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Neste mundo de dietas malucas, o que comer?

A cada dia aparece propaganda de um novo tipo de dieta para emagrecer, prometendo dar a qualquer pessoa um corpo escultural, rapidamente, sem dificuldades. Mas estudos científicos claramente demonstram que a população humana está cada vez mais obesa, e que problemas de saúde relacionados à obesidade estão aumentando. Isso sugere que ninguém está seguindo essas dietas miraculosas? Ou talvez elas não sejam tão simples e eficazes quanto prometem. No vasto mundo das dietas para perda de peso e na busca por melhor saúde, quais seriam as melhores recomendações científicas disponíveis?

Para entender efeitos de diferentes dietas na perda de peso, precisamos primeiro entender por que engordamos com tanta facilidade. Frequentemente, jogamos a culpa do engordar na pessoa obesa: porque ela come quantidades erradas, tipos de alimentos incorretos, horários indevidos etc. Mas a verdadeira razão de termos tanta obesidade no mundo, hoje, é a evolução.

Descendemos de humanos que viveram durante milhares de anos em situação de escassez, pelo menos periódica, de comida. Desse modo, somos evolutivamente programados para guardar qualquer excesso de comida ingerida como gordura, para usar essa energia armazenada em tempos de necessidade. Também evoluímos para gostar muito de comida, especialmente aquela que é rica em calorias. Isso garantia nossa sobrevivência.

O problema é que, hoje, temos acesso facilitado à comida, e, com nossa carga evolutiva de guardar gorduras e gostar de comer, fica bem fácil pra maioria das pessoas engordar.

Mas colocar a culpa da obesidade na evolução, justificadamente, não elimina o fato de que ser obeso relaciona-se a vários problemas de saúde, incluindo diabetes, infarto, cânceres e doença de Alzheimer, dentre outros. Portanto, para a maioria da população que deseja envelhecer com saúde, vale a pena ficar de olho na balança e evitar a obesidade. A pergunta que fica é: como fazer isso, com sucesso e com saúde.

O primeiro ponto a ser avaliado em relação à obesidade e dietas é se, de fato, a pessoa que deseja perder peso precisa disso para ganhar saúde. Criaram-se padrões socialmente associados à saúde ou à estética corporal que não correspondem necessariamente aos associados pela ciência a maior sobrevida ou menor incidência de doenças.

Como exemplo, muitas modelos fotográficas têm parâmetros medicamente classificados como abaixo do recomendado, com índice de massa corpórea (IMC, que é o peso dividido pela altura ao quadrado) inferior a 18,5 Kg/m2. E essa faixa é associada a riscos à saúde bem maiores do que pesos na faixa normal de IMC (18,5 a 25 Kg/m2).

Isso significa que corpos reconhecidos como ideais na nossa cultura atual não o são em termos de saúde. Embora haja críticas ao uso do IMC, sabe-se que, até dentro da faixa de normalidade desse índice, existe maior risco de morte e doença entre as pessoas com menor peso relativo (IMC de 18,5 a 23,5 kg/m2) do que aquelas no limite superior da faixa normal (23,5 a 25 kg/m2).

Portanto, tem muita gente com peso normal que gostaria de perder uma pequena “barriguinha” ou gordura localizada por motivos estéticos, mas que não terá nenhum ganho de saúde associado, e talvez até sofra prejuízos.

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É o carboidrato?

Uma vez estabelecido que a pessoa tem sobrepeso e que ganharia de saúde ao emagrecer, começa a difícil escolha de qual tipo de dieta seguir. Aqui entra um segundo conceito que muitas vezes escapa à percepção da maioria das pessoas: o de que nem toda perda de peso é um ganho de saúde.

Para perder peso e ganhar saúde, idealmente deve-se eliminar parte (não tudo!) das gorduras acumuladas, mas não perder massa muscular. Isso porque, enquanto a queima de gorduras é, na maioria dos trabalhos científicos, associada a menor incidência de doenças, a perda de massa muscular é, ao contrário, associada a problemas de saúde.

