na dieta mediterrânea. A composição confere uma elevada resistência às temperaturas de cozimento e deve ser usada inclusive para cozinhar.

• Especiarias: ervas, alho e cebola são uma boa forma de introduzir variedade de sabores aos pratos e contribuir para a redução do sal. Azeitonas, nozes e sementes são outras fontes de gorduras insaturadas, proteínas, vitaminas, minerais e fibras. Aposte também nos temperos brasileiros.

• Respeitando crenças religiosas e sociais, bem como restrições médicas, o consumo moderado de vinho e outras bebidas fermentadas — até um copo por dia para mulheres e no máximo dois copos para homens — pode integrar o cardápio. Uma boa alternativa ao vinho é o suco de uva integral.

Semanalmente… e ocasionalmente

Planejando as refeições ao longo das semanas, vale considerar o seguinte:

Continua após a publicidade

• Mesclar proteínas de origem vegetal e animal. Os pratos tradicionais da cultura mediterrânea possuem geralmente poucos alimentos com proteína animal como ingrediente principal. Então, que tal investir em leguminosas e oleaginosas?

• Consumir duas ou mais porções de pescados na semana. Aqui a dica é usar a sardinha, abundante no Brasil e rica em ômega-3. Dá para comer duas porções de carnes brancas e de duas a quatro de ovos, outras fontes de proteína.

• Moderar na carne vermelha, isto é, comer menos de duas porções por semana, dando ainda preferência a cortes magros. Carnes processadas devem ser restritas a uma porção por semana. Quanto menos, melhor.

• A combinação de leguminosas (mais de duas porções) com cereais é uma bela fonte de proteínas.

• Batatas integram as receitas tradicionais acompanhadas principalmente de peixe. Você pode degustar mais ou menos três porções por semana. Dê prioridade à batata-doce e, de vez em quando, a mandioca é outra candidata.

• Açúcar, doces, bolos e bebidas, tais como sucos de frutas açucarados e refrigerantes, devem ser consumidos em pequenas quantidades e só ocasionalmente.

Entre no espírito

Juntamente com a proporção e a frequência do consumo alimentar, a inclusão de outros hábitos e elementos culturais é considerada de extrema importância no estilo de vida mediterrâneo. Isso passa por atividade física, relaxamento, hobbies e atividades culturais. Há alguns pontos em comum que passeiam pela alimentação em si e por essas outras esferas da vida que vale a pena compartilhar:

• Moderação: as refeições devem ser baseadas na frugalidade, adaptando as necessidades energéticas à rotina mais ativa ou sedentária.

• Cozinhar: fazer a própria comida é uma atividade importante na gestão do tempo, do espaço e da saúde. Cozinhar pode ser relaxante, divertido e feito em família, com amigos e outros entes queridos.

• Socialização: o convívio é essencial para o valor cultural e social da refeição, além dos aspectos meramente nutricionais. Estar sentado, conversar à mesa e partilhar os alimentos com a família e os amigos aprofunda a relação e dá sentido de comunidade.

• Sazonalidade: a preferência pelos alimentos frescos da temporada maximiza o conteúdo dos nutrientes protetores. Sempre que possível, compre produtos amigos do ambiente e da biodiversidade local.

• Atividade física: a prática regular de exercícios moderados (pelo menos 30 minutos por dia) equilibra os gastos calóricos, mantém o peso corporal num patamar adequado e resguarda a saúde. Andar a pé, subir escadas e realizar trabalhos domésticos complementa a conta da atividade física.

• Descansar também faz parte de um estilo de vida saudável e equilibrado. Reserve horas da agenda para isso.

Continua após a publicidade

Source link

The post Uma dieta mediterrânea adaptada para os brasileiros appeared first on Meio e Negócio.



Source link

Messenger icon
Send message via your Messenger App