Existe um grupo grande de dietas para redução de peso que se baseia na restrição de carboidratos. Isso inclui linhas como “low carb”, “paleo” e “cetogênicas”. Todas preconizam diminuir a ingestão específica de carboidratos. Todas também levam mesmo à perda rápida de peso, pois inibem a secreção de insulina, que é o hormônio que leva ao depósito de gorduras. Mas será que isso é bom?

Recentemente, uma meta-análise (um tipo de estudo científico que analisa os resultados de muitas pesquisas juntas e, portanto, mais confiável que trabalhos individuais) examinou os efeitos de diferentes quantidades de carboidratos na dieta sobre a mortalidade humana, e demonstrou que tanto muito carboidrato como muito pouco carboidrato aumentam a mortalidade.

O ponto ideal de ingestão de carboidratos nesse estudo ficou entre 50 e 55% das calorias totais ingeridas. A conclusão, portanto, é que nem a falta nem o excesso de carboidratos (excesso que, de fato, engorda) são bons.

Os motivos pelos quais a baixa ingestão de carboidratos leva a aumento de mortalidade ainda não foram investigados a fundo, mas é possível que estejam ligados à perda de massa muscular, pois a insulina é importante para a construção de músculos. E note que não adianta fazer dieta sem carboidratos e se encher de proteínas para “compensar” a perda de massa muscular.

E o glúten, presente em algumas fontes comuns de carboidratos, como o trigo? A não ser que você tenha doença celíaca, que é uma alergia ao glúten, pode consumir à vontade. De fato, há evidências que evitar a ingestão de glúten, na ausência dessa doença, não é saudável, embora, novamente, tenda a causar emagrecimento, por causa da restrição de carboidratos.

É a gordura?

Fica estabelecido, então, que dietas sem carboidratos não são o ideal. E dietas sem gorduras? É verdade que a gordura é bastante calórica. Uma refeição composta só de gorduras terá o dobro de calorias do que um prato com o mesmo peso, mas composto principalmente por proteínas ou carboidratos. É por isso que comer gorduras, de fato, engorda.

Mas está cada vez mais claro que gorduras não são vilões das dietas. São, de fato, necessárias: algumas vitaminas só podem ser encontradas nelas. Além disso, gordura tem várias funções benéficas. O excesso de gorduras não é bom porque é muito calórico, mas a inclusão de quantidades moderadas na dieta é saudável.

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Talvez a proteína?

E proteínas? Será que devemos comer muita proteína, ou limitar nossas proteínas? Já vimos que dietas com excesso de proteínas levam à formação de gordura. Mas dietas veganas, que não incluem produtos de animais (ou, pelo menos, de animais visíveis, porque todo alimento contém animais microscópicos, por mais nojento que isso pareça!) são consideradas saudáveis, certo? Não é tão simples.

Limitar a proteína animal tem efeitos cientificamente interessantes, em termos ambientais, mas não estamos focando no meio-ambiente aqui. Em termos de saúde, estudos já mostraram que vegetarianos ou veganos norte-americanos têm alguns aspectos de saúde melhores que onívoros. O problema é que a comparação não é muito justa, porque a dieta típica do cidadão dos Estados Unidos é muito, muito ruim.

Estudos que levam características sociais e educacionais em conta mostram que não há diferenças significativas entre a saúde de vegetarianos e onívoros, podendo haver um leve prejuízo para a saúde na comunidade vegana. Novamente, a quantidade ideal de proteínas não é nem demais, nem de menos, mas moderação.

Detox, então?

Finalmente, existe um grupo de dietas que propõe realizar “detoxificações”, que geralmente consistem em jejuns associados a algum tipo de suplemento. É óbvio que jejuar faz perder peso (porque você não está comendo), mas, novamente, perder peso não é sinal automático de saúde.

Jejuar também não faz nada em termos de eliminar toxinas do seu corpo – seu fígado e seus rins fazem isso o tempo todo, em jejum ou não. Pelo contrário, o jejum pode aumentar a quantidade circulante de acetona, que é uma toxina.

Por esse mesmo motivo, outro tipo de dieta que tem ganhado atenção recente na mídia, o jejum intermitente, não parece ser a melhor maneira de se evitar os problemas de saúde associados à obesidade.

De fato, a Associação Brasileira de Nutrição não recomenda seu uso, entre outras razões pelas evidências, em animais de laboratório, de que pode causar diabetes tipo 2, apesar da perda de peso.


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Equilíbrio!

Falamos até agora de que dietas não seguir (basicamente qualquer dieta miraculosa da moda). Mas então, o que devemos comer? A resposta é que, cientificamente, há evidências claras que dietas moderadas em carboidratos, proteínas e lipídeos, e, acima de tudo, variadas, são as ideais em termos de saúde a longo prazo.

Isso inclui evitar produtos industrializados, não porque tudo é artificial é ruim, mas porque eles tipicamente contêm altos teores de açúcar e gorduras, incluindo aqueles com rótulos diet ou light. Aliás, “diet” significa que não tem açúcar, independentemente do teor calórico, e “light” significa uma redução nutricional de 30% ou mais em relação ao produto original, independente de qual o tipo de redução, ou do valor calórico do original.

Valorize dietas com frutas e vegetais diferentes e coloridos, grãos diversos, proteínas de fontes diferentes e gorduras, principalmente óleos. Tudo em quantidade moderada.

Para evitar obesidade e buscar saúde, vale também incluir exercício físico no seu dia a dia. Novamente, não tem que ser nada radical: pode até ser se movimentar mais em tarefas do cotidianas, como subir escadas ou brincar com crianças no jardim.

Infelizmente, a ciência comprova que as dietas da moda que muito prometem não são aliadas da saúde. Muitas acabam levando à perda de peso sem ganho de saúde ou à perda de peso temporária, insustentável, num indesejável efeito sanfona.

Infelizmente, não existe ainda dieta ou pílula miraculosa que traga um corpo esteticamente perfeito e saudável num estalar de dedos. A melhor dieta para a sua saúde é a que envolve continuidade, variedade e moderação.

*Autora do texto, Alicia Kowaltowski é professora de Bioquímica do Instituto de Química da Universidade de São Paulo.

Este conteúdo foi publicado originalmente na Revista Questão de Ciência.

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Pesquisa mostra eficácia de alerta em rótulos de alimentos

Em 2016, o Chile implementou um sistema que prevê alertas sobre o excesso de nutrientes críticos (sódio, açúcar e gordura) na parte frontal da embalagem de industrializados. Ao que parece, a medida está surtindo efeito.

Uma pesquisa liderada pela Universidade do Chile indica uma redução na compra de itens ricos em açúcar, por exemplo. Para bebidas adoçadas e cereais matinais, a queda foi de 25 e 14%, respectivamente. No levantamento, que ouviu adolescentes e mães de crianças, 90% dos entrevistados disseram valorizar o símbolo.

Para a nutricionista Laís Amaral, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, o Idec, o trabalho reforça que esse seria o melhor modelo para o nosso país. “Não adianta termos um rótulo bonito, porém incompreensível”, diz.

Já a nutricionista Vanderli Marchiori, consultora da Rede Rotulagem, iniciativa formada por 22 entidades do setor de alimentos e bebidas, vê a pesquisa com o pé atrás: “Devemos avaliar o que as pessoas estão colocando no lugar dos produtos açucarados”, opina.

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Debate em andamento

É fato que a rotulagem mudará no Brasil. O que ainda não se sabe é qual modelo agrada mais à Anvisa, agência que regula o assunto por aqui – saiba mais sobre as duas principais propostas abaixo.

“Em relatório preliminar, a Anvisa recomendou o modelo de advertência como rótulo nutricional frontal”, conta Laís do Idec. Espera-se que a definição venha este ano.

Quais são as propostas e as diferenças entre elas

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Armazenamento dos alimentos

O armazenamento pode ser realizado sob congelamento, no qual os alimentos são armazenados à temperatura de, no mínimo, 0 ºC; sob refrigeração, à temperatura de 0 ºC a 10 ºC; à temperatura ambiente, com armazenamento no estoque. O tipo de armazenamento será definido de acordo com as recomendações dos fabricantes e deve constar na rotulagem, ou nos critérios de uso, de acordo com o grau de perecibilidade do alimento.

Recomendações para disposição e controle no armazenamento:

a) A disposição dos produtos deve obedecer à data de fabricação, sendo que os produtos de fabricação mais antiga são posicionados de modo a serem consumidos em primeiro lugar (PVPS – primeiro que vence, primeiro que sai);

b) Todos os produtos devem estar adequadamente identificados e protegidos contra contaminação;

c) Alimentos não devem ficar armazenados junto a produtos de limpeza, químicos, de higiene e perfumaria;

d) Produtos descartáveis também devem ser mantidos separados dos itens citados anteriormente;

e) É proibida a entrada de caixas de madeira dentro da área de armazenamento e manipulação;

f) Caixas de papelão não devem permanecer nos locais de armazenamento sob refrigeração ou congelamento;

g) Alimentos ou recipientes com alimentos devem estar apoiados sobre estrados ou prateleiras das estantes, com espaçamento mínimo para circulação de ar (10 cm);

h) Alimentos que necessitem transferência de suas embalagens originais devem ser acondicionados de forma que se mantenham protegidos. Na impossibilidade de manter o rótulo original do produto, as informações devem ser transcritas em etiqueta apropriada;

i) Produtos destinados à devolução devem ser identificados por fornecedor e colocados em locais apropriados separados da área de armazenamento e manipulação;

j) Nunca utilizar produtos vencidos;

k) Quando houver necessidade de armazenar diferentes gêneros alimentícios em um mesmo equipamento refrigerador, respeitar: alimentos prontos para consumo dispostos nas prateleiras superiores; os semiprontos e/ou pré-preparados nas prateleiras do meio e os produtos crus nas prateleiras inferiores, separados entre si e dos demais produtos;

l) As embalagens individuais de leite, ovo pasteurizado e similares podem ser armazenadas em geladeiras ou câmaras, devido a seu acabamento ser liso, impermeável e lavável;

m) Podem ser armazenados no mesmo equipamento para congelamento (freezer) tipos diferentes de alimentos, desde que devidamente embalados e separados.

Pré-preparo

Etapa relacionada a processos de higienização, tempero, corte, porcionamento, seleção, escolha, moagem e/ou adição de outros ingredientes.

As embalagens impermeáveis devem ser lavadas em água corrente, antes de abertas. Os cortes devem ser realizados em ambiente limpo, com tábua de corte de polietileno. É necessário que haja utensílios e vasilhames em quantidades adequadas para evitar cruzamento entre matérias-primas íntegras e pré-preparadas.

Após a manipulação, os alimentos devem ser identificados, acondicionados em vasilhames apropriados e mantidos em temperatura adequada até o momento da cocção/preparo.

Atenção especial deve ser dada aos alimentos vegetais (hortaliças, legumes, frutas). Para higienização de hortaliças, frutas e legumes, recomenda-se realizar as seguintes etapas:

a) selecionar, retirando as folhas, partes e unidades deterioradas;

b) lavar em água corrente vegetais folhosos (alface, escarola, rúcula, agrião, etc.) folha a folha, e frutas e legumes um a um;

c) escorrer os resíduos, se possível, eliminando o sobrenadante;

d) colocar de molho por 15 minutos em água clorada, utilizando produto adequado para este fim, na diluição de 100 a 200 ppm (1 colher de sopa para 1 litro);

e) enxaguar em água corrente vegetais folhosos folha a folha, e frutas e legumes um a um;

f) fazer o corte dos alimentos para a montagem dos pratos com as mãos e utensílios bem lavados;

g) poderá, se necessário, ser enxaguado em solução a 2% de vinagre por 5 minutos, aumentando o poder limpante e não desinfetante. Este procedimento permite uma redução de insetos e larvas que ficam aderidos às folhas e minimiza o gosto de cloro resultante da desinfecção;

h) retirar o excesso de água por escoamento ou por centrifugação;

i) manter sob refrigeração até a hora de servir.

Alimentos e bebidas à base de vegetais devem ser preparados imediatamente antes do consumo ou mantidos sob temperatura inferior a 5°C. As bebidas preparadas com vegetais devem ser consumidas no mesmo dia do preparo.

Recomenda-se que o tempo de manipulação de produtos perecíveis em temperatura ambiente não deve exceder a 30 minutos por lote e a duas horas em área climatizada entre 12 ºC e 18 ºC.



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Adolescentes: como está a alimentação dos jovens no Brasil?

Na adolescência, há indícios de que mudanças no cérebro são responsáveis por deixar os jovens destemidos. Pois a coragem típica dessa fase parece sumir na hora das refeições, quando uma folha de alface gera mais pavor do que escalar uma árvore. Pelo menos é o que dá para presumir a partir de dados divulgados nos últimos tempos, como um grande levantamento feito com 75 mil brasileiros de 12 a 17 anos, em escolas públicas e privadas. O estudo, batizado com a sigla Erica, revela que apenas um em cada três adolescentes coloca salada no prato. Pior: só um em cinco ingere pelo menos uma fruta ao dia.

Os profissionais de saúde enfrentam as consequências dos maus hábitos no dia a dia. “Entre crianças e adolescentes, a incidência de obesidade cresce exponencialmente, e em todas as classe sociais”, afirma Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. “Há 40 anos, atendíamos um adolescente obeso a cada 100. Hoje, são de seis a oito”, estima.

Números da Organização Mundial da Saúde refletem essa realidade. Em 1975, calcula-se que 11 milhões de adolescentes eram obesos. Em 2016, o número saltou para 124 milhões.

A infância é um período determinante na aquisição de hábitos à mesa. Mas mesmo aquela criança que venerava brócolis pode virar o adolescente que rejeita qualquer vegetal. Não há uma explicação biológica para isso, mas, sim, comportamental: é nessa fase da vida que os filhos ganham mais independência, fazem refeições longe dos pais e recebem dinheiro para escolher o que vão comer.

Sem falar na influência dos amigos. Quem vai optar por salada quando a turma toda vai de fast-food? Por isso é essencial manter o equilíbrio nas refeições em família”, diz a nutricionista Renata Faria Amorim, da All Clinik, no Rio de Janeiro.

A profissional alerta sobre o papel da escola nesse cenário. Mesmo que as cantinas não possam vender tranqueiras — alguns estados têm leis para regulamentar isso —, biscoitos, doces e bebidas açucaradas são as estrelas nos intervalos. E proibir não é solução definitiva.

Uma pesquisa feita pela marca Capricho e pela área de Inteligência de Mercado do Grupo Abril, com 1 724 garotas — 1 046 delas com 14 a 17 anos —, mostra que 34% não resistem a um docinho. Elas poderiam sucumbir menos a essas gulodices caso tivessem aulas que ensinassem por que outras opções são mais vantajosas, por exemplo. “É preciso conscientizar”, resume Adriano Segal, diretor de Psiquiatria e Transtornos Alimentares da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).

Gábitos preocupantes dos jovens, registrados em novos estudos

Prato sem cor: menos de 40% dos jovens incluem verduras e hortaliças nas refeições, que acabam pobres em micronutrientes e ricas em carboidratos e gordura.

Doçura demais: enquanto 40% dos jovens comem algum doce todo dia, menos de 20% ingerem frutas, que têm açúcar natural, vitaminas, minerais e fibras.

Energia poupada: só três em cada dez brasileiros entre 10 e 18 anos não são sedentários — isto é, fazem uma hora de atividade física cinco dias por semana.

Pais de castigo?

Mas é em casa que está o principal gargalo. Inclusive, para os experts, é quase impossível falar da dieta dos adolescentes sem dar um puxão de orelha nos adultos.

“A maioria dos pais tem dificuldade em reconhecer as deficiências alimentares dos filhos porque eles próprios apresentam esses maus hábitos. Só que não os percebem como um problema”, analisa Julia Bittencourt, psicóloga especialista em terapia familiar, no Rio de Janeiro.

Há outro empecilho que está literalmente em nossas mãos: celulares. As horas ativas dos adolescentes não param de despencar, já que as atividades físicas foram substituídas por jogos e interações nos smartphones.

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Mesmo que os pais enxerguem essas questões, não adianta somente tentar mudar o adolescente: é necessário dar o exemplo. Toda a família deve se propor a ingerir menos industrializados e mais vegetais, além de criar horários fixos para as refeições (nada de comer só quando a fome bater ou na frente da TV).

A programação completa inclui passeios que agitem o corpo, como uma ida ao parque no fim de semana. “Isso é muito mais efetivo para combater a obesidade do que apenas proibir o consumo de alguns itens”, garante Segal.

Quanto mais cedo a família se unir em torno dessa agenda saudável, melhor. “É logo no início da puberdade que o corpo, em transformação, refaz sua disposição de adipócitos, as células acumuladoras de gordura. Por isso, o sobrepeso e a obesidade nessa fase geram dificuldade para emagrecer ao longo de toda a vida”, alerta a endocrinologista Isabela Bussade, do Rio de Janeiro.

O que precisa aparecer menos na alimentação da moçada

Ultraprocessados e fast-food: biscoitos, bolinhos prontos, macarrão instantâneo, chips… Esses itens são lotados de sódio, açúcar, gorduras, aditivos, e por aí vai. Quanto menos deles, melhor. Pizza e hambúrguer também devem ficar para ocasiões pontuais — e não para o dia a dia.

Doces: eles causam picos de açúcar no sangue e, por isso, o excesso eleva o risco de diabetes. “Deixe os doces para o fim de semana e, sempre que possível, prefira os de frutas. Chocolate amargo também é uma boa opção”, ensina Samanta Brito, nutricionista da Estima Nutrição, em São Paulo.

Bebidas açucaradas: muitos pais caem na pegadinha de cortar o refrigerante e liberar sucos e chás de caixinha. Só que esses líquidos também podem reunir boas doses de açúcar. Não dá para beber de forma desenfreada. Chás feitos com ervas e frutas in natura são escolhas mais acertadas.

O que os adolescentes devem comer com frequência

Comida caseira: nessa fase, proteínas de alta qualidade e micronutrientes são determinantes para o desenvolvimento da molecada. “Não há nada como arroz, feijão e uma grande variedade de vegetais para suprir essa necessidade”, avisa Cátia Ruthner, nutricionista do W Spa, no Rio de Janeiro.

Frutas: ignoradas pelos jovens, elas são abastecidas de fibras, vitaminas e minerais. “Introduza aos poucos. Vale até vitamina e suco natural”, sugere Samanta. O melhor cenário, porém, é o do consumo do alimento em sua forma original. Que tal uma bela salada de frutas turbinada com aveia ou sementes?

Água: a falta do líquido (puro, e não dentro de refris e afins) abala várias funções do organismo. Se o adolescente toma pouca água, incentive o hábito de ter sempre uma garrafinha por perto. Tudo bem saborizá-la com pedaços de limão, abacaxi, laranja, canela, gengibre e folhas de hortelã.

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Magreza não é sinônimo de saúde

Que fique claro: a luta com a balança não deve ter motivação estética. As doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão e diabetes, já são as principais causas de morte na população brasileira — e elas têm íntima relação com a obesidade.

“Com o estudo Erica, pudemos perceber que esses quadros têm início na infância e na adolescência”, observa a nutricionista Amanda de Moura, do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (Iesc) da Universidade Federal do Rio de Janeiro e uma das responsáveis pelo levantamento.

Mas o peso está longe de ser o único indicativo de saúde. Sabe aquele adolescente que come só porcaria e é magrinho? Pois ele não está isento de riscos. “Esse jovem pode esconder um acúmulo de gordura nos órgãos”, avisa Isabela.

Fora que o consumo excessivo de açúcares e gorduras causa um desgaste no pâncreas e em outros cantos desde muito cedo. “Cerca de metade das crianças com colesterol ou triglicérides elevados terá doença cardíaca na vida adulta”, alerta Zilli. A hora de mudar esse futuro é agora.

Não há um corpo ideal – e focar nisso é um perigo

Na pesquisa da Capricho, 36% das garotas de até 14 anos relataram já ter encarado o jejum intermitente. E 76% fizeram, fazem ou pretendem fazer dieta para emagrecer. “Qual padrão de beleza é esse que deixa mais de 70% das nossas meninas desconfortáveis com a própria imagem?”, questiona Gabriela Malzyner, psicóloga da Clínica de Estudos e Pesquisas em Psicanálise da Anorexia e Bulimia, em São Paulo.

Ela defende a conscientização de que ser saudável não significa ter um certo formato de corpo. “A dieta não pode gerar insatisfação corporal constante nem isolamento social”, frisa. Até porque isso abre brecha para transtornos sérios, capazes de abalar a saúde e a qualidade de vida dos jovens.

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Óleo de cozinha: uma versão mais saudável feita de castanha

Durante o processamento das castanhas de caju, cerca de 40% acabam quebradas. “E, embora tenham a mesma composição da versão inteira, são subvalorizadas”, relata a engenheira de alimentos Janice Lima. Por isso, ela decidiu criar um óleo de cozinha com as oleaginosas avariadas, agregando, assim, valor ao tempero.

Desenvolvido nos laboratórios da Embrapa Agroindústria Tropical, o produto exibiu alto teor de gorduras do tipo insaturado, reconhecidas por promoverem benfeitorias ao coração. No teste de sabor, também fez bonito. “A aceitação foi muito boa”, relata Janice.

No dia a dia, ele seria indicado para regar saladas e finalizar pratos, porque, assim como o azeite de oliva, teria um preço mais elevado do que outros óleos.

Mas a chegada às prateleiras ainda deve demorar um pouco, já que agora serão feitos estudos para avaliar a viabilidade de produção em grande escala.

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A prova do sabor

Em uma escala que vai até 9, veja a aceitação dos óleos à base de oleaginosas

Castanha de caju

Aroma – 6,82

Aceitação global – 7,28

Macadâmia

Aroma – 5,40

Aceitação global – 5,40

Noz

Aroma – 5,12

Aceitação global – 6,18

Castanha-do-Brasil

Aroma – 5,92

Aceitação global – 6,54

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Lotes de frango da Perdigão são recolhidos por risco de salmonela

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou o recolhimento de cinco cortes de frango da marca Perdigão, que pertence à empresa BRF. A medida foi tomada depois que a própria fabricante detectou, em testes de qualidade, a presença da bactéria Salmonella enteritidis, conhecida por causar surtos de diarreia e gastroenterite.

Os produtos afetados, que já estão sendo retirados do mercado, foram:

Filé de peito, embalagem plástica – 2kg (lotes 30/10/18 e 9/11/18)
Coração, embalagem plástica – 1kg (lotes 30/10/18, 5/11/18, 6/11/18, 7/11/18, 9/11/18, 10/11/18 e 12/11/18)
Filezinho (Sassami), embalagem plástica – 1kg (lotes 30/10/18, 5/11/18, 6/11/18, 7/11/18, 9/11/18, 10/11/18 e 12/11/18)
Meio peito sem osso e sem pele, caixa de papelão – 15kg (lotes 30/11/18, 7/11/18, 9/11/18 e 10/11/18)
Coxas e sobrecoxas sem osso, caixa de papelão – 15kg (lotes 6/11/18, 9/11/18 e 10/11/18)

A Salmonella enteritidis é encontrada em diferentes alimentos de origem animal. Ela ficou conhecida por infectar o ovo, mas também pode invadir leite e carnes.

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Além disso, esse micro-organismo eventualmente se esconde em vegetais pela contaminação cruzada. Exemplo: a pessoa coloca o garfo em uma carne crua infectada e, sem higienizá-lo, usa o mesmo talher para separar vegetais.

Quando invade o corpo, essa bactéria ataca o sistema digestivo. Ela é responsável por surtos de gastroenterite mundo afora – são os casos clássicos de refeitórios que servem pratos contaminados a centenas de pessoas.

Ah, e apesar da bactéria se chamar Salmonella enteritidis, é comum denominar a doença decorrente dela como salmonela, com um “l” só.

O que você pode fazer para evitar a salmonela

Como muitas outras bactérias, essa não resiste a um bom processo de cozimento. Daí porque vale a pena levar o frango e outras carnes ao fogo.
O mesmo vale para o ovo cru ou para o leite tirado direto da vaca.

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Catchup, mostarda ou maionese: qual é mais nutritivo?

A trinca mostarda, catchup e maionese geralmente surge à mesa quando a pedida é hambúrguer, hot dog ou batata frita. Já parou pra pensar o que aconteceria se o critério para a escolha não dependesse do sabor, mas das características nutricionais?

Pois a gente conta: o molho do lanche seria a mostarda. “Apesar de ter mais gorduras totais do que o catchup, ela apresenta menos calorias e carboidratos, além de mais fibras e proteínas”, analisa a nutricionista Ana Paola Monegaglia, de São Paulo.

Ou seja, seu balanço se mostra mais favorável. Repare que a maionese abunda em gorduras. Ainda que os tipos predominantes sejam mono e poli-insaturados, considerados mais saudáveis, o valor calórico dela vai lá pra cima.

“Portanto, é bom controlar o consumo”, orienta Ana. Aliás, o recado vale para os três molhos, já que todos são cheios de sódio, mineral cujo abuso faz a pressão decolar. Sem falar nos conservantes e aromatizantes. “Use esses produtos em ocasiões pontuais”, reforça Ana.

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Agora, confira a comparação desses três molhos, nutriente por nutriente:

Energia

Mostarda: 15 cal
Catchup: 20 cal
Maionese: 73 cal

Gorduras totais

Catchup: 0,03 g
Mostarda: 0,9 g
Maionese: 7 g

Fibras

Mostarda: 0,5 g
Catchup: 0,2 g
Maionese: 0 g

Proteínas

Mostarda: 0,9 g
Catchup: 0,3 g
Maionese: 0 g

Carboidratos

Mostarda: 1,2 g
Maionese: 2,2 g
Catchup: 5,4 g

Sódio

Catchup: 237 mg
Mostarda: 250 mg
Maionese: 289 mg

Placar final

Mostarda 4 X 2 Catchup X 0 Maionese 

Os valores se referem a uma colher de sopa de cada molho

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Você toma mais água engarrafada ou filtrada?

A água é tão importante para a saúde que virou reportagem de capa da edição de fevereiro da revista SAÚDE – já, já ela chega às bancas! Mas o fato é que, hoje, esse líquido pode chegar na sua casa de diferentes formas. Há mil e uma opções engarrafadas, além da água filtrada.

Por isso a gente quer saber: você toma mais água engarrafada ou filtrada? Responda a enquete abaixo!

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O sorvete que ajuda na luta contra o câncer

Alimentos gelados estão entre os preferidos por quem passa pela quimioterapia. É que eles ajudam a conter náuseas e incômodos na boca, efeitos típicos desse tratamento contra o câncer — e que abalam o apetite dos pacientes.

De olho nisso, um time de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) elaborou um sorvete especialmente desenhado para essa turma. Ele leva whey protein isolado, azeite de oliva (sem odor!) e açúcar orgânico rico em fibras.

“Chegamos a um produto de alta densidade calórica, algo necessário para esse indivíduo, mas à custa de proteína e gordura de boa qualidade”, conta a nutricionista Raquel Kuerten.

A guloseima, aliada da boa nutrição nessa fase difícil, foi aprovada por pacientes do Hospital Universitário da UFSC. A empresa parceira, Ypy Sorvetes Premium, já disponibiliza três sabores em algumas regiões do Brasil.

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Artimanhas para comer bem durante o câncer

A expert Raquel Kuerten dá dicas para a nutrição durante o tratamento

De pouco em pouco: o paciente não dá conta de refeições volumosas. Melhor oferecer menos, só que várias vezes ao dia.

Campeões de audiência: tudo bem focar nas receitas prediletas da pessoa. Mas é legal variar na apresentação para o prato ter novas caras.

Chás parceiros: alguns tipos, como o de malva, ajudam a recuperar a mucosa da boca. Daí fica mais tranquilo comer.

Mastigação sem crise: dependendo do estado da boca, alimentos de textura macia são mais fáceis de mastigar. É só cozinhá-los.

Turbine as receitas: aumentar o aporte de calorias (de fontes boas, claro) é crucial. Use ovo, azeite, leite, e por aí vai.

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